"Da cartilha a Darwin"

A seguir, o trecho de um artigo sobre literatura publicado pela revista "Veja" em 1969. Já havia tratado acerca da relação entre o livro "Tarzan dos Macacos", de Edgar Rice Burroughs, e os ideais de evolução como progresso, conforme defendeu Darwin em seu "A Origem do Homem", entre muitos outros darwinistas sociais. Vejamos:
---

“A principal arma de Tarzan era a inteligência, tão desenvolvida, que tornam ridículos os mais modernos cérebros eletrônicos. Atraído misteriosamente para a cabana onde seus pais foram assassinados, Tarzan aprendeu a ler sozinho com uma cartilha que achou providencialmente entre os despojos. Com uma faca, também abandonada na cabana, Tarzan passar a barbear-se todos os dias, pois os leitores americanos exigem higiene de seus heróis. Depois de alfabetizado, ele deixa a cartilha e lê o tratado da evolução do homem, de Darwin, que encontrara junto com o medalhão do retrato da mãe e os dois esqueletos. A difícil teoria antropológica do cientista inglês dá a Tarzan a certeza de ser superior e seus irmãos macacos. Mais ainda, lhe dá a consciência de ser o ápice da criação humana: um nobre inglês da África primitiva. Aos dezoito anos, Tarzan mata o temível gorila Karsh e é coroado “rei da jângal”. Produto de uma noite de insônia (em 1912) de seu autor americano Edgar Rice Burroughs, Tarzan vendeu 40 milhões de exemplares em sessenta idiomas, tornando-se a mina que fez multimilionário seu autor. Burroughs nasceu na Califórnia e nunca chegou a visitar a África. Só começou a escrever aos 37 anos, depois de fracassar em todas as profissões, de mineiro a cowboy a balconista e sargento de cavalaria”.

---
É isso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Excetuando ofensas pessoais ou apologias ao racismo, use esse espaço à vontade. Aqui não há censura!!!