Eu li isso... (Yves Coppens)


“Entretanto, quanto mais fósseis são encontrados, mais nos confrontamos com primatas diferentes: Australopithecus afarensis, ramidus, ethiopicus, boisei, africanus e agora um novo, o mais jovem da família, descoberto e uma de nossas escavações, e que data de mais de 3 milhões de anos. GENTE DEMAIS.
O mesmo acontece com os primeiros homens, os verdadeiros. Em 1964, considerávamos o mais antigo de nossos ancestrais o Homo habilis. Depois foi encontrado outro, Homo rudolfensis, que não é idêntico ao primeiro. Em seguida ainda outro, Homo ergaster, distinto dos dois precedentes... Hoje estamos diante de uma multidão de personagens e NÃO SABEMOS ESTABELECER A RELAÇÃO ENTRE ELES. Já que os primeiros seres humanos surgiram na mesma região dos australopithecus, deduzimos que são descendentes dos mesmos. Mas qual australopithecus corresponde a qual homem? Lançamos uma nova questão: os últimos australopithecus são contemporâneos dos primeiros homens. A árvore genealógica das espécies não pára de se ramificar e nossa filiação torna-se um verdadeiro quebra-cabeça”.


Fonte:
Yves Coppens. Jornal O Estado de S. Paulo: 10/09/1995

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