Eu li isso...

"Em Ever since Darwin, Stephen Gould, um dos mais influentes biólogos e divulgadores da ciência, suspeita que, de modo inconsciente e só vagamente percebido, o hábito de desviar ou distorcer a verdade é encontradiço, endêmico ou inevitável numa profissão que concede status e poder para descobertas limpas e não ambíguas. Alguns outros comentaristas têm observado as pai­xões intensas, as ciumeiras e as rivalidades de poder que a biologia e a antropologia despertam. Seria sinal das implicações religiosas, filosóficas e políticas do darwinismo, de seu sucesso ou de seu declínio - sem que as pessoas disso se possam dar conta. A seleção darwiniana se processa entre ideias, entre autores, entre escolas. Livros recentes como os de Edward Wil­son constituem um exemplo da ambição dos biólogos, geneticistas, sociobiólogos, etólogos e antropólogos de invadir e dominar as ciências sociais. Não se satisfazendo com os limites estreitos de seu território, são imperialistas. Se os antropólogos já agrediram a ciência política em que pontificam, às vezes grosseiramente, justificando sua ideologia partidária com argumentos tirados de uma ciência mal-assimilada, também os biólogos atacam por baixo: sua intenção é reduzir as ciências sociais aos fenôme­nos suscetíveis de ser investigados nas provetas e nos microscópios de seus laboratórios."

Por:
José Osvaldo de Meira Penna, "Polemos: Uma análise crítica do darwinismo". Editora da UnB.

É isso!

Um comentário:

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