Charles Darwin e a "Grande Revolução Ateísta"

Embora não faça sentido associar diretamente o darwinismo ao ateísmo (muito antes de Darwin já existiam ateus), é notório o esforço de certa vertente darwinista em transformar este naturalista inglês em seu mais legítimo representante. Querem provas?

Pois bem. Cogita-se por aí a criação dum tal "Dia do Orgulho Ateu", algo semelhante ao "Dia do Orgulho Gay" ou talvez ao "Dia do Orgulho Darwinista" etc. Nada demais, afinal, toda pessoa é livre para fazer sobressair seus brios e botar para fora suas carências afetivas e seus sentimentos amordaçados pela "censura social". Ademais, todo mundo tem seu dia, ainda que este seja o dia de sua morte. Os meus, por exemplo, são os fins de semanas e os feriados, principalmente os feriados prolongados. Portanto, não questiono esse direito por reconhecimento, tanto de ateus quanto de crentes ou mesmo dos corintianos sofredores. Viva a democracia!

Agora, o que de certa forma me causa estranheza, diz respeito à data escolhida para "consagrar" o "Dia do Orgulho Ateu". Qual? Exatamente o dia 12 de fevereiro, que, por coincidência, remete ao dia de nascimento de Charles Darwin. Pelo menos é isso que anda divulgando uma tal de A
ssociação Brasileira de Ateus e Agnósticos: "Já existe uma comunidade no Orkut dedicada ao dia do orgulho ateu, onde se votou por estabelecer o dia do ateu em 12 de fevereiro, aniversário de nascimento de Charles Darwin, o eminente biólogo que deu uma das mais significativas contribuições isoladas ao conhecimento humano, que ao mesmo tempo o impeliu do cristianismo ao agnosticismo".

Mas, por que cargas d'água Charles Darwin se nem ateu ele era? Por que não, por exemplo, o famoso autor de "O Anticristo" (inimigo declarado do cristianismo), o grande filósofo alemão
Nietzsche? Ou por que não Karl Marx, outro grande inimigo da fé? Ou seria porventura "A Origem das Espécies" um livro ateísta, metaforizado por "plumas naturais" e repleto de mistérios, assim como em "O Livro Negro de São Cipriano"?

Não, o problema não está em Darwin, mas nesta nova vertente ateísta a qual já deu mostras suficientes que veio para competir com a religião, ou mais que isso: para substituí-la. Querem mais provas?

Pois bem. Não satisfeitos apenas por saírem pelas ruas em animados desfiles (talvez com grandes cartazes de Charles Darwin), esses ateus "chiques e perfumados" (como diria Enézio de Almeida), almejam a plena transformação da história. Pretendem formular um calendário exclusivamente ateu, uma espécie de "Calendário Ateísta Universal", para contrapor ao
Anno Domini e a Hégira. Seria, portanto, o fim da Era Crista e o início da tão profetizada "Darwin Era", cujo marco, coincidentemente dar-se-ia exatamente no ano de publicação do "A Origem das Espécies" de Darwin: "Por que então não deveríamos criar o nosso próprio calendário? Essa é a idéia do Universal Atheist Calendar, que propõe como zero o início real do universo como o conhecemos, há cerca de 13 bilhões de anos. Existem outras propostas como a Darwin Era, que se baseia no ano de publicação da primeira edição da Origem das Espécies, em 1859".

Mas, por que exatamente "Darwin Era"? (Seria porventura a afirmação de que Darwin já era, e que um novo paradigma faz-se necessário na ciência?) Por que não "Epicuro Era", já que este pensador grego no seu tempo rebelou-se contra a vontade dos deuses?

Não há, pois, a menor dúvida do caráter "religioso" deste novo movimento ateísta, o qual estranhamente deseja entronizar o "pai da evolução". Querem outras provas?

Pois bem. Muito mais do que a criação de um novo calendário e a decretação de uma nova era baseada na vida e obra de Darwin, esses "arautos da razão" almejam, também, "mandar Cristo embora" (ao menos desta vez, porém, não incluíram o nome do naturalista inglês): "Chega de Feliz Natal e de luzes penduradas em árvores: "Seja qual for o calendário, ele pode comportar as mais diferentes celebrações seculares. Uma das possibilidades é o Newtal, a comemoração do nascimento de Newton, no dia 25 de dezembro. Podemos continuar usando a árvore, mas pendurando maçãs para nos lembrarem da lenda sobre a formulação da lei da gravitação universal".

Querem mais?

Pois bem. Aguardem, e não tardará a surgir uma nova moeda universal cuja esfinge será a cara de Darwin. E mais diante: uma só religião (o "Darwinismo Universal"), uma só nação ( o "País de Darwin"), uma só língua (o "darwinês") e, obviamente, um só "deus"... Quem? ((rs))

É isso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Excetuando ofensas pessoais ou apologias ao racismo, use esse espaço à vontade. Aqui não há censura!!!