Fotos antigas de cidades (coisas e pessoas) de Minas Gerais - XIX

Um pouco mais da história visual de diferentes localidades de Minas Gerais, através de fotografias publicadas ao longo do século XX.

Saúde/MG: Uma fazenda transposta a serra de São Geraldo pela Estrada de Ferro Leopoldina: "Saúde é o mais povoado daqueles sítios exuberantes, cujas terras rivalizam com as melhores do Brasil. Não só a lavoura de quase todos os nossos produtos, mas também a indústria pastoril tem naquela zona - vasto campo de ação" (SIC, 1906)

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As imagens e texto, a seguir,  referem-se a um crime que chocou a região de Matipó, em Minas Gerais, no remoto ano de 1907, o qual, por sua brutalidade, chegou nas páginas da imprensa da época (1907). A matéria consta na edição da revista "O Malho": "A FOICE E O MACHADO: Narremos, de corrida, o crime de Pedro Manoel Rodrigues, rapaz preto, de vinte e poucos anos. Foi simples, e, ao menos, teve uma nota trágica de punição prévia, que há de comover o leitor. O bandido de S. João de Matipó, Estado de Minas, queria dinheiro, e, sabendo que o seu protetor, o fazendeiro Gabriel Torres, o possuía, deliberou matá-lo para e roubar! Apanhou o pobre velhinho descuidado, em sua casa, e, friamente, a forçadas, prostrou-o por terra! Muito velha, também, e quase paralítica, a mulher de Torres ia fugindo espavorida; mas o assassino, alcançando-a, matou-a igualmente a golpes de foice A cena foi rápida e sem testemunhas nem socorro. O ladrão procedeu ao saque e veio para a povoação fazer diversos negócios a dinheiro... Suspeitaram, prenderam o bandido e ei-lo que, apertado, confessa o crime hediondo! Não o lincharam por um requinte de força moral exercida pelo subdelegado Josefino de Souza: meteram-no na cadeia do Togar que, apesar de pequena e fraca, abrigava nessa ocasião 28 criminosos, quase todos de homicídio. Que será feito dessa fera humana? Ainda o não sabemos, mas a julgar pela indignação popular entre a honrada gente do sertão mineiro, é provável que o júri não tenha tido à coragem de absolver o grande celerado: Vejam os leitores nas presentes fotografias a nota dolorosa e trágica desse crime monstruoso, e apreciem como Iá nos confins da roça se colocam os assassinos entre a cruz e a caldeirinha... Quando se lhes deita a mão!...” 
São João de Matipó/MG (Atual: Matipó/MG): Os corpos do velho fazendeiro Gabriel Torres e sua mulher, após o bárbaro assassinato, vendo-se um cão velando os cadáveres (1907) 
São João de Matipó/MG (Atual: Matipó/MG): O assassino Pedro Manoel Rodrigues é colocado entre as suas vítimas, tendo nas mãos a foice e o machado com que praticara o crime. "O seu rosto exprime toda a hodiondez da alma" (SIC, O Malho, 1907) 
São João de Matipó/MG (Atual: Matipó/MG): À porta da igreja da freguesia, o réu, devidamente amarrado, é, de novo, metido entre os caixões mortuários. "Na sua fisionomia nem sombra de remorso: só ferocidade!" (SIC, O Malho, 1907)
São João de Matipó/MG (Atual: Matipó/MG): O funeral das vítimas: À frente a cruz  alçada. mais atrás o sacerdote seguido de várias autoridades  e povo, notando-se que os caixões são conduzidos abertos (1907)




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Fonte: 
O Malho, nº 325, Ano 1906, O Malho, nº 234, Ano 1907.  Disponível digitalmente na Biblioteca Nacional Digital

8 comentários:

  1. Bom dia Iba Mendes. Esse é um fato antigo acontecido em Matipó então São João do Matipó que nem todas as pessoas idosas ouviram falar. Mas o que me chama mais atenção é como a Revista O MALHO tomou conhecimento disso se não existiam estradas nem meios de comunicação. E as fotos,quem as fez? Ficam essas perguntas que não sei como serão respondidas.

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  2. Histórias de Matipó muito bacana!!

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  3. Meus antepassados são daí, inclusive a família Torres a qual sou descendente,é muito grande nessa região..Muito legal essas histórias de Matipó. Se não me engano, já ouvi meu pai falar nesse crime bárbaro há muitos anos atrás..que legal essa história.

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    1. Oi boa noite.
      Sou da família torres, tbm sou de matipó, hj moro em bh,
      Será que somos parentes? Kk

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  4. Eu nasci nesta cidade, e o meu pai era conhecido como Geraldo dilúvio, tem muito tempo eu eu não vou a Matipó.

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  5. Sou matipoense, nasci em 15/05/1956, filho de Afrânio Moreira Bastos e Avany Natalina Bastos (Nini)
    Atualmente resido em Durandé - M. G. Talvez eu seja o maior peregrino à Serrinha Nosso Senhor Bom Jesus.
    Todos os meses, a partir de 1998, passei a subir caminhando até sua Capela, e rezar o Terço, sendo que de 2008 mais ou menos, até dezembro de 2017, rezar 4 Terços. Saudades, e adoro ver fotos antigas, onde se conta a história de nossos antepassados.

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  6. Gostaria de saber algo da tatará avó de minha mãe ,o nome da tatará avó e carlota Leopoldina de carvalho mãe de 11 filhos , alguém sabe contar alguma coisa sobre a tatará avó de minha mãe

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  7. Oi boa noite.
    Minha sou de matipó minha vó e carvalho, tinha várias irmãos e irmãs.

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