Em 1924, no terreno doado por Dona Ignez de Andrade, piedosa
viúva de um capitão de milícias, os veneráveis franciscanos, da província de
Santo Antônio, ergueram, na Ilha de Bom Jesus, os sólidos muros do convento
que, cedido ao governo nesse mesmo ano, serviu
de hospital de marinha até 1830, quando o foram habitar os leprosos, mais tarde transferidos para São
Cristóvão. Em 1850, continuando as suas tradições hospitalares, transformou-se
o convento em asilo para os enfermos de febre amarela. Ascendeu, em 1852, a categoria de
estabelecimento de ensino dirigido pelas pias irmãs do Sagrado Coração de
Maria, que o entregaram, em 1853, ao encarregado geral da colonização. Quando o
colera-morbus, em 1855, devastou a
Corte, o deserto edifício tornou à sua função hospitalar, e, extinta a
epidemia, fizeram-no depósito de colonos. Foi Quartel de Voluntários em 1865.
No ano seguinte, em que começa a história do Asilo de Inválidos, o ministério da guerra fechou a enfermaria que estabelecera no convento, ao
qual mandou recolher, com os inválidos então alojados na fortaleza de São João,
os que chegavam do Paraguai. Removidos para a Ponta da Armação, em Niterói,
esses primeiros asilados aguardaram em habitações provisórias, as definitivas,
que o Imperador mandara construir na
Ilha. Iniciadas em 1867, as novas obras do Asilo foram inauguradas em 1868, no
dia 6 de julho, aniversário da Sereníssima Princesa Imperial. Na monarquia, sob a proteção magnânima de D. Pedro, o asilo prosperou. Cercado
de vastos jardins, possuiu claras escolas, alegres oficinas e largas enfermarias; guardou-se, num Museu Militar,
gloriosos troféus guerreiros, e, não raro, nos dias festivos, em salas
apropriadas os inválidos heróis despojavam-se dos seus louros e disputavam os
de João Caetano. Em 1909, quando foram publicadas as fotografias seguintes, na
revista "Kosmos", o que ainda não era ruína na Ilha, tendia dramaticamente a este
fim. Na vizinhança imunda de Sapucaia, sob negras nuvens de moscas, a Ilha de
Bom Jesus emergia-se, garbosamente ereta em outeiros, que à distância, no
isolamento plácido das águas, assumiam proporções grandiosas de montes.
Ilha de Bom Jesus (Rio de Janeiro) - Antônio Francisco Rodrigues, o mais antigo habitante da Ilha, em 1909, juntamente com sua família
Ilha de Bom Jesus (Rio de Janeiro) - Ruínas do Museu Militar, em 1909
Ilha de Bom Jesus (Rio de Janeiro) - Vista da Ilha, em 1909
Ilha de Bom Jesus (Rio de Janeiro) - Inválidos da pátria, em 1909
Ilha de Bom Jesus (Rio de Janeiro) - Igreja de Bom Jesus, onde esteve sepultado o corpo de general Osório, em 1909
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Fonte:
Revista "Kosmos", edição de 1909, disponível
digitalmente no site da Biblioteca Nacional
Digital do Brasil
Vivi a minha infância aqui...
ResponderExcluirola, existe algum arquivo com nomes dos invalidos da patria que residiram no asilo?
ResponderExcluirEu servi em 1978 605 Borges na ilha de bom jesus comandante nereu napoliao servia de novo Brasil vou pedir parem de vender a ilha eles querem colocar espigao esse guartel e uma segurança
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