Anúncios antigos de cigarros - IX


E, para finalizar o tema do tabagismo, faço menção da Dissertação de Mestrado de Renata Santos de Souza, intitulada “Uso de álcool e tabaco entre estudantes da saúde de uma universidade pública”, especificamente trechos referentes a estatísticas sobre o uso do tabagismo no Brasil no ano de 2008:

"No Brasil, segundo dados do Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, realizado em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal (MS, 2003), a idade de iniciação do tabagismo predominou na faixa etária inferior aos 20 anos (70,0%) e as prevalências de tabagismo foram maiores nos grupos populacionais com menor escolaridade (ensino fundamental e médio). Em todas as cidades pesquisadas os homens apresentaram maiores prevalências de tabagismo do que as mulheres, e as capitais Vitória-ES, Porto Alegre-RS, Curitiba-PR e Campo Grande-MS apresentaram os maiores percentuais de fumantes no grupo etário mais jovem. Este estudo também revelou que o índice de cessação do uso de tabaco foi em torno de 50,0%, em todas as capitais pesquisadas. Em relação ao álcool este inquérito detectou prevalência de consumo atual de bebida alcoólica de 32,4% a 58,6%, sendo que entre os homens este consumo variou de 48,4% a 72,1% enquanto que entre as mulheres de 19,7% a 47,5%.

Um outro estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal em 2007 (MS, 2008), revelou que a freqüência de fumantes em adultos foi de 16,4%, sendo maior no sexo masculino (20,9%) do que no sexo feminino (12,6%). E ainda, a freqüência de fumantes diminui com o aumento da escolaridade particularmente no sexo masculino: alcançando 25,0% dos homens com até oito anos de escolaridade e 14,8% dos homens com doze ou mais anos de escolaridade. Quanto ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas, na população adulta, a freqüência foi três vezes maior entre os homens (27,2%) do que entre as mulheres (9,3%). Em ambos os sexos, a freqüência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi maior nas faixas etárias mais jovens, alcançando cerca de 30,0% dos homens e cerca de 10,0% das mulheres entre 18 e 44 anos de idade.

Uma pesquisa recente desenvolvida por Iglesias et al. (2007) demonstrou que a prevalência de tabagismo no Brasil caiu de 35,0% em 1989 para 16,0% em 2006. Entretanto, o número de internações relacionadas ao tabaco aumentou consideravelmente durante o período estudado. De acordo com os autores, os custos com essas hospitalizações são significativos – R$ 1,1 bilhão -, e corresponderam a 8,0% dos custos hospitalares para adultos com mais de 35 anos.

No Espírito Santo, dados da Secretaria de Estado da Saúde (SESA, 2007) revelaram que o número de internações psiquiátricas por uso de álcool e outras drogas, no período de 2001 a 2005, foi de 12.644 internações, cujos valores corresponderam a R$ 7.216.159,00."

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Fonte:
Renata Santos de Souza “Uso de álcool e tabaco entre estudantes da saúde de uma universidade pública”. Orientadora: Profª. Drª. Marluce Miguel de Siqueira. Dissertação de Mestrado pela Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2008.

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ANÚNCIOS - A PROPAGANDA TABAGISTA O LONGO DO SÉCULO XX


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Fonte:
Revista "Veja" (anúncios 1-4), edições de 1969, disponível digitalmente no site da Veja Digital
Revista "Realidade" (anúncio 5), edição de junho de 1967, ano II, nº 15 (arquivo pessoal)

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