As Estações do Ano ao longo da História

"A origem do estudo da Astronomia se encontra na pré-história da civilização humana. A observação do céu provavelmente está entre as primeiras atividades de caráter empírico-sistemático da humanidade, por isso se repete constantemente: a Astronomia é a mais antiga das ciências. Há registros relativos a atividades astronômicas que datam cerca de 7000 anos atrás. Este interesse pelo céu está ligado a vários fatores: contagem do tempo, o período adequado para o plantio e até mesmo para a definição da localização geográfica. No início, os homens limitaram-se a observar e a registrar os fenômenos. E, provavelmente, o primeiro fenômeno notado foi a regularidade de alguns ciclos, como a ocorrência de um período claro (o dia) seguido de um período escuro (a noite), além de perceber que o Sol e as estrelas tinham um movimento uniforme e seguiam sempre o mesmo “caminho” no céu.

A observação de algumas estrelas à noite ou do Sol durante o dia permitia saber onde as pessoas estavam localizadas geograficamente. A medição do tempo pôde auxiliar a definir a melhor época das colheitas e da caça, o horário de voltar para casa, etc. Sabia-se que toda vez que o Sol aparecia no horizonte tinha-se passado o período de um dia, ou então que cada fase da Lua correspondia ao período de uma semana. E o seu ciclo completo (de Lua nova a Lua nova) correspondia aproximadamente ao período de um mês. Além disso, conseguiram determinar a duração de um ano de 365 dias (como é usado hoje pelos ocidentais) e o início do inverno, da primavera, do verão e do outono.

Sempre foi de grande importância tentar dominar os ciclos do tempo, por uma questão de sobrevivência. Assim, surgiram na antiguidade os observatórios diferentes dos atuais. Desse período, existem poucos registros que documentam os fatos, mas o estudo da Astronomia está registrado em pinturas rupestres, esculturas, túmulos, gravações em pedra, artefatos e construções megalíticas. Em várias regiões da Europa, são encontrados megalíticos, menires e outros vários conjuntos de bloco de rocha orientados, em sua grande maioria, na direção do Sol nascente. Os megalíticos europeus ocidentais foram construídos durante a idade neolítica e de bronze, variando entre 4000 a.C. a 1100 a.C.

Alguns exemplos estão na França, como Carnac, que é famoso como o local de mais de 3.000 monumentos de pedra pré-históricos, venerados pelos bretões.

Na Escócia, há o Callanish (figura 3.2), um círculo de 13,1 x de 11.3m, com 13 pedras delgadas altas. No meio está uma outra pedra, a maior de todas (4.75m). Quatro avenidas incompletas se afastam do círculo, com únicas fileiras das pedras ao leste, ao sul e ao oeste, e a uma fileira dupla apenas no lado nordeste. Se todas as fileiras estivessem completas, seus alinhamentos axiais convergiriam para a pedra do centro, Este local data de aproximadamente 1800 a.C.

Na Inglaterra, em Stonehenge (figura 3.3), há um observatório feito de pedras, há cerca de 2 500 anos, construído por um povo que ainda não conhecia a escrita. Elas estão dispostas de tal forma que se pode prever o início de cada uma das estações do ano. Com a utilização desses megalíticos, era possível prever o ponto de nascer e ocaso do Sol e da Lua nas diferentes épocas do ano. Existem indícios que eles já poderiam determinar a ocorrência dos eclipses e das fases da Lua."

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Fonte:
EVERALDO JOSÉ MACHADO DE LIMA: "A Visão do Professor de Ciências Sobre as Estações do Ano". (Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação, em Ensino de Ciências e Educação Matemática, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre. Orientadora: Profª. Drª. Rute Helena Trevisan). Londrina - Paraná, 2006.

Nota
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