Embora a origem do racismo sul africano remonte ao antigo tempo da colonização (no de 1652 o colonialista fugitivo do Brasil Jan van Riebeek batizou os negros africanos de "swart atinkende Hondon", literalmente: "cachorros negros fedorentos"), é fato que o desenvolvimento do chamado apartheid (em africânder: "separação") deu-se num período que se pode situar entre 1910 e 1950, um momento histórico no qual o darwinismo social deixou profundas marcas nas diversas sociedades ao redor do mundo, principalmente mediante a ideologia eugenista de "purificação" racial. Não é mera coincidência o fato do apartheid ter se erguido sob o comando do império neocolonialista inglês, onde nasceu Darwin e a eugenia, esta por obra do primo do naturalista, o antropólogo Francis Galton. Na África os ideais de "superioridade racial" defendidos por Charles Darwin foram postos em prática por meio de um regime de terror, em que prevalecia a máxima darwinista de "sobrevivência do mais apto". O "mais apto", obviamente tinha o poder econômico e bélico.
O apartheid foi um dos regimes raciais que mais durou durante todo o século XX. Seu fim deu-se após inúmeras rebeliões de grupos nativos, cujo principal expoente foi o grande Nelson Mandela, que permaneceu preso por mais de 20 anos, até o fim do regime em 1990. Durante todo esse tempo o branco europeu impôs aos legítimos donos da terra uma série de leis para beneficiá-lo e manter os negros literalmente separados. Joel Rufino dos Santos, em seu livrinho "O que é RACISMO" nos oferece uma noção de como funcionava este terrível sistema de segregação racial, em vigor desde 1948:
O apartheid foi um dos regimes raciais que mais durou durante todo o século XX. Seu fim deu-se após inúmeras rebeliões de grupos nativos, cujo principal expoente foi o grande Nelson Mandela, que permaneceu preso por mais de 20 anos, até o fim do regime em 1990. Durante todo esse tempo o branco europeu impôs aos legítimos donos da terra uma série de leis para beneficiá-lo e manter os negros literalmente separados. Joel Rufino dos Santos, em seu livrinho "O que é RACISMO" nos oferece uma noção de como funcionava este terrível sistema de segregação racial, em vigor desde 1948:
- Mesmo que resida legalmente numa cidade, nenhum africano possui o direito de ter consigo mulher, filhos, sobrinhos ou netos por período superior a 72 horas.
- Sempre que julgar oportuno, o presidente do Estado pode declarar uma área propriedade do grupo branco, mesmo que até então ela tenha sido ocupada por não-brancos.
- Qualquer africano maior de 16 anos é obrigado a carregar um "livro de referência". Se for pego sem ele, será punido com multa e prisão de um mês.
- Um operário africano que se ausente do trabalho por 24 horas, além de ser demitido, será punido com multa e prisão de três meses.
- Se um trabalhador branco morre em acidente de trabalho, seus descendentes têm direito a indenização e, ainda, a pensão mensal baseada em seu salário. Os descendentes de um africano que morra por acidente de trabalho não têm direito a pensão mensal, somente a uma indenização fixada pelo comissário do trabalho.
- Um africano que dirija uma classe de leitura e escrita em sua própria casa, mesmo gratuita, pode ser multado e preso durante seis meses. Aquele que, durante uma reunião, incitar um auditório negro a ação de protestos contra as leis do apartheid será multado e aprisionado por cinco anos.
- Nenhum africano pode ser membro de um júri formado para um processo penal, mesmo que o acusado seja um africano (Abril Cultural - Editora Brasiliense, 1984, p. 15, 16).
Em seu livro "A Origem do Homem e a Seleção Sexual", o inglês Charles Darwin fez questão de realçar a superioridade imperialista de sua nação, a Inglaterra. Escreveu ele:
"Os notáveis êxitos dos ingleses como colonizadores, em comparação com outras nações europeias, foram atribuídos à sua "energia audaz e persistente"; um resultado que ficou bem evidenciado ao comparar o progresso dos canadenses de ex-tração inglesa e francesa; mas, quem pode dizer como é que os ingleses adquiriram a sua energia? Aparentemente existe muita verdade na opinião de que os maravilhosos progressos dos Estados Unidos e o caráter deste povo são o resultado da seleção natural; com efeito, os homens mais enérgicos, irrequietos e corajosos de todas as parte da Europa emigraram durante as últimas dez ou doze gerações para esse grande país e lá tiveram o melhor êxito. Olhando para o futuro distante, não creio que o Revdo. Zincke sustente uma hipótese exagerada quando afirma: "Todas as outras séries de acontecimentos — como da civilização espiritual da Grécia ou aquela do Império Romano — parecem ter um significado e um valor somente quando pensadas em conexão ou antes como subsidiárias da grande cheia da emigração anglo-saxônia no ocidente". Por mais obscuro que seja o progresso da civilização, podemos pelo menos ver que uma nação que, durante um período prolongado, produziu o máximo número de homens de maior intelecto, enérgicos, corajosos, patrióticos, generosos, em geral deveria prevalecer sobre as nações menos favorecidas.
"Os notáveis êxitos dos ingleses como colonizadores, em comparação com outras nações europeias, foram atribuídos à sua "energia audaz e persistente"; um resultado que ficou bem evidenciado ao comparar o progresso dos canadenses de ex-tração inglesa e francesa; mas, quem pode dizer como é que os ingleses adquiriram a sua energia? Aparentemente existe muita verdade na opinião de que os maravilhosos progressos dos Estados Unidos e o caráter deste povo são o resultado da seleção natural; com efeito, os homens mais enérgicos, irrequietos e corajosos de todas as parte da Europa emigraram durante as últimas dez ou doze gerações para esse grande país e lá tiveram o melhor êxito. Olhando para o futuro distante, não creio que o Revdo. Zincke sustente uma hipótese exagerada quando afirma: "Todas as outras séries de acontecimentos — como da civilização espiritual da Grécia ou aquela do Império Romano — parecem ter um significado e um valor somente quando pensadas em conexão ou antes como subsidiárias da grande cheia da emigração anglo-saxônia no ocidente". Por mais obscuro que seja o progresso da civilização, podemos pelo menos ver que uma nação que, durante um período prolongado, produziu o máximo número de homens de maior intelecto, enérgicos, corajosos, patrióticos, generosos, em geral deveria prevalecer sobre as nações menos favorecidas.
A seleção natural deriva da luta pela existência e esta de uma rápida taxa de aumento. Não é possível deixar de lamentar a taxa com que o homem tende a aumentar; mas se isto é prudente, é outra questão. Efetivamente, nas tribos bárbaras isto leva ao infanticídios e a muitos outros males e, nas nações civilizadas, à pobreza abjeta, ao celibato e aos matrimónios mais tardios dos homens prudentes. Mas, dado que o homem está sujeito aos mesmos males físicos dos animais inferiores, ele não tem o direito de esperar por uma imunidade contra os males resultantes da luta pela existência. Se nos temos primitivos não tivesse estado sujeito à seleção natural, seguramente não teria atingido a situação atual" (Hemus Editora, 1974, p. 170).
A "superioridade" dos ingleses, portanto, segundo Darwin, podia ser explicada mediante a seleção natural. A opressão que eles exerceram sobre os povos africanos estava assim devidamente "justificada". Os negros "decaíram" no processo evolucionário, e cabiam apenas aos "civilizados" brancos a dominação dessas "raças inferiores". O resultado de tudo isso ainda hoje é percebido no país da Copa, onde os brancos continuam superiores economicamente e onde a maior parte da população mal consegue viver com a mínima dignidade.
Eis aqui mais outra faceta da ideologia darwinista ao longo de sua história.
É isso!
A "superioridade" dos ingleses, portanto, segundo Darwin, podia ser explicada mediante a seleção natural. A opressão que eles exerceram sobre os povos africanos estava assim devidamente "justificada". Os negros "decaíram" no processo evolucionário, e cabiam apenas aos "civilizados" brancos a dominação dessas "raças inferiores". O resultado de tudo isso ainda hoje é percebido no país da Copa, onde os brancos continuam superiores economicamente e onde a maior parte da população mal consegue viver com a mínima dignidade.
Eis aqui mais outra faceta da ideologia darwinista ao longo de sua história.
É isso!
Então por que o evolucionismo foi proibido nas escolas durante o apartheid? E por que o cristianismo foi adotado oficialmente como filosofia na educação?
ResponderExcluirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid#Elei.C3.A7.C3.B5es_de_1948
http://www.talkorigins.org/indexcc/CA/CA005.html