Morreu recentemente o nosso grande escritor Moacyr Scliar!
Scliar foi simplesmente o maior detentor de prêmios de sua geração, dentre os quais, diversos “Jabuti”. Escreveu: “O Exército de um Homem Só”, "Manual da Paixão Solitária", "Sonhos Tropicais", "A Mulher que Escreveu a Bíblia", "O Centauro no Jardim", “A Guerra do Bonfim”, “Os Deuses da Raquel”, "Um Sonho no Caroço do Abacate" etc. Todavia, além do romance, o escritor gaúcho também se destacou entre muitos outros gêneros literários, tais como: crônica, conto, literatura infantil e ensaio.
Scliar foi simplesmente o maior detentor de prêmios de sua geração, dentre os quais, diversos “Jabuti”. Escreveu: “O Exército de um Homem Só”, "Manual da Paixão Solitária", "Sonhos Tropicais", "A Mulher que Escreveu a Bíblia", "O Centauro no Jardim", “A Guerra do Bonfim”, “Os Deuses da Raquel”, "Um Sonho no Caroço do Abacate" etc. Todavia, além do romance, o escritor gaúcho também se destacou entre muitos outros gêneros literários, tais como: crônica, conto, literatura infantil e ensaio.
Por ter nascido de uma família de imigrantes judeus, Moacyr Scliar frequentemente aborda em seus livros temas relacionados ao judaísmo. A Editora Ática, por exemplo, na série “As Religiões da História” publicou o título de sua autoria: “Judaísmo: Dispersão e Unidade”. Nesta obra Scliar traz à tona inúmeras questões ligadas ao povo judeu: dos mitos à modernidade. Dos vários assuntos discutidos no livro, um deles refere-se às perseguições sofridas pelos “filhos de Abraão” durante a Segunda Guerra Mundial, na Alemanha de Hitler.
Transcrevo a seguir o item “O Nazismo”, extraído do capítulo “Guetos e Perseguições”. Lá pelas tantas, escreveu Scliar: “O racismo não é uma invenção nazista. Trata-se de uma doutrina que se difundiu muito a partir de meados do século XIX, um subproduto espúrio das teorias biológicas que então faziam sua entrada no cenário científico, como é o caso do darwinismo”. Ei-lo:
O NAZISMO
“Nas primeiras décadas do século XX, a emancipação dos judeus alemães — reconhecida como direito pela Revolução Liberal de 1848 — parecia uma realidade. Os judeus ocupavam agora posição de destaque em numerosas atividades: na indústria, no comércio, nas finanças, na medicina, na ciência, nas artes, na literatura. A assimilação era vista como uma coisa natural e, para facilitá-la, muitos se haviam convertido, não por razões de crença, mas simplesmente para abandonarem o judaísmo. Judeus haviam lutado com denodo no exército alemão durante a Primeira Guerra...
“Nas primeiras décadas do século XX, a emancipação dos judeus alemães — reconhecida como direito pela Revolução Liberal de 1848 — parecia uma realidade. Os judeus ocupavam agora posição de destaque em numerosas atividades: na indústria, no comércio, nas finanças, na medicina, na ciência, nas artes, na literatura. A assimilação era vista como uma coisa natural e, para facilitá-la, muitos se haviam convertido, não por razões de crença, mas simplesmente para abandonarem o judaísmo. Judeus haviam lutado com denodo no exército alemão durante a Primeira Guerra...
E, no entanto, o antijudaísmo estava bem presente, fomentado inclusive pelos movimentos nacionalistas que irrompiam em toda a Europa central. O fato de os judeus serem visíveis só fazia aumentar o rancor; dizia Albert Einstein: “Se minha teoria da relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão, e a França, que sou cidadão do mundo. Mas se eu estiver errado, a França sustentará que sou alemão, e a Alemanha garantirá que sou judeu”.
A crise econômica que se seguiu à guerra de 1914- 1918 agravou muito esta situação — e forneceu fértil campo para o extremismo demagógico. Em 1925, Adolf Hitler fundou o Movimento Nacional-Socialista, que logo transformou os judeus no alvo principal de sua propaganda, apoiada no conceito de “raça inferior”.
O racismo não é uma invenção nazista. Trata-se de uma doutrina que se difundiu muito a partir de meados do século XIX, um subproduto espúrio das teorias biológicas que então faziam sua entrada no cenário científico, como é o caso do darwinismo. É nesta época que o conde Arthur de Gobineau publica Essais sur les inégalités des races humaines. Amigo, aliás, de dom Pedro II, o autor viria a ter grande influência no Brasil; aqui, o racismo tomou a forma de ataques ao índio, ao negro e sobretudo ao mulato, considerado um fraco, um “neurastênico”, como se dizia então.
O conceito de raça é muito discutível. Apóia-se em categorias biológicas, cor da pele, formato do crânio, etc. No caso dos judeus, falar de raça é uma aberração; há judeus claros e de olhos azuis, há judeus morenos, há judeus negros, como os falashas da Etiópia. Esta mistura tem a ver com a dispersão geográfica e, é claro, com a miscigenação. Para os nazistas, contudo, havia, sim, uma raça judaica, caracterizada por uma predisposição congênita não só para a usura, como também para a contestação: daí a “arte degenerada” que produziam. Os nazistas fizeram ressurgir os “Protocolos dos Sábios de Sião”, documento forjado na Rússia czarista atribuindo aos judeus uma conspiração para dominar o mundo. E, uma vez que tal perversidade estava embutida nos genes judaicos, o mal era incurável. A analogia com câncer aparece em várias obras nazistas; como câncer, exigia tratamento radical, que Adolf Hitler tratou de aplicar, tão logo se tornou chanceler, em 1933. Mas o cerco nazista em torno aos judeus foi se fechando de maneira gradual; primeiro, foram expulsos de seus cargos e tiveram seus negócios boicotados; depois, foram transferidos para campos de concentração; finalmente, começou o extermínio. Durante todo o tempo, as vítimas mantinham a ilusão de que aquilo era apenas um episódio transitório, de que a racionalidade e a lei voltariam a reinar. Só mais tarde, já em plena guerra, e com vários países ocupados, deram-se conta os judeus de que a “solução final” nada mais era que o assassinato puro e simples de homens, mulheres e crianças. Revoltas então ocorreram, como no gueto de Varsóvia, em abril de 1943, onde alguns milhares de combatentes, famintos e sem armas, enfrentaram a mais poderosa máquina bélica que a História tinha conhecido. Quando o conflito bélico terminou, com a vitória dos aliados, constatou-se que os nazistas tinham cumprido, com fria eficiência, os seus objetivos: seis milhões de judeus estavam mortos. O judaísmo da Europa central e de boa parte da Europa ocidental e oriental fora liquidado."
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É isso!
Fonte:
Moacyr Scliar: "Judaísmo: Dispersão e Unidade". Editora Ática, p. 97-100.
Nota:
As imagens inseridas no texto não se incluem no referido livro, porém são partes contundentes desta história.
Moacyr Scliar: "Judaísmo: Dispersão e Unidade". Editora Ática, p. 97-100.
Nota:
As imagens inseridas no texto não se incluem no referido livro, porém são partes contundentes desta história.
medonho!!!!
ResponderExcluirjosé saramago, aqui ? um comunista assumido que nunca condenou as atrocidades cometidas pelo comunismo ? estaline patrocinou a guerra do hilter. estaline dividiu a polónia com hitler. estaline congratulou-se sempre com as invasões do hitler até este decidir invadir o prório aliado secreto. as atrocidades do comunismo não ficam atrás das atrocidades do nazismo.
ResponderExcluirSempre mostram as mesmas fotografias desde 1945, que os anglo-americanos e soviéticos juntaram para tirar fotografias! Esses covardes "democratas humanistas" nunca mostram fotografias dos mortos no comunismo e os mais de 7 milhões de alemães mortos! Pra o inferno com as suas, mesmas mentiras holocausticas!
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