Um pouco mais da história visual
da belíssima cidade de Garanhuns, interior do Estado de Pernambuco, em
fotografias publicadas no ano de 1955, em reportagem Umberto Peregrino, da Revista
Careta.
Á época, segundo informações
obtidas da referida matéria jornalística, a cidade tinha cerca de 25 mil
habitantes:
“Tem água encanada, ao que se afirma dotada de saudáveis propriedades
minerais, o que se confirma na existência da fonte local da serra Branca, a
qual fornece preciosa água mineral Litinada, já industrializada. Todavia, falta
a Garanhuns esgotos, como lhe falta Mercado, porque o existente é sórdido e insuficiente.
Três são os cinemas e todos de bom aspeto arquitetônico. Porém,
verdadeiramente magníficas são as instalações dos abundantes colégios religiosos,
inclusive um protestante e um Seminário. Um bando de "lotações" atende
à ligação entre o centro urbano e o bairro do Arraial. São tantos a disputar a
freguesia que não se espera mais de 10 minutos até que surja um. Não me convenci,
entretanto, de que fosse aquela a solução mais conveniente à cidade. Os "lotações",
embora rápidos e assíduos, são medonhamente incômodos nas acomodações e nas
operações do embarque e desembarque. A solução mais apropriada seria, talvez, o
ônibus, a preços mais baixos e de uso mais confortável. Garanhuns não tem, como
as grandes cidades, o problema da , pressa. As distâncias são curtas e o tempo
não é premente para ninguém. Ônibus, portanto, com horários regulares, aos 15
ou aos 20 minutos, serviriam melhor à cidade.
Sofrer-se-á a. ausência de arborização
das ruas, mas logo se saberá que o responsável foi um Prefeito, de nome Luís
Guerra, que a eliminou impiedosamente. É de lamentar que esse Prefeito, inimigo
das árvores, as tenha cortado a todas, sem que ninguém lhe cortasse a cabeça
... O que vale é que ainda restou o Parque Duarte. É, todavia, um Parque
triste. Plantaram-no apenas de Eucaliptos que, em densos grupamentos, distribuídos
pela área imensa, parecem bandos de espetros... Alguns quiosques maltratados,
marchando para a rui-ira, e urnas araras solitárias, agravam o ambiente de
tristeza daquele sítio de recreio. A única nota alegre vem de um homem que
aluga bicicletas, pois o largo espaço plano de fato convida a usá-las.
Ao comércio de Garanhuns. variado e bem provido, não faltam requintadas
joalherias. A riqueza principal da terra é o café. com que se abastece boa
porção do Nordeste. Também o algodão e a mandioca são produtos proeminentes na
economia de Garanhuns. Mas, indubitavelmente, o que lhe dá fama e honra são os
seus ares incomparáveis.
E quem mais quiser saber acerca de Garanhuns compulse as obras do Dr.
João Dias ou consulte o Juiz, Dr. Lito de Azevedo, este um sábio ali recolhido
à modéstia e à meditação, porém homem cordial e acolhedor.” (SIC)
Fotos antigas de Garanhuns, 1955
Garanhuns - Pernambuco: vista parcial da cidade, em 1955
Garanhuns - Pernambuco: vista geral da cidade, em 1955 (fotografia de: Luis Samuel dos Anjos)
Construção do Hotel de Garanhuns, em imagem de 1955
Vista do sanatório "Tavares Correia", que se transformou no "Repouso Hotel de Garanhuns" (foto de 1955)
Uma preciosidade arquitetônica de Garanhuns (fotografia de: Luis Samuel dos Anjos, em 1955)
Garanhuns - 1955: vista de um dos bairros
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Fonte:
Revista "Careta", edições de 1955, nºs 2443 e 2444. Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional
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