Darwinismo Awards - I

Não satisfeito por apenas especular no âmbito da Biologia, o darwinismo passou a meter seu bedelho em tudo quanto é buraco do conhecimento humano, como a Psicologia, a Sociologia e até mesmo a Teologia. Essas quixotescas aventuras darwinianas, como já seria de se esperar, culminou em muitas teorias bizarras, extravagantes e escalafobéticas, como as que suguem:

1. A TEORIA DA PANGÊNESE
A obssessão de Darwin por questões relacionadas à hereditariedade era de tal monta que o levou a criar uma teoria própria baseada na herança dos caracteres adquiridos: a estranha Pangênese. Sobre ela, escreveram seus famosos biógrafos Desmond e Moore (os mesmos autores de “A Causa Sagrada de Darwin”):
"Mas Darwin estava relutante em abandonar a hipótese de que um órgão bem tratado e fortalecido poderia ser herdado. Durante décadas ele tinha acumulado evidências de que o físico dos comerciantes era transmitido — que os filhos dos ferreiros nasciam com o bíceps musculoso ou que marcas paternas reapareciam nos bebês. Mais e mais ele recorria a isso, tomando a pân-gênese essencial. Na Descendência tal herança era apresentada como um poderoso fator da evolução humana.
[...] Nada iria induzi-lo a competir com Huxley, sufocando o seu deus-bebê. Portanto ele deixou Pan essencialmente intacto, permitindo literalmente que organismos crescessem de suas gêmulas herdadas. Uma amarga experiência fê-lo pensar que os seus filhos compartilhavam das suas fraquezas. Era reconfortante pensar que dividiam as suas capacidades mentais e que as gêmulas modificadas do seu cérebro jovem e sobrecarregado de trabalho tinham transmitido suas peculiares dádivas psicológicas" ("Darwin: A Vida de um Evolucionista Atormentado").
Em seu livro “A Origem do Homem e a Seleção Sexual” o mesmo Darwin explica sua teoria da seguinte forma:
"A distinção importante entre transmissão e desenvolvimento se gravará melhor em nossa mente com a ajuda da hipótese da pangênese. Segundo esta hipótese, toda unidade ou célula do corpo emite gêmulas ou átomos subdesenvolvidos que se transmitem à prole de ambos os sexos e se multiplicam por autodivisão. Esses átomos podem permanecer subdesenvolvidos durante os primeiros anos de vida ou durante sucessivas gerações e o seu de­senvolvimento em unidades ou células, semelhantes àquelas das quais derivam, depende da sua afinidade e união com outras unidades ou células anteriormente desenvolvidas na devi da ordem de crescimento” (p. 236).

2. A TEORIA DO MONSTRO ESPERANÇOSO
Esta teoria foi elaborada na década de 1940 pelo médico geneticista Richard Goldschmidt, um judeu que fugiu da dizimação da ciência alemã praticada por Hitler. A Teoria do Monstro Promissor ou Monstro Esperançoso foi uma tentativa de preencher a lacuna darwinista no que se relacionava à crença rígida no gradualismo. Segundo Goldschmidt, às vezes, mudanças grandes e coordenadas poderiam ocorrer simplesmente ao acaso — talvez um réptil pusesse um ovo apenas uma vez, digamos, e nele fosse chocada uma ave. Sobre isto, escreveu Gould ("O Polegar do Panda"): "Goldschmidt não levantou qualquer objeção aos relatos padrões da microevolução e devotou a primeira metade do seu principal tra­balho, The Material Basis of Evolution (Yale University Press, 1940), à mudança gradual e contínua dentro das espécies. Todavia, rompeu nitidamente com a teoria sintética ao argumentar que as novas espé­cies surgem abruptamente pela variação descontínua, ou macromutação. Admitiu que a grande maioria das macromutações podiam apenas ser consideradas desastrosas — e por isso chamou-lhes "monstros. Contudo, continua Goldschmidt, vez por outra, uma macro-mutação pode conseguir, por pura sorte, adaptar um organismo a um novo modo de vida — um "monstro promissor", na terminologia dele. A macroevolução prossegue pelo raro sucesso desses monstros promissores, e não pela acumulação de pequenas mudanças dentro das populações” (p.167).

3. A TEORIA DOS MEMES
Idealizada pelo zoólogo inglês Richard Dawkins, a teoria dos memes surgiu como uma tentativa bisonha de explicar determinados ocorrências relacionadas a comportamentos humanos específicos, por exemplo, as razões pelas quais a crença religiosa se tornou um fenômeno de alcance universal. Em seu livro “O Gene Egoísta” Dawkins sintetiza sua visão “memética” da seguinte forma: Da mesma maneira que os genes se propagam no conjunto de genes saltando de corpo em corpo via esperma ou óvulos, também os memes se propagam no conjunto de memes saltan­do de cérebro em cérebro por um processo que, no sentido amplo do termo, pode ser chamado de imitação".

4. A TEORIA DO HÍMEN
Segundo o médico legista Hélio Gomes, em seu “Curso de Medicina Legal”, o hímen (membrana que fecha parcialmente o orifício externo da vagina de mulheres virgens) é uma característica evolutiva peculiar à espécie humana, uma vez que apenas os hominídeos, o homem e algumas espécies de macacos a possui. Isso, segundo este médico, é uma prova contundente de que o homem descende dos primatas.

5. A TEORIA DO ESTUPRO
Com base em observações de copulações forçadas em canários machos solteiros com suas respectivas fêmeas, o sociobiólogo americano David Barash (“Sociobiology: the Whispering Within”) chegou a “ponderada” conclusão de que o estupro nada mais é do que uma estratégia pela qual o estuprador (ou violador) busca “maximizar a propagação dos seus genes”. Em os “Herdeiros de Darwin” (Scritta Editora, p. 193), Marcel Blanc faz menção das próprias palavras de Barash, o qual não deixa margem para dúvidas sobre a questão: “Talvez, os estupradores humanos, em seu desvio crimi­noso, exerçam do modo mais apropriado suas possibilidades para maximizar seu sucesso reprodutivo. Se é assim, não são realmente diferentes dos canários solteiros excluí­dos da reprodução normal. Um outro ponto: mesmo que o confessem de bom grado ou não, numerosos machos hu­manos são estimulados pela ideia da violação. O que não faz deles estupradores, mas isso mostra bem que têm algo em comum com os canários”.

É isso!

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