O brasileiro sempre foi dado a uma boa piada!
Embora as piadas de antigamente fossem assim, digamos, bem "ingênuas" se comparadas às dos dias atuais, no seu tempo e contexto eram o que de mais engraçado havia entre o povo. A seguir vão alguns exemplos...
Embora as piadas de antigamente fossem assim, digamos, bem "ingênuas" se comparadas às dos dias atuais, no seu tempo e contexto eram o que de mais engraçado havia entre o povo. A seguir vão alguns exemplos...
"Allegoria". Charge publicada no jornal "O Polichinello", em agosto de 1876
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PIADAS DO SÉCULO XIX: 1878
Um ladrão
Um ladrão tendo sido sentenciado à morte não fazia senão repetir enquanto liam a sentença:
- Ainda fiz pior, ainda fiz pior, ainda fiz pior...
- Então que fez você pior do que isto? - O quê?
Ao que ele respondeu:
- Ainda fiz pior, ainda fiz pior, ainda fiz pior...
- Então que fez você pior do que isto? - O quê?
Ao que ele respondeu:
- Deixei que me pegassem.
Antes e depois
Antes e depois
“Meu Deus, valei-me”, gritava um carpinteiro ao descambar de um andaime; mas, percebendo que caíra em pé, acrescentou : “Agora já não é preciso.”
O recado
Uma senhora mandou um de seus filhos avisar a certa amiga que tinha dado à luz um menino.
O portador; ou por querer abrilhantar o recado, ou por esquecer-se das palavras “dar á luz”, disse:
- Minha mãe manda-lhe contar que deu à vela um menino.
Podia ser avô
Foi um velho a uma igreja para casar-se com uma menina de 16 anos. O padre estava detraído e não fazia caso dele.
- Sr. padre, dizia o velho; estou esperando.
- Aproxime-se da pia que eu já vou, volveu o padre.
- Não percebo; eu o que venho é casar-me, sr. padre.
- Ah! desculpe; eu cuidei que vinha batizar sua neta.
Paráfrase
Certo orador brasileiro de grande reputação, hoje falecido, estando na oposição do senado, e tendo caído o ministério, que guerreara dissertou sobre a vida do defunto-governo, e concluiu deste modo: abiit, excessit, evasit, erupit.
Sendo instigado a falar em português corrente, assim traduziu o latim: “Amolou canelas, estirou as gambias, deu às trancas, e foi-se com os diabos!”
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Fonte:
Almanach popular para o anno de 1878 contendo diversos artigos de interesse geral, e uma parte noticiosa, literaria e recreativa. Primeiro anno. Silva, Hipólito da (ed.)., disponível digitalmente no site da biblioteca: Brasiliana - USP
Nota:
Para melhor compreensão do texto, a ortografia utilizada na época foi atualizada para os padrões atuais.
O recado
Uma senhora mandou um de seus filhos avisar a certa amiga que tinha dado à luz um menino.
O portador; ou por querer abrilhantar o recado, ou por esquecer-se das palavras “dar á luz”, disse:
- Minha mãe manda-lhe contar que deu à vela um menino.
Podia ser avô
Foi um velho a uma igreja para casar-se com uma menina de 16 anos. O padre estava detraído e não fazia caso dele.
- Sr. padre, dizia o velho; estou esperando.
- Aproxime-se da pia que eu já vou, volveu o padre.
- Não percebo; eu o que venho é casar-me, sr. padre.
- Ah! desculpe; eu cuidei que vinha batizar sua neta.
Paráfrase
Certo orador brasileiro de grande reputação, hoje falecido, estando na oposição do senado, e tendo caído o ministério, que guerreara dissertou sobre a vida do defunto-governo, e concluiu deste modo: abiit, excessit, evasit, erupit.
Sendo instigado a falar em português corrente, assim traduziu o latim: “Amolou canelas, estirou as gambias, deu às trancas, e foi-se com os diabos!”
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Fonte:
Almanach popular para o anno de 1878 contendo diversos artigos de interesse geral, e uma parte noticiosa, literaria e recreativa. Primeiro anno. Silva, Hipólito da (ed.)., disponível digitalmente no site da biblioteca: Brasiliana - USP
Nota:
Para melhor compreensão do texto, a ortografia utilizada na época foi atualizada para os padrões atuais.
achei muito interessante, é difícil encontrar conteúdo sobre o humor do passado na internet.
ResponderExcluirobrigada por essa postagem!