Breve histórico da migração nordestina em São Paulo



UM OLHAR SOBRE A PRESENÇA DOS NORDESTINOS EM SÃO PAULO

"A migração dos nordestinos para São Paulo, como demonstram vários estudos, não é uma história recente. O êxodo rural destes migrantes inicia-se desde a primeira metade do século XIX, quando dos primórdios do processo de crescimento capitalista no Brasil, em que São Paulo se destaca enquanto pólo industrial de repercussão nacional. Esta migração se intensifica a partir da década de 1940 com o crescimento da indústria que requer uma crescente quantidade de trabalhadores. O grande contingente populacional que se concentra na região Nordeste é marcado pela impossibilidade de sobrevivência no campo, cuja política, voltada para a concentração fundiária, favorece a agricultura de exportação e acaba por abandonar os pequenos agricultores que se dedicam às culturas de subsistência.

No que tange ao conceito de região, Francisco de Oliveira define que “uma região seria, em suma, o espaço onde se imbricam dialeticamente uma forma especial de reprodução do capital, e por conseguinte se fusionam e assumem uma forma especial de aparecer no produto social e nos pressupostos da reposição. [...] É possível reconhecer a existência de espaços econômicos-políticos-sociais onde, por exemplo, o capital comercial comanda as leis da reprodução sem no entanto penetrar propriamente na produção; tal região se diferenciaria de uma outra onde o capital penetrou no próprio sistema produtivo, onde seria capital industrial – em sentido lato, pois a agricultura capitalista também é uma indústria – o responsável pela reprodução do sistema; assim sucessivamente, as diversas formas de reprodução do capital conformariam ‘regiões’ distintas. [...] A especificidade de cada ‘região’ completa-se, pois, num quadro de referência que inclua outras ‘regiões’, com níveis distintos de reprodução do capital e relações de produção; pelo menos quando se está em presença de uma ‘economia nacional’, que globalmente se reproduz sob os esquemas de reprodução ampliada do capital, é que o enfoque aqui adotado, de diferenças na
divisão regional do trabalho, pode encontrar terreno propício para o entendimento das relações inter-regionais e abandonar a abordagem dos ‘desequilíbrios regionais’ por uma formulação que centre suas atenções nas contradições postas e repostas exatamente pelas formas diferenciadas de reprodução do capital e das relações de produção” (1977, p.29).

Achamos necessário fazer esta citação de Oliveira, pois ao longo do tempo sucederam-se várias “regiões” no Nordeste. Este entende que a formação das regiões no Brasil está ligada ao processo mesmo de formação do Estado brasileiro, que se dá no final do século XIX. Até então, a região Nordeste, chamada de províncias do Norte, perdia sua base de investimento em força de trabalho - escravos - e paulatinamente o preço de seu principal produto que era o açúcar. Paralelamente, outro eixo econômico se desenvolvia no Sudeste com outro produto de exportação - o café -, com outra base social - o trabalho livre -, garantido por imigrantes europeus. Vale ressaltar, que a migração da mão-de obra nordestina é estimulada nas primeiras décadas do século XX, para a região Sudeste, principalmente pelo desenvolvimento da industrialização e o conseqüente crescimento da cidade de São Paulo.

Muitas foram (e infelizmente ainda permancem sendo) as razões que levaram (e ainda levam) os habitantes dos estados da região Nordeste a migrarem para a região Sudeste, principalmente para a cidade de São Paulo:

Os motivos que impulsionaram o migrante a sair da terra de antes em busca de novas formas de viver, são decorrentes de inúmeros fatores, os adversos de expulsão e outros de atração, tais como: questões econômicas – miséria, fome, desemprego, latifúndio, exploração nas relações de trabalho, de terra para a economia de subsistência, estratégia camponesa para preservação do sítio, implantação da atividade pecuária; questões ambientais – variações climáticas (enchentes e secas), esgotamento dos solos; questões psicossociais – conflitos locais, frustrações, desavenças nas relações familiares, busca do imaginário urbano, vontade de viver outras experiências
(BAPTISTA, 1998:106).

De acordo com a geógrafa Ely Souza Estrela em seu estudo sobre as comunidades do alto sertão da Bahia nas décadas de 1940-60 que migraram para São Paulo, podemos nos valer ainda hoje das diferentes razões que levaram e ainda levam ao que podemos chamar de “diáspora nordestina”. Nos reportamos a estes deslocamentos de nordestinos enquanto “diáspora” não no sentido comumente utilizado de migração provocada por perseguições políticas ou religiosas, mas com o objetivo de enfatizar a evasão de grande contingente populacional motivado por questões sócio-econômicas.

Estrela cita alguns pontos favoráveis à migração que se perpetuam, apontando, em contrapartida, os pontos desfavoráveis:

Pontos favoráveis: modernização, oportunidades, abundância de emprego, melhoria da qualidade de vida, escolaridade, integração, acesso aos bens materiais, dinheiro, ascensão social, lazer, conhecimento de outras coisas/de outras pessoas. Pontos desfavoráveis: estranhamento, distância, impessoalidade, rigidez, hierarquia, isolamento, moradias precárias/amontoadas, trabalho pesado, ilusão, solidão, frieza
(2003:225).

Esta pesquisa utilizou como recorte temporal o período que se iniciou na década de 1980 e se estende até o momento da realização final da pesquisa. Na década que se iniciou em 1980 passou a ocorrer uma diminuição da oferta de emprego, com conseqüente diminuição da capacidade de absorção da oferta de mão de obra, o que intensificou dificuldades para os migrantes na disputa pelo emprego. Segundo dados do Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), até a década de 1980 a migração brasileira era marcada pela grande saída de nordestinos rumo ao Sudeste, fixando-se na região. Mas desde então, a migração não significa mais a possibilidade de ascensão social. Tanto mais que a migração geralmente está relacionada à baixa escolaridade.9 Num quadro de desemprego crescente esta situação tem levado a que muitos migrantes retornem ao seu lugar de origem.

Antes o migrante que saía de sua terra e vinha para São Paulo, conseguia com relativa facilidade ser abarcado pelo mercado de trabalho. Com a crescente desindustrialização da cidade e migração da economia para o setor de serviços, mantendo-se ainda intenso o processo migratório, dá-se um crescimento da economia informal. Este processo, ao interferir no padrão de organização espacial da cidade, deteriorando-a, faz com que haja uma acentuação na rejeição ao nordestino, o qual é visto como personagem desestabilizador da ordem econômica e social da cidade. Estes são estigmatizados por acentuarem o desemprego e promoverem a violência.

Se nos dias atuais, a relação entre força de trabalho e reprodução do capital foi alterada, ou seja, o número de empregos diminuiu acentuadamente nas grandes metrópoles, ressaltamos que a migração ainda persiste de forma bastante acentuada. Apesar do desemprego atingir diferentes segmentos da sociedade, os migrantes engrossam as fileiras dos não-incluídos no mercado de trabalho. “Na nova pobreza, uma enorme massa suporta o peso, suporta a pirâmide, vive na ambiguidade ‘satisfação-frustração’, experimentando-o até o conflito” (LEFEBVRE, 1991:204).

O migrante nordestino em São Paulo, por sair do mundo rural para o urbano, passa também pelo processo de desterritorialização. Assim sendo, além de estar desenraizado do seu habitat, necessita passar pelo processo de re-inclusão e/ou territorialização, que se processa de forma perversa no urbano e na economia, sofrendo dupla agressão. É desarraigado das suas origens e não se integra facilmente ao urbano, devido ao mercado de trabalho que não está aberto a recebê-lo
(BAPTISTA, 1998:268).

Segundo José de Souza Martins (1986), “o capitalismo no seu processo de expansão, arranca as pessoas da terra tornando-as apenas proprietárias da sua força de trabalho. Com a saída do migrante da origem, ele vai ser incluído na cidade de outro modo, por mecanismos precários de inclusão, onde o tempo para esta re-inclusão é longo. Antes o migrante desenraizado da sua terra vinha para a cidade e logo conseguia vender a sua força de trabalho”.

Com a alta da taxa de desemprego em São Paulo nos dias de hoje, e com o mercado cada vez mais restrito, os que antes eram vistos como necessários para um projeto social e econômico de produção, passam a ser vistos como competidores por postos de trabalho cada vez mais disputados, e dada esta disputa, acentua-se a intolerância contra esta população migrante.

De acordo com o Jornal O Estado de São Paulo, com a falta de boas oportunidades nos grandes centros urbanos, a população migrante nordestina passa a levar a vida em um ir-e-voltar:

O pernambucano Iraires Soares da Silva, de 23 anos, chegou quarta-feira à noite, pela quarta vez. De bermuda, camiseta e sandálias, caminha pela rodoviária, velha conhecida. Do ônibus, vai direto para o orelhão telefonar para a pessoa que prometeu o serviço numa obra. Com ele, José Rodovaldo Gomes, de 21 anos, marinheiro de primeira viagem, mãos geladas, agoniado. Além de São Paulo, Iraires já foi três vezes a Brasília. “Em minha terra, não tem serviço. Venho, ganho um dinheirinho e volto”. Quando a grana acaba, vem de novo
(OESP).

O demógrafo José Marcos Pinto da Cunha, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e coordenador do Núcleo de Estudos de População (Nepo) da UNICAMP, na mesma matéria do referido jornal, conta que esse vaivém dos migrantes tem a ver com a mobilidade truncada - a dificuldade de ascensão social verificada desde meados dos anos 80 -, consequência de transformações econômicas sofridas em particular pela indústria, do crescimento dos serviços, da queda de absorção da mão-de-obra migrante.

Segundo Lídia Cardel, a noção de território circulatório denomina a subjetividade da mobilidade criada pelo ser migrante, demarcando sua identidade. A reprodução social deste território subjetivo depende não somente do trânsito cotidiano de pessoas, mercadorias e demais objetos pelo seu interior, mas fundamentalmente da memória individual e grupal que o elabora a todo momento (2003:166).

O indivíduo migrante nordestino é um eterno estranho na cidade de São Paulo. Ao mesmo tempo que trabalha, mora e interage com a cidade se vê como fazendo parte de outro lugar que não o seu, pois ao negar a sua identidade original e compor elementos de uma outra identidade, nunca vai deixar de ser o outro, o “baiano”, visto em território diferente.

Achamos pertinente ressaltar que a questão da imigração/migração, é pauta de discussão no contexto da globalização. Assistimos freqüentes perseguições de imigrantes nos EUA assim como na Europa, que vêm se acirrando há algum tempo. O então presidente da Frente Nacional Francesa, Jean-Marie Le Pen, foi categórico ao afirmar ”Os estrangeiros que moram na França poluem a cultura nacional e são os responsáveis pelos grandes problemas do país” (PEC, 1997).

Em matéria recente publicada na Folha de São Paulo (22/10/05) em que foi noticiada a proposta da gestão do então prefeito José Serra (PSDB) de pagar passagem de ônibus para os moradores sem-teto das ruas Plínio Ramos e Mauá (região central), nos chamou atenção por considerarmos uma forma de alijamento da população nordestina de São Paulo para os seus lugares de origem. Segundo alguns moradores sem-teto ouvidos pela Folha, só o pagamento da passagem não é suficiente para começarem a vida na cidade de origem. No mesmo artigo, a professora de Arquitetura e Urbanismo da USP, Maria Lúcia Refinetti, afirma que dar passagens é uma maneira de a prefeitura não encarar o problema dos sem- teto. “Questão de habitação se trata com habitação”, afirmou.

Quando abordamos a questão do migrante na cidade de São Paulo, não podemos analisá-la de forma isolada, pois esta se insere num contexto mais amplo de desdobramento das relações sociais.

O migrante necessita do trabalho para firmar-se no urbano e garantir sua reprodução. Sem o vínculo formal com o trabalho e o recebimento de salário, não consegue viver com dignidade e nem adquire um espaço de cidadania na sociedade, pois é descredenciado para ser reconhecido, sendo visto discriminatoriamente
(BAPTISTA, 1998:149).

Neste sentido, ressaltamos a importância das redes familiares e das relações de solidariedade estabelecidas entre os conterrâneos, que são de extrema importância para a construção da identidade do migrante. Os migrantes para se manterem, ainda que em posição de “marginais”, se utilizam da sua cultura estabelecendo uma rede de ajuda mútua e de relações como forma de resistência e permanência na sociedade. “As redes desenvolvidas pelos movimentos migratórios das pessoas para lá e para cá estão no cerne das micro-estruturas que sustentam a migração ao longo do tempo” (MARGOLIS, 1994:168
).

Francisco de Oliveira faz uma análise histórica em relação à imigração/migração na Região Sudeste, apontando a preferência em se recuperar historicamente a importância da imigração, principalmente italiana na cidade de São Paulo, em detrimento da migração nordestina. Consideramos pertinente a longa citação:

Caminhando no tempo, as migrações dos nordestinos, inclusive dos baianos, reenviará de volta para o Nordeste um preconceito quase racial, no fundo de classe: os nordestinos que chegam a São Paulo e Rio, depois de 1920, começarão a ser identificados como “baianos”. Não é apenas a situação de classe, mas esta travestida numa diferença de etnias: em São Paulo e no Sul do Brasil, a herança da imigração estrangeira trabalha para criar o preconceito. Pelos idos de 1920, quando cessa a imigração estrangeira, estes já estão na segunda e terceira gerações: de trabalhadores, muitos já transitaram para uma situação de pequena-burguesia e alguns pertencem mesmo aos grandes grupos burgueses nacionais. Os que chegam depois, os nordestinos, serão condenados a permanecerem como operários, trabalhadores do campo, trabalhadores de serviços. (...) O conjunto de negatividade postas pela situação de trabalho passa a ser “atributo” dos baianos: o permanecer operário, a condição de imigrantes, a precariedade de inserção no mercado de trabalho, as constantes mudanças de um emprego para outro, determinadas pelo profundo movimento de transformação das estruturas produtivas no Centro-Sul, passam a ser tidos como componentes intrínsecos do “caráter” dos baianos
(1987:109-110).

Muito bem pontuado por Oliveira, o preconceito contra o nordestino, generalizadamente chamado de “baiano”, está no cerne dos primórdios da migração nordestina e se perpetua até os dias de hoje.

Retomando a abordagem acima citada, Ely Souza Estrela reafirma que “desde as primeiras décadas do século XX, os indivíduos que chegavam ao Centro–Sul em levas sucessivas de diferentes partes do Brasil eram chamados de ‘paus-de-araras’, ‘nortistas’, ‘cabeças chatas’ e ‘baianos’. Todas as denominações tinham e têm caráter depreciativo, revelando o nível de preconceito e discriminação que enfrentaram os primeiros nortistas/nordestinos que se estabeleceram no Centro-Sul. Conquanto as elites econômicas cobiçassem sua força de trabalho, esses indivíduos eram (e ainda são) desprezados e humilhados” (2003:145).

Ademais, podemos constatar um total abandono em relação à recuperação da memória nordestina na cidade, quando nem mesmo existe um museu ou uma casa de cultura específicos da contribuição do nordestino para com a cidade, assim como uma falta de preocupação em apresentar a riqueza das suas manifestações culturais. Encontramos isoladamente alguns focos de resistência como já mencionamos anteriormente, todavia são espaços fragmentados criados por comunidades locais e que acabam por não apresentar na totalidade a importância desta população.

Analisando a cultura dos nordestinos em São Paulo, Weffort interroga sobre a sua contribuição cultural, considerando-os como representantes da cultura regional de maior alcance nacional do país para a formação da cultura popular de uma cidade como São Paulo.

O nordestino que chega a São Paulo, se portador de uma cultura regional de alcance nacional, chega a um mundo dotado de uma cultura regional extremamente pobre, praticamente um mundo culturalmente vazio onde o capitalismo predatório e selvagem destruiu a cultura regional tradicional e não foi capaz de criar nada no seu lugar. [...] Por que o refugiar-se na sua cultura deveria significar um empobrecimento?
(WEFFORT,1998:22)

Touraine (1995) cita que “o reconhecimento das identidades e diferenças culturais é o único meio de evitar a ação violenta daqueles que se sentem despojados de sua identidade cultural ao ingressarem na sociedade de massas – uma sociedade que os atrai pelo consumo, mas lhes nega o trabalho imprescindível para uma verdadeira inserção comunitária”. Em sua tese sobre a solidão na cidade de São Paulo, Almeida observou que:

As formas de enfrentamento são centradas no indivíduo tornando- os fechados em si mesmos. A migração como uma possibilidade de quebra de fronteiras que favoreceria o encontro com a diferença, o contato com múltiplas diversidades ao invés de facilitar a abertura dos migrantes, torna-os mais fechados, encapsulados em suas identidades
(2003:140).

Durham destaca a importância da família para o migrante, observando que “a migração e o projeto de ascensão social que a motiva são, portanto, empreendimentos familiais. Por isso que a família se mantém, e talvez mesmo se fortaleça nas condições urbanas de vida, apesar dos conflitos internos que são gerados pela transformação da atividade econômica dos seus componentes” (1973:210)."

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Fonte:
SELMA SANTOS BORGES: "O NORDESTINO EM SÃO PAULO: DESCONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE". (Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em História Social, sob a orientação da Profª. Drª. Yvone Dias Avelino). São paulo, 2007.

Nota
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As referências bibliográficas de que faz menção o autor estão devidamente catalogadas na citada obra.
O texto postado é apenas um dos muitos tópicos abordados no referido trabalho.
Para uma compreensão mais ampla do tema, recomendamos a leitura da tese em sua totalidade.

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4 comentários:

  1. Como assim nenhum comentario ainda??? Então aqui fica o meu ; Muito obrigado pelo excelente material, ja compartilhei a pagina no Pinterest, local onde as pessoas estão mais interessadas no crescimento. Obrigado por nos agraciar com seu conhecimento e inteligencia. Namastê!

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    1. Que perfil lindo! Tenho uma gata igualzinha.

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  2. Bom dia

    Acredito no potencial dos estados nordestinos ,e penso que a migração intensa também atinge os paulistas e paulistanos que tem de se adaptar o tempo todo aos migrantes ,isso sem falar nos imigrantes de outros países , se sentindo quase que excluidos de sua própria terra ,na medida em que tudo acaba girando em torno de problemas que deveriam ser resolvidos nessas regiões e não transferidos para cá sobrecarregando uma cidade superlotada e incapaz de resolver seus próprios problemas ,isso tudo a meu ver beneficia os que exploram a mão de obra barata de pessoas que vem de uma realidade dura ,tudo isso tem um grande impacto social na vida de todos ,mas quem defende a migração ferrenhamente se esquece que o nordeste é viável e SP não pode ser a unica solução para essas pessoas que acabam por piorar o quadro social com o aumento sistemático da população e sufocam os paulistas que tem sua cultura e identidade ,e seu modo de viver e ser completamente diferente dos nordestinos e outros migrantes e imigrantes ,em suma e sem nenhuma conotação preconceituosa ,o povo daqui está sem espaço para si em todos os sentidos ,dada a magnitude dessa intensa vinda de pessoas para cá ,penso que há um problema e precisa ser resolvido na sua origem que não é aqui .

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  3. ainda nao consegui achar a minha resposta [fluxos migratorios no sudeste no ano de 1920 se vcs do comentario pudesse me dizer eu agradeço

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