Os presbiterianos e a educação no Brasil


O estudo da educação protestante requer algumas definições preliminares. O termo protestantismo histórico é subdividido em dois grupos: de imigração e de missão. O protestantismo de imigração teve início com o ramo luterano da Reforma que se estabeleceu no Brasil em 1824 com a chegada dos imigrantes alemães. O protestantismo de missão compreende as igrejas que foram fundadas no Brasil, ainda no século XIX, sob a iniciativa das missões protestantes norte-americanas. São elas: Presbiteriana (1859), Batista, Metodista e Episcopal. A igreja congregacional, também derivada da Reforma Protestante, foi a primeira das igrejas missionárias a ser implantada no Brasil, e a sua inserção não foi resultado da iniciativa de missão norte-americana, mas do médico Robert Reid Kalley, que veio para o Brasil, fugindo da perseguição religiosa movida contra ele na Ilha da Madeira. Sobre essa atuação da Igreja congregacional é oportuno citar o trabalho John Leith “A Tradição Reformada”.

É importante lembrar também que, antes da chegada de Simonton, o Brasil vinha recebendo a visita de outros missionários. Por volta de
1840, aqui esteve o pastor metodistas Daniel Paris Kidder, que realizou principalmente o trabalho de distribuição de bíblias. Seguei-o o Rev. James C. Fletcher, com o mesmo tipo de atividade. Coube, entretanto, ao Rev. Robert R, Kalley a tarefa da organização da primeira igreja protestante de língua portuguesa no Brasil. Ele já havia trabalhado na ilha da Madeira(pertencente a Portugal). Veio à nossa terra e, com muito cuidado, conseguiu o reconhecimento legal para a organização de uma igreja protestante. Foi no ano de 1858 que ele lançou a semente, na capital do Império, da igreja Evangélica Fluminense Congregacional (LEITH, 1996, p. 85).

Todas essas igrejas consideram a Reforma, luterana e calvinista o fato fundante de sua tradição, e com maior ou menor intensidade cultivam essa memória. Entre os batistas, por vezes, poderá haver aqueles que não se reportam à Reforma Protestante como fato fundante, porém o nascimento dos batistas é inseparável da história dos puritanos na Inglaterra no século XVII.

As igrejas oriundas do protestantismo de missão subdividiram-se em outros
grupos. Com exceção das igrejas de Renovação Pentecostal, as igrejas nascidas de cismas continuam na família de igrejas reformadas. Segundo o censo de 2000 são 4.667,778 fiéis pertencentes ao protestantismo de missão (JACOB et al., 2003).

A educação desempenhou um papel estratégico no estabelecimento do protestantismo de missão no Brasil do século XIX. Para que possamos analisar isto, faz-se necessário lembrar um pouco do contexto histórico do Brasil Império.

O Primeiro Império (1822-1831) pouco avançou, em termos concretos, na direção de um projeto de modernização do Brasil. O período significativo para a modernização do
Brasil começou a ocorrer no Segundo Reinado (1840-1889). Sobre o significado desse período Boris Fausto afirma:

1850 não assinalou no Brasil apenas a metade do século. Foi o ano de
várias medidas que tentavam mudar a fisionomia do país, encaminhando- o para o que então se considerava modernidade. Extinguiu-se o tráfico de escravos, promulgou-se a Lei de Terras, centralizou-se a Guarda Nacional e foi aprovado o primeiro Código Comercial. Este trazia inovações e ao mesmo tempo integrava os textos dispersos que vinham do período colonial. Entre outros pontos, definiu os tipos de companhias que poderiam ser organizadas no país e regulou suas operações. Assim como ocorreu com a Lei de Terras, tinha como ponto de referência a extinção do tráfico. A liberação de capitais resultante do fim da importação de escravos deu origem a uma intensa atividade de negócios e de especulação. Surgiram bancos, indústrias, empresas de navegação e vapor etc. (FAUSTO, 1999, p. 197).

A chegada dos missionários norte-americanos começou no período do Segundo Império. Dentre os primeiros estão os missionários metodistas Daniel Parrish Kidder e Justin Spaulding. O primeiro esteve no Brasil de 1837-1840 e o segundo de 1838-1842. Os missionários presbiterianos James Cooley Fletcher, de 1851 a 1865; Ashbel Green Simonton, de 1859 até seu falecimento em 1867; Alexander Latimer Blackford, de 1860 a 1890; George Chamberlain, de 1862 a 1902 e Francis Joseph Christopher Schneider, de 1860 a 1884. Enviados pela Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados atuaram no Brasil George Nash Morton, de 1869 a 1886; Edward Lane, de 1869 a 1892 (MENDONÇA, 1995).

No campo da educação, esse período registrou a presença de algumas mulheres.
Do lado presbiteriano são as seguintes: Mary Parker Dascomb e Elmira Kuhl. A primeira chegou ao Brasil em 1869 com a missão de dirigir a recém-criada Escola Americana (embrião da Universidade Mackenzie) na cidade de São Paulo e a segunda chegou em 1874, indo trabalhar em Rio Claro e mais tarde, em 1878, para São Paulo auxiliar Mary P. Dascomb. Um segundo grupo de educadoras foi enviado pela Igreja Presbiteriana do Sul dos Estados Unidos para o trabalho no Colégio Internacional de Campinas. Eram Arianna Herderson em 1872, Mary Videau Kirk, em 1874 e Charlotte Kemper em 1882 (MATOS, 2004).

No Segundo Império foram feitas mudanças na área social, política e educacional,
e essas mudanças foram mais relevantes que no Primeiro Império, proporcionando um ambiente mais propício para a atuação dos missionários na área da educação e foi nesse período que eles fundaram as primeiras escolas. O advento da República trazia a expectativa de uma educação melhor para toda sociedade, e, consequentemente, os missionários também tinham uma grande esperança de mudança que trouxesse mais liberdade de atuação e uma educação que fosse mais apropriada para o desenvolvimento do país.

As expectativas eram grandes em relação ao sistema republicano, como modelo que oferecia melhores condições para que o país saísse do sistema de produção agrário-comercial, representado pelo sistema político dos coronéis, e entrasse no sistema urbano industrial, que possibilitasse um desenvolvimento maior.

Como sistema político e concentração de poder, o coronelismo pode ser tido como o formador da base de estrutura do poder na sociedade brasileira, e essas estruturas se adaptaram durante as mudanças políticas e sociais do período Imperial, e assim sempre continuou no exercício do poder. Essa estrutura de poder formada pelo coronelismo não foi vencida com o advento da República, mas novamente se adaptou e a sociedade continuou sob sua liderança. Sobre esse assunto Nagle (2001, p.10) escreve:

Originado da distribuição de postos honoríficos da Guarda Nacional, o
sistema coronelista não é interrompido com o advento do regime republicano; ao contrário, é continuamente alimentado pelo desenvolvimento das formações oligárquicas e atinge um ponto mais alto com a chamada “política dos governadores”.

A implantação do regime republicano não conseguiu romper com o sistema dos
grandes latifúndios, que eram os instrumentos de conservação da política dos coronéis. E como a federação precisou da ajuda dos coronéis, fortaleceu esse regime de poder que, de forma mais ampla, desembocou na política dos governadores, feitas de alianças entre membros da elite política.

A caracterização desse regime dos coronéis era o continuísmo, ou imobilismo, não permitindo que o país pudesse ter o desenvolvimento que necessitava, porque o poder ainda estava nas mãos de um número muito pequeno de pessoas. A política dos governadores, que eram os representantes dos coronéis, não demorou em ser a política dos
dois grandes Estados, São Paulo e Minas Gerais, que passaram se alternar na eleição dos presidentes da República.

Também é interessante observar, sobre o voto, um instrumento da sociedade constituída pelo sistema representativo. Com a continuidade do sistema dos coronéis, o voto passou a ser um instrumento negativo. A esse respeito Nagle (2001, p.14) escreve:

É interessante analisar, agora, alguns elementos mais específicos que caracterizavam a sociedade política brasileira, a começar pela instituição fundamental de todo o regime representativo, o voto, com o incontestável domínio do coronelismo, sobre a grande maioria das massas rurais “o
voto era um ato de vassalagem”.

Esse era o panorama político do país no início do século XX. O voto, instrumento
deveria ser a expressão da representação da maior parte da população, era transformado numa ferramenta, que favorecia a grupos que detinham o poder para seu próprio benefício. Para isso usavam o povo como massa de manobra, para atingirem os seus interesses. O voto não tinha nenhum compromisso ideológico, o que se evidenciava era o descompromisso com a política.

Diante desse cenário político-social, pode-se aferir que o trabalho dos missionários
encontrou muitas dificuldades, com forte rejeição por parte desses setores oligárquicos, que mantinham o seu poder pela manipulação das massas, justamente devido à ignorância da massa. Mas isso ocorria porque o povo não recebia educação, era analfabeto, e assim podia ser manipulado. Os missionários protestantes vinham com uma proposta educacional, de alfabetizar as pessoas, para que essas pudessem ler a bíblia. Por esse projeto não ser ainda, um projeto de educação popular, mas uma educação voltada para uma pequena parte da sociedade, isso veio a ser um problema de discussão interna no presbiterianismo. E embora essa educação trazida pelos missionários não fosse popular, ainda assim, esse tipo de religião não foi bem vista por essas oligarquias, pois a educação, mesmo não sendo para todos, era um instrumento de formação de novas ideias, que poderiam contrariar a dominação dos grupos que detinham o poder.

O que se pode verificar no contexto sócio-educacional é que, embora a República
tenha trazido algumas alterações no quadro social do país, elas não foram tão significativas como esperavam, pois politicamente a estrutura de poder ainda permanecia a mesma.

O coronelismo, a instituição oligárquica, representada pela “política dos governadores”, delimitou um sistema de representação coletiva singular. De acordo com o qual as posições de mando se conservavam dentro de um grupo bastante restrito, que perpetuava a mesma composição de poder. É este o fenômeno político mais importante da história do regime republicano até o final da Primeira República
(NAGLE, 2001, p.12).

Pode-se constatar que as condições do ensino público do país foram precárias durante todo o Império e que essa realidade não mudou simplesmente com o a chegada da República. Desta forma destaca-se mais a situação do ensino público paulista, pelo fato de ser onde o autor em estudo, Eduardo Carlos Pereira, teve a sua maior atuação como educador. Havia poucas escolas e as poucas que existiam tinha limitações em relação ao espaço físico, não tendo um lugar adequado para que fossem acomodados os alunos e professores com um mobiliário que não correspondia, para que se pudesse dar um ensino de forma adequada, com professores mal remunerados, e não qualificados para o exercício da docência, pois, na sua maioria, eram professores leigos.

Dentro desta situação de dificuldades em que se encontrava o ensino público,
principalmente no que se diz respeito ao ensino elementar, em contrapartida, o ensino de escolas particulares florescia em todos os níveis. Assim, esse momento foi oportuno para que os missionários protestantes estabelecessem as suas escolas e pudessem oferecer a sua contribuição educacional. A professora Souza (2006, p.51-52) reporta-se em referência a esse momento da seguinte maneira:

Nas décadas finais de século XIX, a educação popular tornou-se uma das
bandeiras de luta dos liberais republicanos. Na província de São Paulo, as idéias de renovação do ensino consolidaram-se a partir da rica experiência das escolas particulares confessionais e leigas que foram instaladas na segunda metade desse século.

Pode-se constatar que os republicanos passaram usar a temática da educação do povo como a bandeira de sua atuação diante daquela sociedade. E que usariam a instrumentalidade das escolas privadas, com a finalidade de incluí-las nesse projeto de educação, visando aglutinar todos os recursos para que pudessem fazer uma reforma educacional.

Essa influência não ficaria restrita somente na atuação e construção de novas
escolas, mas diretamente contribuindo com a renovação dos métodos de ensino. Nisso houve participação direta de educadores protestantes, que faziam parte das lideranças das escolas fundadas pelos missionários presbiterianos.

A reforma do ensino público paulista foi implementada com a criação de escolas modelo, onde não somente teria nessa escola um edifício com instalações adequadas para os alunos, com professores qualificados, mas também deveriam ter um novo método de ensino. Em relação a esse assunto Souza (2006, p.56) escreve:

Para dirigir cada uma das sessões da escola-modelo, Caetano de Campos buscou profissionais com o domínio dos novos métodos. Para tanto.
Foram contratadas as professoras Maria Guilhermina Loureiro de Andrade e Miss Márcia Browne. Ambas indicadas pelo Professor Lane, diretor da Escola Americana, foram formadas nos Estados Unidos. Os esforços despendidos por Caetano de Campos para a contratação das duas professoras denotam, por um lado, a crença no valor do método e, por outro lado, a consagração da influência americana nesse primeiro período de reforma da instrução pública no Estado de São Paulo.

Pode-se asseverar que a influência norte-americana nesse momento da reforma
educacional paulista foi muito significativa, ao ponto de o professor Lane, diretor de uma escola privada, a escola americana (que hoje é a Universidade do Mackenzie), fazer a indicação de nomes que ficariam responsáveis pela instituição do método a ser usado no ensino público paulista. Isso mostra o quanto as escolas privadas participaram naquele momento da tentativa de reforma no ensino público paulista.

A contribuição das escolas privadas confessionais nessa reforma do ensino público
em São Paulo, a participação do professor Lane, diretor de uma escola presbiteriana, que era contemporâneo do professor Eduardo Carlos Pereira e que trabalharam juntos, tanto no ensino escolar, quanto no ensino religioso, pois congregavam na mesma Igreja.

Faz-se também a observação de que houve uma discordância entre o professor
Lane e o professor Eduardo Carlos Pereira, referente ao projeto da educação a ser realizada por grandes colégios, pois Eduardo Carlos Pereira era favorável à educação pública ginasial e ao cuidado com a primeira infância por meio das chamadas escolas paroquiais e contrário ao investimento nos grandes colégios confessionais como estratégia de evangelização indireta. Essa discordância gerou uma profunda discussão interna no presbiterianismo brasileiro.

Nessa reforma educacional vemos a expressão de uma educação legada do século XIX, que adentraria ao século XX, com mudança iniciadas no Império e que prosseguiriam na sociedade republicana. Para explicar esse legado educacional, de um período para o outro, é oportuno fazermos menção às palavras do professor Saviani (2006, p.28):

No decorrer do século XIX assistimos, então, ao processo gradual de
organização da educação das crianças passando do ensino individual para o mútuo, deste para o simultâneo e finalmente para o ensino intuitivo. Ora, esse movimento implicou, por sua vez, a exigência de um espaço apropriado para o desenvolvimento da instrução, o que irá culminar na organização dos grupos escolares. Portanto além do método intuitivo que, assumido no final do Império, se tornou dominante na primeira República, o século XIX legou para o século XX A exigência de construção, pelo Estado, de prédios especificamente destinados ao funcionamento das escolas.

Verifica-se a evolução do sistema educacional que foi legado pelo século XIX,
principalmente na participação do Estado, com a determinação da responsabilização do Estado, de forma a contribuir para um melhor desenvolvimento da educação popular, realizando mais investimentos nas condições físicas das escolas e também na formação de docentes, o que também foi um legado do século XIX. Nesse quadro “A instituição da formação dos professores foi um legado do século XIX” (SAVIANI, 2006, p.28).

Naquele momento passou-se também a exigir uma participação mais efetiva do
governo nos investimentos, pois a participação da educação no orçamento do governo era mínima, e esse era um legado negativo do século XIX, mas que nos mostra o contexto em que estava inserida a atuação dos educadores presbiterianos. Para que se evidencie melhor esse assunto, o professor Saviani (2006, p.28-29) escreve:

Um outro legado do século XIX, cujo marco legal visível foi o ato
adicional de 1834, expressa-se no descompromisso do governo central com a manutenção da instrução popular. Durante os 49 anos correspondentes ao segundo Império, entre 1840 e 1888, a média anual dos recursos financeiros investidos em educação foi de 1,80% do orçamento do governo imperial, destinando-se para instrução primária e secundária a média 0,47%. Rui Barbosa constava em 1882, O Estado, no Brasil, consagrava a esse serviço apenas 1,99% do orçamento geral, enquanto as despesas militares nos devoram 20,86%.

Nesse panorama, observa-se a configuração sócio-política no momento da atuação do protestantismo presbiteriano frente à tentativa de sua contribuição no universo educacional no Brasil, em meados do século XIX e início do século XX. Num momento de mudança da configuração política do Império para a República vemos que as dificuldades de implantação do protestantismo presbiteriano foram muitas.

Durante o Império a participação do governo numa educação popular praticamente
não existiu, e na República, embora tenha avançado nessa direção, ainda permaneceram estruturas que impediam com que esse projeto educacional não fosse consolidado.

Diante do quadro em que se encontrava a educação no Brasil na época de chegada
do protestantismo presbiteriano, apesar das grandes dificuldades que esse segmento teve para a implantação de suas ideias, constata-se que o momento era propício, pela escassez de investimento que havia na educação do povo brasileiro. A estratégia de usar a educação como instrumento de evangelização do povo, para que o presbiterianismo pudesse estabelecer a sua forma de crença e, consequentemente, a sua Igreja no Brasil, foi um instrumento de propagação de suas ideias.

Observa-se ainda que esse segmento religioso ofereceu à sociedade brasileira
naquela ocasião, por pequena que fosse, uma alternativa no universo da educação. A participação do protestantismo presbiteriano, por meio dos seus missionários norte-americanos e pastores brasileiros, que, fazendo uso da instrumentalidade das suas escolas, tentaram oferecer para a sociedade brasileira uma referência a mais de educação, mesmo que essa nova opção estivesse longe de ser uma educação popular, contribuiu para a educação no Brasil Império e do Brasil República."

---
Fonte:
EDISON APARECIDO GUTIERRES: "EDUARDO CARLOS PEREIRA (1855-1923) E O PROJETO EDUCACIONAL PRESBITERIANO NO BRASIL". (Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Área de Concentração: Fundamentos da Educação, da Universidade Estadual de Maringá, como um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Educação Orientador: Prof. Dr. Cezar de Alencar Arnaut de Toledo). Maringá, 2010.

Nota
:
A imagem inserida no texto não se inclui na referida tese.
As referências bibliográficas de que faz menção o autor estão devidamente catalogadas na citada obra.
O texto postado é apenas um dos muitos tópicos abordados no referido trabalho.
Para uma compreensão mais ampla do tema, recomendamos a leitura da tese em sua totalidade.

Disponível digitalmente no site: Domínio Público

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Excetuando ofensas pessoais ou apologias ao racismo, use esse espaço à vontade. Aqui não há censura!!!