Uma das características comuns dos anúncios de escravos foragidos, diz
respeito à descrição que se faz dos infelizes, normalmente caracterizados por
sinais de cicatrizes, fruto de castigos que sofreram de seus cruéis senhores. Acerca
disso já tratava Joaquim Nabuco, em seu livro “O Abolicionismo”:
“Diariamente lemos anúncios de escravos fugidos denunciados à sede de
dinheiro dos capitães-do-mato com detalhes que não ofendem o pudor humano da
sociedade que os lê...” – “...anúncios de negros fugidos
acompanhados em muitos jornais da conhecida vinheta do negro descalço com a
trouxa ao ombro, nos quais os escravos são descritos muitas vezes pelos sinais
de castigos que sofreram, e se oferece uma gratificação, não raro de um conto
de réis, a quem o apreender e o levar a seu dono - o que é um estímulo à
profissão de capitães-do-mato”.
ANÚNCIOS DE ESCRAVOS FORAGIDOS
Anúncio antigo de fuga de escravos - Século XIX (1822)
---
Fonte:
1 - O Volantim: 18/10/1822, nº 41;
2 - O Volantim: 03/09/1822, nº 02;
3 - O Volantim: 05/09/1822, nº 04;
4 - O Volantim: 06/09/1882, nº 05;
5 - O Volantim: 11/09/1822, nº 09.
Disponíveis digitalmente no site da Biblioteca Nacional Digital
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