Darwin e os répteis voadores alados

Uma parceria entre paleontólogos brasileiros e chineses levou à descoberta de duas novas espécies de pterossauros (“répteis voadores alados”). Todavia, em vez de ajudar na elucidação do intricado dilema que envolve a evolução desses bichos, o achado veio confundir ainda mais a questão. Pelo menos é o que fez transparecer a notícia publicada pelo jornal Folha de São Paulo. Por exemplo, em:

1. “Os bichos têm um estranho mosaico de características, embolando ainda mais as tentativas de entender a evolução de seu grupo”.

2. "Eles abrem uma nova janela para a diversidade de pterossauros e mostram que, de fato, a gente ainda não entende bem as relações entre eles".

3. “Os paleontólogos admitem a dificuldade de classificar os novos bichos, bem como seus parentes mais próximos.”

4. “Por serem pterossauros de cauda longa, eles estariam entre os répteis voadores mais primitivos. Mas a coisa parece ser bem mais complicada.”

Quanto aos nomes dados aos fósseis, não pensem que a homenagem foi para aquele que é considerado o “pai da Paleontologia”, Georges Cuvier (1769-1832). O ato de cortesia foi obviamente dirigido a Charles Darwin, que não foi paleontólogo, e também a algo que se liga diretamente a ele: a mitologia (Darwinopterus linglongtaensis e Kunpengopterus sinensis):
Além da homenagem óbvia a Charles Darwin, o "pai" da teoria da evolução, há também um tributo a Kun Peng, criatura voadora da mitologia chinesa (e antigo nome de uma empresa aérea da região norte da China).

A frase “homenagem óbvia a Charles Darwin” é o óbvio ideológico multiplicado por 666 dinossauros. É como afirmar que a “homenagem óbvia” da descoberta da pasteurização deveria ser concedida, não a Pasteur, mas a Isaac Newton. Quanta coerência! ((rs))

É isso!

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