As imagens, a seguir, constam de
uma edição de 1941 do clássico "A Divina Comédia" (La Divina
Commedia), de Dante Alighieri, publicada em língua italiana pelo Istituto
Nazionale Dantesco: "Exemplare numero quattrocentottantuno", por Ottavia de Lorenzi Guilidi, com
ilustrações de Amosnattini. A referida edição encontra-se disponível em versão
digital no site da Biblioteca Nacional Digital (vide: Inferno, Purgatório,
Paraíso). Os textos que seguem ilustrando as respectivas imagens foram
extraídos da tradução para a Língua Portuguesa, realizada por José Pedro Xavier
Pinheiro, a qual está disponível numa edição do Projeto Livro Livre, disponível
em formato PDF. Esta mesma edição do Projeto Livro Livre pode está acessível
também em áudio e pode ser ouvida no Youtube. Para quem tem interesse num bom
comentário sobre este grande clássico da Literatura Universal, recomendamos ainda
um áudio do professor João Adolfo Hansen, disponível no Youtube.
---
"A Divina Comédia", de Dante Alighieri: síntese de cada Canto, acompanhado da respectiva ilustração.
"A Divina Comédia", de Dante Alighieri: síntese de cada Canto, acompanhado da respectiva ilustração.
O INFERNO
Canto I - Inferno
Dante, perdido numa
selva escura, erra nela toda a noite. Saindo ao amanhecer, começa a subir por
uma colina, quando lhe atravessam a passagem uma pantera, um leão e uma loba,
que o repelem para a selva. Aparece-lhe então a imagem de Virgílio, que o
reanima e se oferece a tirá-lo de lá, fazendo-o passar pelo Inferno e pelo
Purgatório. Beatriz, depois, o guiará ao Paraíso. Dante o segue.
Canto
II - Inferno
Depois da invocação às Musas,
Dante, considerando a sua fraqueza, duvida de aventurar-se na viagem.
Dizendo-lhe, porém, Virgílio, que era Beatriz quem o mandava, e que havia quem
se interessava pela sua salvação, determina-se segui-lo e entra com o seu guia
no difícil caminho.
Canto
III - Inferno
Chegam os Poetas à porta do
Inferno, na qual estão escritas terríveis palavras. Entram e no vestíbulo
encontram as almas dos ignavos, que não foram fiéis a Deus, nem rebeldes.
Seguindo o caminho, chegam ao Aqueronte, onde está o barqueiro infernal, Caron,
que passa as almas dos danados à outra margem, para o suplício. Treme a terra,
lampeja uma luz e Dante cai sem sentidos.
Canto
IV - Inferno
Dante
é despertado por um trovão e acha-se na orla do primeiro círculo. Entra depois
no Limbo, onde estão os que não foram batizados, crianças e adultos. Mais
adiante, num recinto luminoso, vê os sábios da antiguidade, que, embora não
cristãos, viveram virtuosamente. Os dois poetas descem depois ao segundo
círculo.
Canto V
- Inferno
No
ingresso do segundo circulo está Minos, que julga as almas e designa-lhes a
pena. No repleno desse círculo estão os luxuriosos, que são continuamente
arrebatados e atormentados por um horrível turbilhão. Aqui Dante encontra
Francesca de Rimini, que lhe narra a história do seu amor infeliz.
Canto
VI - Inferno
No
terceiro círculo estão os gulosos, cuja pena consiste em ficarem prostrados
debaixo de uma forte chuva de granizo, água e neve, e ser dilacerados pelas
unhas e dentes de Cérbero. Entre os condenados Dante encontra Ciacco,
florentino, que fala com Dante acerca das discórdias da pátria comum.
Canto
VII - Inferno
Pluto,
que está de guarda à entrada do quarto círculo, tenta amedrontar a Dante com
palavras irosas. Mas Virgílio o faz calar-se, e conduz o discípulo a ver a pena
dos pródigos e dos avarentos, que são condenados a rolar com os peitos grandes
pesos e trocarem-se injúrias. Os Poetas discorrem sobre a Fortuna, e, depois,
descem ao quinto círculo e vão margeando o Estiges, onde estão mergulhados os
irascíveis e os acidiosos.
Canto
VIII - Inferno
Flégias corre com a sua barca para os dois Poetas
serem conduzidos, passando à lagoa, à cidade de Dite. No trajeto encontram a
Filipe Argenti, florentino, que discute com Dante. Chegando às portas de Dite,
os demônios não o querem deixar entrar. Virgílio, porém, diz a Dante que não lhe
falte a coragem, pois vencerão a prova e que não há de estar longe quem os
socorra.
Canto
XIX - Inferno
Dante pergunta a Virgílio se havia já percorrido outra vez
o Inferno. Virgílio responde que já percorreu todo o Inferno e narra como e
quando. Na torre de Dite se apresentam, no entanto, as três Fúrias e depois
Medusa, que ameaçam a Dante. Virgílio, porém, o defende. Chega um anjo do Céu
que abre aos Poetas as portas da cidade rebelde.
Canto X - Inferno
Caminhando os Poetas entre as arcadas, onde estão penando as almas dos heresiarcas, Dante manifesta a Virgílio o desejo de ver a gente nelas sepultada e de falar a alguém. Nisto ouve uma voz chamá-lo. É Farinata degli Uberti. Enquanto o Poeta conversa com ele é interrompido por Cavalcante Cavalcanti, que lhe indaga por seu filho Guido. Continua Dante o começado discurso com Farinata, que lhe prediz obscuramente o exílio.
Canto XI - Inferno
(A ilustração parece não corresponder ao teor do Canto)
Os
Poetas chegam à beira do sétimo círculo. Sufocados pelo mau cheiro que se
levanta daquele báratro, param atrás do sepulcro do papa Anastácio. Virgílio
explica a Dante a configuração dos círculos infernais. O primeiro, que é o
sétimo, é o círculo dos violentos. Como a violência pode dar-se contra o
próximo, contra si próprio e contra Deus, o círculo é dividido em três
compartimentos, cada um dos quais contém uma espécie de violentos. O segundo
círculo, que é o oitavo, é o dos fraudulentos e se compõe de dez círculos
concêntricos. O terceiro, que é o nono, se divide em quatro compartimentos
concêntricos. Fala-lhe também acerca dos incontinentes e dos usurários.
Movem-se depois para o lugar de onde se desce para o precipício.
Canto XII - Inferno
O Minotauro está de guarda ao sétimo círculo. Vencida a ira dele, chegam os Poetas ao vale, em cujo primeiro compartimento vêem um rio de sangue fervendo, no qual são punidos os que praticaram violências contra a vida ou as coisas do próximo. Uma esquadra de Centauros anda em volta do paul vigiando os condenados, frechando-os se tentam sair do rio de sangue. Alguns desses Centauros pretendem deter os Poetas, porém Virgílio os domina, conseguindo que um deles os escolte e transporte na garupa a Dante. Na passagem o Centauro, que é Nesso, fala a respeito dos danados que sofrem a pena no rio de sangue.
Canto XIII - Inferno
Os dois Poetas entram no segundo compartimento, onde são punidos os violentos contra si mesmos e os dilapidadores dos próprios bens. Os primeiros são transformados em árvores, cujas negras folhas as Hárpias dilaceram; os outros são perseguidos por cães famintos que os despedaçam. Dante encontra Pedro des Vignes, de quem ouve os motivos pelos quais se suicidou e as leis divinas em relação aos suicidas. Vê depois o senense Lano e o paduano Jacob de Sant’Andréa. Ouve, enfim, de um suicida florentino, qual é a causa dos males da sua pátria.
Canto XIV - Inferno
O terceiro compartimento no qual agora chegam os Poetas é um campo de areia ardente, devastado por grandes chamas de fogo. Aí estão os violentos contra Deus, contra a natureza e contra a arte. Entre os primeiros está Capaneo, que desafia a Deus. Seguindo, Dante e Virgílio chegam a um regato sanguíneo. Deste e dos outros rios do Inferno Virgílio narra a origem misteriosa.
Canto XV - Inferno
Prosseguindo os Poetas, encontram um grupo de violentos contra a natureza. Entre estes está Brunetto Latini, que reconhece o discípulo e lhe pede para aproximar-se dele, a fim de conversarem. Falam de Florença e das desventuras reservadas a Dante. Brunetto dá ao Poeta ligeiras notícias a respeito das almas que estão danadas com ele e foge para reunir-se a elas.
Canto XVI - Inferno
Perto do limite do terceiro compartimento do sétimo círculo os Poetas encontram outro bando de almas de sodomitas, no qual se destacam três ilustres compatriotas de Dante. Reconhecendo-o, falam da decadência das virtudes políticas e civis de Florença. Chegam, depois à orla de outro precipício, onde a um sinal de Virgílio, sobe, voando pelos ares, uma figura estranhíssima.
Canto XVII - Inferno
Enquanto Virgílio fala com Gerion, para convencer essa horrível fera a levá-los ao fundo do abismo, Dante se aproxima das almas dos violentos contra a arte. Dante reconhece alguns deles. A cada um pende do peito uma bolsa na qual são desenhadas as armas da sua família. Volta depois o Poeta para o lugar onde está Virgílio, que assentado já sobre o dorso de Gerion, põe-no diante de si, e assim descem ao oitavo círculo.
Canto XVIII - Inferno
Encontram-se os Poetas no oitavo círculo, chamado Malebolge, o qual é dividido em dez compartimentos concêntricos. Em cada um deles é punida uma espécie de pecadores, condenados por malícia ou fraude. No primeiro compartimento são punidos com açoites pela mão de demônios os alcoviteiros; e entre eles Dante reconhece Venedico Caccianemico e Jasão. No segundo jazem em esterco os aduladores e as mulheres lisonjeiras, entre outros, Alessio Interminelli, de Lucca e Taís.
Canto XIX - Inferno
No terceiro compartimento, onde os Poetas chegam, são punidos os simoníacos. Estão eles, de cabeça para dentro, metidos em furos feitos no fundo e nas encostas do compartimento. As plantas dos pés, que estão fora dos buracos, são queimadas por chamas. Dante quer saber quem era um danado que mais do que os outros agitava os pés. É o papa Nicolau III da Casa Orsini, o qual diz que estava à espera de ser rendido por outros papas simoníacos. O Poeta, indignado, rompe numa veemente invectiva contra a avareza e os escândalos dos papas romanos. Virgílio, depois, o leva novamente para a ponte.
Canto XX - Inferno
No quarto compartimento são punidos os impostores que se dedicaram à arte divinatória. Eles têm o rosto e o pescoço voltados para as costas, pelo que são obrigados a caminhar ao reverso. Virgílio mostra a Dante alguns entre os mais famosos, entre os quais a tebana Manto, da qual se origina Mântua, cidade natal de Virgílio.
Canto XXI - Inferno
No quinto compartimento são punidos os trapaceiros que negociaram os cargos públicos ou roubaram aos seus amos. Eles estão mergulhados em piche fervendo. Os dois Poetas presenciam a tortura de um trapaceiro luquense por obra de um demônio. Virgílio domina os demônios que queriam avançar contra eles. Virgílio e Dante, escoltados por um bando de demônios, tomam o caminho ao longo do aterro.
Canto XXII - Inferno
Andando os dois Poetas pelo aterro à esquerda, vêem muitos trapaceiros, que, por aliviar-se, boiam acima do piche fervendo. Sobrevêem os diabos e um deles é lacerado. É este Ciampolo, de Navarra, que consegue, depois, livrar-se das garras dos diabos, o que dá motivo a uma briga entre os demônios.
Canto XXIII - Inferno
Prosseguem os dois Poetas o seu caminho, descartando-se dos diabos. Vendo-os, porém, voltar novamente, Virgílio abraça-se com Dante e deixam-se resvalar pelo declive do precipício. Encontram os hipócritas vestidos de pesadas capas de chumbo dourado. Falam com dois frades, Catalano e Loderigo, bolonheses. Um dos frades, inquirido por Virgílio, indica-lhe o modo de subir ao sétimo compartimento.
Canto XXIV - Inferno
Encaminham-se os Poetas pelo rochedo e chegam ao sétimo compartimento no qual estão os ladrões, os quais, picados por serpentes horríveis, inflamam-se e, depois, ressurgem das cinzas. Entre eles Dante reconhece Vanni Fucci, o qual por desafogar o despeito de ser colhido em tal vergonha e miséria, prediz-lhe a derrota dos Brancos.
Canto XXV - Inferno
Vanni Fucci depois das negras predições desafia a Deus, pelo que o centauro Caco, todo coberto de serpentes, lhe corre atrás. Dante reconhece entre os danados alguns florentinos que, em Florença, desempenharam funções importantes, aproveitando-se dos dinheiros públicos e descreve suas transformações de homens em serpentes e vice-versa.
Canto XXVI - Inferno
Chegando os Poetas ao oitavo compartimento, distinguem infinitas chamas, dentro das quais são punidos os maus conselheiros. Numa chama bipartida estão Diomedes e Ulisses. Este último, a pedido de Dante, narra a sua última navegação, na qual perdeu a vida com os seus companheiros.
Canto XVII - Inferno
Outro danado, entra a falar com Dante. É Guido de Montefeltro, o qual pede notícias da Romanha sua terra natal. Conta, depois, que foi condenado por causa de um mau conselho que, fiado na prévia absolvição, dera ao papa Bonifácio VIII.
Canto XVIII - Inferno
No nono compartimento os Poetas encontram os semeadores de cismas e escândalos civis e religiosos. Dante vê Maomé, que o encarrega de uma embaixada para o herege rei Dolcino; fala também com outros danados.
Canto XIX - Inferno
Chegando ao décimo compartimento, os Poetas ouvem os lamentações dos falsários, que aí são punidos com úlceras fétidas e enfermidades nauseantes. Em primeiro lugar estão os alquimistas, entre os quais Griffolino e Capocchio.
Canto XXX - Inferno
No décimo compartimento são punidos outras espécies de falsários. Os falsificadores de moedas, tornados hidrópicos, são constantemente atormentados por furiosa sede; entre eles está mestre Adão de Brescia, o qual narra que, à instigação dos condes Guidi, falsificou o florim de Florença. Os que falaram falsamente são perseguidos por febre ardentíssima. O canto termina com uma altercação entre mestre Adão e o grego Sinon. Virgílio repreende Dante pois este pára, escutando as injúrias que os dois trocam entre si.
Canto XXXI - Inferno
Dando as costas ao oitavo círculo, caminham os Poetas para o centro, onde se abre o poço pelo qual se desce ao nono. Em torno do poço estão os gigantes rebeldes, cujas figuras horrendas Dante descreve. Um deles, Anteu, a pedido de Virgílio, toma nos braços os dois poetas e suavemente os depõe sobre a orla do último reduto infernal.
Canto XXXII - Inferno
Os dois Poetas se encontram no círculo, em cujo pavimento de duríssimo gelo estão presos os traidores. O círculo é dividido em quatro partes; na Caina, de Caim, que matou o irmão, estão os traidores do próprio sangue; na Antenora, de Antenor, troiano que ajudou os Gregos a conquistar Tróia, os traidores da pátria e do próprio partido; na Ptoloméia, de Ptolomeu, que traiu Pompeu, os traidores dos amigos; na Judeca, de Judas, traidor de Jesus, os traidores dos benfeitores e dos seus senhores. Dante fala com vários danados, enquanto atravessam o gelo procedendo para o centro.
Canto XXXIII - Inferno
O conde Ugolino della Gherardesca conta a Dante a sua trágica morte na torre dos Gualandi. Na Ptoloméia o Poeta encontra o frade Alberico de Manfredi, o qual lhe explica que a alma dos traidores cai no Inferno logo depois de consumada a traição e que um diabo toma conta do corpo até chegar o tempo do seu fim no mundo.
Canto XXXIV - Inferno
Na Judeca estão os traidores dos seus senhores e benfeitores. No meio está Lúcifer, que com três bocas dilacera três entre os mais horrendos pecadores: de um lado Judas, do outro Bruto e Cássio, que mataram a Júlio César. Virgílio, ao qual Dante se agarra, desce pelas costas peludas de Lúcifer até o centro da terra. Dai seguindo o murmúrio de um regato, saem e avistam as estrelas no outro hemisfério.
***
O PURGATÓRIO
Canto I
- Purgatório
Saindo
do Inferno, Dante respira novamente o ar puro e vê fulgentíssimas estrelas.
Encontra-se na ilha do Purgatório. O guardião da ilha, Catão Uticense, pergunta
aos dois Poetas qual é o motivo da sua jornada. Ele os instrui, depois,
relativamente ao que devem fazer, antes de iniciar a subida do monte.
Canto
II - Purgatório
Estão
os Poetas ainda na praia, incertos em relação ao caminho, quando chega uma
barca, guiada por um Anjo, da qual saem almas destinadas ao Purgatório. Uma
delas, o músico Casella, amigo de Dante, a convite do Poeta, começa a cantar
uma sua canção. Os dois Poetas e as almas ficam a ouvir o canto harmonioso.
Sobrevém, porém, o severo Catão, que as repreende, e as almas fogem para o
monte.
Canto
III - Purgatório
Os
dois Poetas se aprestam a subir o monte. Enquanto estão procurando o lugar onde
a subida seja mais fácil, vêem um grupo de almas que lhes vêm ao encontro.
Perguntam a elas onde seja a subida. Uma das almas se dá a conhecer a Dante. É
Manfredo, rei de Nápoles e da Sicília. Ele narra como morreu, pedindo a Deus,
na hora extrema. Estão juntas com ele, as almas dos que foram inimigos da Santa
Igreja.
Canto
IV - Purgatório
Seguindo
os conselhos recebidos, os Poetas, através de um caminho apertado e difícil,
sobem ao primeiro salto. Virgílio explica a Dante que, encontrando-se em
hemisfério antípoda àquela terra, o Sol gira em direção contrária. Vendo muitas
almas recolhidas à sombra de um rochedo, e aproximando-se a elas, Dante
reconhece o seu amigo Belacqua. Ai estão os espíritos preguiçosos dos que
esperaram para arrepender-se o termo da vida.
Canto V
- Purgatório
Prosseguindo
os dois Poetas a sua viagem, encontram uma multidão de almas que se aproximam
deles, depois de ter percebido que Dante é vivo. São espíritos de pessoas que
saíram da vida por morte violenta, mas no fim se arrependeram e perdoaram a
seus inimigos.
Canto
VI - Purgatório
Dante
promete às almas que a eles se recomendaram que não se esquecerá delas quando
voltar ao mundo dos vivos. Os dois Poetas encontram o poeta Sordello, o qual,
ao ouvir o nome da sua pátria, Mântua, abraça o mantuano Virgílio. Esse
episódio move Dante a uma violenta invectiva contra as divisões e as guerras
internas que devastam a Itália.
Canto
VII - Purgatório
Sordello,
ao saber que aquele que abraçou é Virgílio, lhe faz novas e ainda maiores
demonstrações de afeto. O Sol está próximo ao ocaso e ao Purgatório não se pode
subir à noite. Guiados por Sordello, os dois Poetas param num vale, onde
residem os espíritos de personagens que no mundo desfrutaram de grande
consideração e que somente no fim da vida elevaram o seu pensamento a Deus.
Canto
VIII - Purgatório
No
começo da noite dois anjos descem do Céu para expelir a serpe maligna que quer
entrar no vale. Entre as sombras que se aproximam dos Poetas, Dante reconhece
Nino Visconti, de Pisa. Conrado Malaspina pede a Dante notícias de Lunigiana,
sua pátria; Dante responde elogiando a sua família.
Canto IX - Purgatório
Ao
despontar do novo dia Dante adormece e, no sono é transportado por Luzia até a
Porta do Purgatório. Aproximam-se da entrada e aqui um anjo abre-lhes a porta,
depois de ter gravado na testa de Dante sete PP.
Canto X - Purgatório
Os
dois Poetas sobem ao primeiro compartimento do Purgatório, cuja escarpa é de
mármore, no qual estão esculpidos vários episódios de humildade. Eles os
observam e no entanto vêem em sua direção várias almas curvadas sob o peso de
grandes pedras. São as almas dos que no mundo foram soberbos.
Canto XI - Purgatório
Virgílio pergunta às almas que purgam o pecado da soberbia qual é o caminho para subir ao segundo compartimento, e uma delas dá a indicação requerida. Umberto Aldobrandeschi dá-se a conhecer e fala com Dante, que, depois, reconhece Oderisi de Gubbio, pintor e gravador. Oderisi dá-lhe notícia de Provenzano Salvani, que está junto com eles.
Canto XII - Purgatório
Os dois Poetas continuam a viagem. No pavimento do círculo estão pintados vários exemplos de soberbia castigada. Um anjo vem junto dos Poetas e os guia até a escada que sobe ao compartimento sucessivo. Com a asa, depois, apaga da testa de Dante um dos PP.
Canto XIII - Purgatório
Chegam os Poetas ao segundo compartimento, no qual estão os pecadores que expiam o pecado da inveja. Os invejosos têm os olhos cosidos com fio de arame. Entre eles está Sápia, senhora de Siena, com a qual Dante fala.
Canto
XIV- Purgatório
Dante conversa com outras almas de invejosos. Respondendo o Poeta a uma pergunta de Rinieri de Calboli, intervém Guido del Duca, imprecando contra as cidades de Toscana e lamentando, depois, a degeneração das famílias nobres de Romanha. Os Poetas ouvem vozes que lembram episódios nos quais o pecado da inveja foi castigado.
Canto XV - Purgatório
Caindo a noite, os dois Poetas chegam ao terceiro compartimento. Aí Dante, em êxtase, vê exemplos de mansuetude e misericórdia. Voltando a si, encontra-se imerso num fumo que obscurece o ar e impede a visão.
Canto XVI - Purgatório
Sempre ao lado de Virgílio, Dante continua a viagem. Denso fumo envolve os iracundos. Entre eles está Marco Lombardo, o qual lamenta os tempos, que eram bons e agora ficaram maus. Dante pergunta de que depende essa mutação, e Marco responde que a corrupção dos tempos novos procede do mau governo do mundo e especialmente da confusão entre o poder espiritual e o poder temporal.
Canto
XVII - Purgatório
Saindo do denso fumo, Dante, novamente em êxtase, vê exemplos de ira punida. Tornando a si, vê um anjo que está perto da escada do quarto compartimento. Os dois Poetas continuam a subir. Sobrevindo, porém, a noite, param e Virgílio explica ao discípulo que o amor é o princípio de todas as virtudes e de todos os vícios.
Canto
XVIII - Purgatório
Virgílio continua a falar sobre o amor. No entanto as almas dos preguiçosos vão passando diante dos Poetas, lembrando exemplos da virtude contrária à preguiça, e, depois, de punição da preguiça. Uma das almas dá-se a conhecer a Dante. É o abade de S. Zeno, em Verona. Dante cai em profundo sono.
Canto
XIX - Purgatório
No sono, Dante tem uma visão misteriosa. Acordando, conta-a a Virgílio, o qual a explica. Sobem, depois, os Poetas ao quinto compartimento, no qual se purificam os avarentos, debruçados no chão. Entre eles está o papa Adriano V, Ottobuono de Fieschi, que lhe pede que a recomende à sua sobrinha Alagia.
Canto XX - Purgatório
Os dois poetas ouvem uma alma recordar exemplos de pobreza honesta e da generosidade benfazeja. É Hugo Capeto, fundador da casa dos reis da França, o qual censura asperamente os seus descendentes. Ouve-se, no entanto, tremer o monte e cantar “Gloria in excelsis Deo.”
Canto
XXI - Purgatório
Enquanto os dois Poetas continuam no seu caminho, uma alma se aproxima deles. É o poeta latino Estácio, o qual explica que o abalo do monte que se deu pouco antes foi o sinal de que, purificado dos seus pecados, ele pode subir ao Céu. Sabendo que está falando com Virgílio, Estácio demonstra-lhe o seu afeto.
Canto
XXII - Purgatório
Subindo ao sexto compartimento, Estácio diz a Virgílio que, não pelo pecado da avareza, mas pela sua prodigalidade, teve de ficar muito tempo no quinto compartimento; e, por não ter declarado publicamente a sua conversão ao cristianismo, precisou ficar muito tempo no quarto compartimento. Virgílio o informa a respeito de muitos ilustres personagens da antiguidade que estão no Limbo. Chegando os Poetas no sexto compartimento, encontram uma árvore cheia de pomos perfumados, da qual saem vozes que louvam a virtude da temperança.
Canto
XXIII - Purgatório
No sexto compartimento estão as almas dos gulosos. Elas são atormentadas pela fome e pela sede; Dante descreve a sua horrível magreza. O Poeta reconhece o seu parente Forense Donati, o qual louva a sua viúva, Nella, e repreende a impudicícia das mulheres florentinas.
Canto
XXIV - Purgatório
Forese mostra a Dante outras almas de gulosos, entre as quais a de Bonagiunta de Lucca, que prediz ao Poeta que se enamorará de uma mulher da sua cidade, e lhe louva o estilo da poesia. Procedendo, os Poetas encontram outra árvore e ouvem outros exemplos de intemperança castigada.
Canto
XXV - Purgatório
Subindo por estreita senda, do sexto ao sétimo e último compartimento, Dante pergunta a Virgílio como podem emagrecer as almas, que não precisam de alimento. Respondem-lhe Virgílio, antes, e depois Estácio. Este fala da geração do corpo do homem, da alma que nele Deus infunde, e da maneira de existência depois da morte. O compartimento no qual acabam de chegar está cheio de flamas, nas quais estão se purificando as almas dos luxuriosos.
Canto
XXVI - Purgatório
Entre os luxuriosos e os que pecaram contra a natureza Dante encontra o poeta Guido Guinicelli, ao qual exprime a sua profunda admiração. Guido lhe aponta o poeta provençal Arnaud Daniel, que o saúda em versos provençais.
Canto
XXVII - Purgatório
Para chegar à escada que do sétimo e último compartimento leva ao cimo do monte, Dante é obrigado por um Anjo a atravessar as flamas. Pouco depois de ter começado a subir, o ar escurece e sobrevém a noite. Param e Dante, cansado, adormece. Despertado pela madrugada, os Poetas recomeçam a subir, chegando ao Paraíso Terrestre.
Canto
XVIII - Purgatório
O Poeta descreve a beleza do Paraíso Terrestre. Chegam Dante, Virgílio e Estácio perto de um rio que os impede de prosseguir. Do outro lado do rio aparece uma mulher de maravilhosa beleza que discorre a respeito da condição do lugar, resolvendo as dúvidas que Dante lhe propõe.
Canto
XIX - Purgatório
Da floresta aparece um súbito esplendor. Dante vê avançar uma procissão de espíritos bem-aventurados em cândidas vestes, e, no fim da procissão, um carro tirado por um grifo. Ouve-se um trovão e o carro e o grifo param.
Canto
XXX - Purgatório
Acolhida festivamente pelos anjos e pelos bem-aventurados, desce do Céu, Beatriz (a divina sabedoria) e pousa no carro. Nisto Virgílio (a humana sabedoria) desaparece. Ela dirige-se a Dante e lhe exprobra os seus desvios. Dante chora; e os anjos se compadecem dele. Beatriz, dirigindo-se a eles, expõe mais particularmente quais foram as suas faltas depois da sua morte.
Canto
XXXI - Purgatório
Beatriz continua repreendendo a Dante, o qual confessa os seus pecados. Matilde o mergulha, então, no rio Letes. Depois as sete damas que participavam da procissão (as quatro virtudes cardiais e as três virtudes teologais) o levam até Beatriz, pedindo a ela que se desvele diante do seu fiel. Beatriz tira o véu.
Canto
XXXII - Purgatório
Dante olha com amor a Beatriz. No entanto o carro, seguido pela procissão dos bem-aventurados, se move em direção a um árvore elevadíssima e despida de folhagem. O grifo ata o carro à árvore e esta logo cobre-se de flores. O Poeta adormece. Ao despertar vê Beatriz, rodeada das sete damas, sentada ao pé da árvore. Acontecem, depois, no carro fatos maravilhosos que causam ao Poeta surpresa e medo.
Canto
XXXIII - Purgatório
Beatriz anuncia, com linguagem misteriosa, que brevemente aparecerá quem libertará a Igreja e a Itália da servidão e da corrupção. Impõe-lhe que escreva o que viu. Pede, depois, a Matilde que o mergulhe nas águas do rio Eunoé. Dante, depois da imersão, sente-se mais forte e disposto a subir às estrelas.
Canto XXXIII - Purgatório
Beatriz
anuncia, com linguagem misteriosa, que brevemente aparecerá quem libertará a
Igreja e a Itália da servidão e da corrupção. Impõe-lhe que escreva o que viu.
Pede, depois, a Matilde que o mergulhe nas águas do rio Eunoé. Dante, depois da
imersão, sente-se mais forte e disposto a subir às estrelas.
***
O PARAÍSO
Canto I
- Paraíso
Invocando
Apolo, o Poeta conta como do Paraíso Terrestre ele e Beatriz se alçaram ao Céu,
atravessando a esfera do fogo. Beatriz explica-lhe como possa vencer o próprio
peso e subir. É atraído pelo invencível amor. Seguindo as teorias de Ptolomeu, Dante põe a terra imóvel
no centro do Universo e, em redor dela, em órbitas concêntricas, os céus da
Lua, de Mercúrio, de Vênus, do Sol, de Marte, de Júpiter, de Saturno, a oitava
esfera, que é a das estrelas fixas, a nona, ou primeiro móvel, e finalmente o
Empíreo, que é imóvel. Transportado pela força que faz rodar os céus e pela luz
sempre crescente de Beatriz, Dante eleva-se de um céu para outro, e em cada um
deles aparecem-lhe os espíritos bem-aventurados que, quando vivos, possuíram a
virtude própria do respectivo planeta.
Canto
II - Paraíso
Sobem
à lua. Exortação aos leitores. Dante pergunta a Beatriz se as manchas da lua
dependem da maior ou menor densidade do astro. Beatriz confuta o erro. Todos os
astros são iluminados pela virtude que do primeiro móvel se difunde aos céus
sotopostos. Na lua a virtude é menor que nos outros céus.
Canto
III - Paraíso
Na
lua estão as almas daqueles que não cumpriram plenamente seus votos religiosos.
Aparece ao Poeta a alma de Picarda Donati, que resolve uma sua dúvida sobre o
contentamento dos espíritos bem-aventurados. Narra-lhe como foi violentamente
tirada do mosteiro. Indica-lhe a alma da imperatriz Constança.
Canto
IV - Paraíso
Duas dúvidas agitam o espírito do Poeta. A primeira é relativa à doutrina platônica, segundo a qual todas as almas voltam para as estrelas donde saíram. A outra, se a violência tolhe a liberdade, como pode ser justo que as almas forçadas a romper os votos tenham desconto de glória? Beatriz responde à primeira dúvida restringindo o sentido da doutrina platônica. Relativamente à segunda diz que aquelas almas não consentiram no mal, mas não o repararam, voltando ao claustro, quando tiveram possibilidade de fazê-lo.
Canto V
- Paraíso
Continuando
no discurso do canto anterior, Beatriz explica a Dante que o voto é um pacto
entre o homem e Deus. Pode mudar-se a matéria do voto, mas deve ser substituída
com oferecimentos de maior mérito. Beatriz lamenta a leviandade dos cristãos. Beatriz e Dante voam depois para a esfera de Mercúrio,
onde estão as almas dos homens que viveram uma vida digna, adquirindo fama no
mundo. Um espírito fala ao Poeta.
Canto
VI - Paraíso
A
alma do imperador Justiniano fala ao Poeta. Narra-lhe a história do Império, de
Enéias a César, a Tibério, a Tito, a Carlos Magno, para mostrar-lhe a santidade
da autoridade imperial. Diz-lhe que no Céu de Mercúrio estão os espíritos
daqueles que se esforçaram para conseguir fama imortal. Discorre-lhe acerca de
Romeu, que administrou a corte de Raimundo Beranguer, conde de Provença.
Canto
VII - Paraíso
Desaparecem
os bem-aventurados cantando. Beatriz explica como a crucificação de Cristo
restituiu ao homem a dignidade perdida, a liberdade que lhe foi conferida por
Deus. Os anjos e os homens por sua natureza são livres e imortais. O homem
porém, pecando, abusou da sua liberdade, e deformou a imagem de Deus que tinha
em si. Não podia reparar a falta por si mesmo, pois não podia humilhar-se tanto
quanto Adão, em seu orgulho, quis subir. A Deus convinha ou perdoar ou punir.
Na sua sabedoria infinita, Deus perdoou e puniu no mesmo tempo. Puniu a
humanidade em Jesus Cristo e nele a fez novamente livre.
Canto
VIII - Paraíso
Dante
e Beatriz elevam-se à estrela de Vênus, onde estão os espíritos daqueles que
outrora foram propensos às paixões amorosas. Encontro com Carlos Martelo, o
qual referindo-se à índole mesquinha de seu irmão Roberto, explica-lhe como se
dá que de um bom pai possa nascer um filho mau e, enfim, quanto providencial é
a Natureza nos seus decretos e quão vaidosos são os homens que não lhe seguem
as indicações.
Canto
IX - Paraíso
Depois
de Carlos Martelo, fala a Dante, Cunizza de Romano, irmã do tirano Ezzelino.
Prediz-lhe iminentes desventuras na Marca de Treviso e de Pádua, e uma negra
traição do bispo de Feltre. Folco de Marselha manifesta-se a Dante e lhe indica
a alma resplendecente de Raab, que favoreceu os hebreus na conquista da Terra
Santa. Invectiva contra Florença e contra a Cúria Romana.
Canto X
- Paraíso
Depois
de admirar a infinita sabedoria de Deus na criação do Universo, narra o Poeta
como sem aperceber-se achou-se elevado ao Sol, em que estão as almas dos doutos
na teologia. Doze espíritos mais reluzentes o circundam e um deles, S. Tomás de
Aquino, revela o nome dos seus companheiros.
Canto XI - Paraíso
Dante
elogia a vida contemplativa. — As
palavras proferidas no canto anterior por S. Tomás criam duas dúvidas no ânimo
do poeta. O santo, tratando de resolver a primeira, esboça a vida de S.
Francisco de Assis.
Canto XII - Paraíso
Acabando
S. Tomás de falar, ajunta-se à primeira coroa de doze espíritos resplendentes,
mais uma coroa de igual número de espíritos. Um destes, S. Boaventura,
franciscano, tece louvores a S. Domingos. Depois dá notícia acerca dos seus
companheiros.
Canto
XIII - Paraíso
O
Poeta descreve a dança das duas coroas de espíritos celestes. S. Tomás resolve
a segunda dúvida de Dante. Adão e Jesus Cristo são seres perfeitíssimos, por
serem obra imediata de Deus. Mas ele não pode ser comparado nem a Adão nem a
Jesus Cristo. Conclui o Santo advertindo do perigo dos juízos precipitados, e
de quanto é sujeito a enganar-se quem julga das coisas pelas aparências.
Canto XIV - Paraíso
Beatriz
pergunta a um espírito celeste, em nome de Dante, se depois da ressurreição dos
corpos permanecerá a luz que emana de suas almas e se essa luz não prejudicará
a sua vista. O espírito responde que, depois da ressurreição, a vista dos
espíritos aumentará. Aparecem novos espíritos. Sem perceber, Dante encontra-se
no planeta Marte, onde estão aqueles que defenderam com as armas a religião
cristã. Aí o aspecto do céu vence toda beleza passada, porque quanto mais se
sobe, mais cresce o esplendor dos céus.
Canto XV - Paraíso
As
almas dos combatentes pela fé em Cristo estão dispostas em forma de cruz,
vexilo de martírio e de vitória. Do lado direito dessa cruz move-se um espírito
e com paternal afeto saúda a Dante. É Cacciaguida, seu trisavô. Descreve ele a
inocência dos costumes do seu tempo e lembra como morreu combatendo pelo
sepulcro de Cristo, na segunda cruzada.
Canto
XVI - Paraíso
O
poeta orgulha-se pela nobreza da sua família. Cacciaguida continua falando a
respeito da própria família e da antiga Florença. Deplora a chegada em Florença
de cidadãos de outras terras. Lembra as maiores famílias da cidade, muitas das
quais, no tempo de Dante, eram empobrecidas ou maculadas de infâmia.
Canto
XVII - Paraíso
Dante
pede a Cacciaguida que lhe declare qual sorte lhe está reservada. Este
prediz-lhe o exílio, a perseguição pelos inimigos e o seu refúgio na corte dos
Scaligeros, Exorta-o a falar do que viu e ouviu na sua viagem, sem receio de
ofender ninguém.
Canto
XVIII - Paraíso
Beatriz
conforta o Poeta. Cacciaguida mostra-lhe outros espíritos que combateram pela
fé cristã. Sobem depois a Júpiter, ande estão as almas dos príncipes que
governaram com justiça. Os espíritos se dispõem de maneira a desenhar palavras
de conselho aos que governam; por último se compõem na forma de uma águia.
Canto XIX - Paraíso
Dante
fala à Águia externando uma sua antiga dúvida se alguém possa salvar-se não
tendo conhecimento da lei de Cristo. Respondendo, a Águia aproveita a ocasião
para repreender os malvados reis cristãos do seu tempo que nunca obterão a
graça de Deus.
Canto
XX - Paraíso
A
Águia louva alguns reis antigos que foram justos e virtuosos. Depois solve a
Dante uma dúvida, como possam estar no Céu alguns espíritos que, na sua
opinião, quando em vida não tinham tido fé cristã.
Canto
XXI - Paraíso
Dante
sobe do céu de Júpiter ao de Saturno, no qual encontra as almas dos que se
dedicaram na vida à celeste contemplação, onde vê uma escada altíssima pela
qual vai subindo o descendo uma multidão de almas resplendentes. S. Pedro
Damião vai ao encontro do poeta e lhe fala do dogma da predestinação.
Canto
XXII - Paraíso
Outros
espíritos bem-aventurados aproximam-se do Poeta, entre eles S. Bento, o qual lhe
indica alguns dos seus santos companheiros; depois lamenta profundamente a
corrupção da ordem por ele fundada. Sobe daí o Poeta à oitava esfera que é a
das Estrelas Fixas.
Canto
XXIII - Paraíso
Descem
Cristo e Maria no meio de anjos e de almas bem-aventuradas. Cristo, porém, logo
desaparece; e o arcanjo Gabriel, em forma de chama, coroa a Maria. Depois,
Maria sobe no Empíreo reunindo-se ao seu divino filho.
Canto
XXIV - Paraíso
Beatriz
roga aos santos que iluminem o intelecto de Dante. Eles manifestaram o seu
assentimento. O mais luminoso entre os santos, S. Pedro, aproxima-se mais do
Poeta, o interroga sobre a Fé. O apóstolo aprova inteiramente as respostas de
Dante o abençoa, cingindo-o três vezes com o seu esplendor.
Canto
XXV - Paraíso
S.
Tiago examina o Poeta sobre a Esperança, perguntando em que ela consiste, se
ele a possui, de onde veio nele. À segunda pergunta responde Beatriz; às outras
duas responde Dante. Aproxima-se S. João Evangelista, e diz a Dante que o seu
corpo, apesar da comum opinião, morrendo, ficara na Terra.
Canto
XXVI - Paraíso
O
apóstolo S. João interroga Dante a respeito da terceira virtude teologal, a
Caridade. Responde Dante e os seus conceitos são aplaudidos por toda a corte
celeste. Beatriz reaviva no Poeta a vista que estava ofuscada. Aproxima-se Adão
que lhe fala e esclarece alguns pontos duvidosos de Dante.
Canto
XVII - Paraíso
S.
Pedro exprobra os maus pastores da Igreja; e todos os santos manifestam a sua
aprovação às palavras do Apóstolo. Novamente o Poeta contempla a Terra, e,
depois, com Beatriz, eleva-se ao Primeiro Móvel.
Canto
XVIII - Paraíso
Dante
volve os olhos para Beatriz, que estava atrás dele; depois mira para a frente e
vê um ponto brilhantíssimo, em torno do qual se movem nove círculos de luz, que
giram mais rapidamente e são mais brilhantes quanto mais próximos estão dele.
Aquele ponto é Deus; os círculos são os coros angélicos.
Canto
XIX - Paraíso
Beatriz
esclarece a Dante que os anjos foram criados por Deus no mesmo tempo em que
foram criados os céus. Fala-lhe dos anjos fiéis e dos anjos rebeldes, os quais
foram precipitados no Inferno. Censura os falsos filósofos e os padres
mentirosos que esquecem que o escopo da predicação é persuadir os homens a
serem cristãos, e vendem as indulgências para obter bens materiais.
Canto
XXX - Paraíso
Os
nove coros angélicos aos poucos vão desaparecendo, Dante volve os seus olhos
novamente para Beatriz, cuja beleza é agora maravilhosa a tal ponto que
renuncia a descrevê-la. Eles estão no Empíreo, e Dante vê um rio de luz, cujas
ribas estão esmaltadas de flores. Do rio saem centelhas que formam flores e
depois voltam para as ondas. Enfim vê uma grande rosa de luz na qual aparecem
anjos e os bem-aventurados. No meio há um trono preparado para o imperador Henrique
VII.
Canto
XXXI - Paraíso
Enquanto
Dante contempla a rosa do Paraíso, Beatriz sobe e vai ocupar o lugar que lhe
pertence, no meio dos bem-aventurados. S. Bernardo é o último guia de Dante.
Ele lhe indica a Virgem Maria, toda brilhante de luz celeste.
Canto
XXXII - Paraíso
S.
Bernardo esclarece a Dante a composição da rosa do Paraíso. De um lado estão os
santos cristãos; do outro os hebreus, que acreditaram no Cristo que devia vir.
Entre uns e outros a Virgem Maria. Embaixo de Maria, mulheres hebréias; mais
embaixo as crianças mortas logo depois do batismo.
Canto XXXIII - Paraíso
S.
Bernardo pede à Virgem Maria que conceda a Dante contemplar a Deus. O Poeta vê
um tríplice círculo no qual está revelada a Trindade divina. No círculo médio
vê figurada a efígie humana. No espírito de Dante se forma o desejo de conhecer
o modo da união da natureza divina com a humana. Um repentino esplendor lhe
revela o mistério da encarnação de Cristo; e aqui termina a sublime visão.
---
Pesquisa: Iba Mendes (2017)
Pesquisa: Iba Mendes (2017)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Excetuando ofensas pessoais ou apologias ao racismo, use esse espaço à vontade. Aqui não há censura!!!