"Ateu, Nunca!"

"Charles não via nenhuma salvação e sofria por isso. Agora ele se absolvia através da escrita. Como alguém "descrente da existência de um Deus pessoal ou de uma existência futura com retribuições e prêmios", ele não vivera com medo da ira divina. Ao invés disso, tinha seguido seus "instintos sociais" herdados, dentro de uma clara consciência. O ancestral reacionário de Darwin deixara-o sem obliqüidade moral e sem culpa. "Eu não sinto remorsos por ter cometido nenhum grande pecado", asseverou para Emma e para a família. "Eu acredito que agi corretamente em seguir firmemente e devotar a minha vida à ciência."

À medida que ele escrevia, outra carta curiosa chegou. Ele acreditava em Deus? O ateísmo e a evolução eram compatíveis? Ele respondeu que um homem, sem dúvida alguma, pode ser "um fervoroso ateísta e um evolucionista", observe Charles Kingsley e Asa Gray. No seu próprio conceito, ele nunca "fora um ateu no sentido de negar a existência de um Deus", mas ainda se sentia profundamente incerto. Se tivesse de usar um rótulo, melhor usar o de Huxley. "Eu penso que de um modo geral (e mais e mais à medida que fico mais velho), mas não sempre, que um agnóstico seria a descrição mais correia do meu estado de espírito."
Mesmo se, na sua confusão perspicaz, ele era, de vez em quando, um agnóstico acerca do agnosticismo, em dez anos aquilo tornara-se algo respeitável” (p. 655).

Fonte:
Arian Desmond e James MooreDarwin - a vida de um evolucionista atormentado”. São Paulo: Geração Editorial, 1995.

É isso!

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