"A evolução pode ser considerada como uma espécie de religião mágica. A magia é simplesmente um efeito sem causa, ou pelo menos sem uma causa competente. “Acaso”, “tempo”, e “natureza” são os pequenos deuses mantidos nos templos evolucionistas.” - Randy L. Wysong
Um pouco de humor, porque hoje é sexta e ninguém é de ferro!
Bilhões de anos atrás. Estamos em plena Abiogeneselândia, o Olímpio acasiano. O grande Acaso, sentado sobre seu suntuoso trono, revela-se visivelmente aborrecido com a eterna e enfadonha rotina de um mundo feio e sem vida, no caos. Seu semblante denota ao mesmo tempo preocupação, ansiedade e regozijo. Repentinamente, alça-se de seu trono e, em estridentes brados, ecoa caos afora:
- Eu quero vida... vida... vida... vida... ida... ida... ida... da... da... a... a...!
Neste mesmo instante, a poderosa Seleção Natural, que há muito repousava tranqüila e serenamente por sobre as águas do imenso oceano primordial, é despertada de sua doce inércia ao som do terrível eco do grande Acaso. Bocejando murmura preguiçosamente:
- Ah...! O que será que ele quer desta vez? Ah...! Deve ser mais um de seus rotineiros chiliques! Então espreguiça prosseguindo em seu orvalhado sono. Logo em seguida, porém, um novo e mais estrondoso eco se faz ouvir em toda Abiogenesêlandia, mas desta vez refletia o seu lindo nomezinho:
- Seleção Natural... Seleção Natural... Seleção Natural... tural... tural... ral... ral... al... al..!
Mais que depressa, a poderosa Seleção Natural, agora visivelmente assustada, salta de súbito para fora das água, e responde com um clamor não menos ecoante:
- Já estou indo... indo... indo... do... do... o... o... Grande mestre... estre... estre...
Tomada de tédio e ao mesmo tempo temerosa, ela então caminha com morosidade rumo ao palácio do grande Acaso. “Por que ele não me deixa em paz?” murmura apreensiva até avistar ao longe o iracundo semblante de seu mestre que já a aguardava bem à porta de seu suntuoso edifício. “Seja o que o Acaso quiser!” murmura mais uma vez antes de cumprimentá-lo com prestimosa reverência:
- Salve, meu grande mestre Acaso! Que há de novo para esta sua simples e dedicada serva?
- Salve, meu grande mestre Acaso! Que há de novo para esta sua simples e dedicada serva?
- Minha fiel serva Seleção Natural, ele foi logo intimando, - preciso de você para uma missão que julgo a mais importante desde a eternidade!
- Sim, mestre: eis-me aqui, envia-me a mim!
- Certo! Vou ser bem sucinto em meu objetivo. Retorne ao grande oceano onde achará uma semente da qual surgirá daqui há alguns milhões de anos o nosso grande e dedicado discípulo Charles Darwin!
- Charles Darwin? Não lhe entendo, mestre! O que significa isto, Charles Darwin?
- Por hora, poupe-me de mais explicações! Apenas batalhe com todas suas armas a fim de que esta semente suplante todos os obstáculos que certamente virão ao longo dos anos antes que ela se transforme em nossa obra-prima: Charles Darwin! Sua nobre missão, pois, consistirá em conduzir esta semente ao seu ápice, de maneira que, entre um e outro obstáculo ela, finalmente, alcance seu último objetivo.
- Ah, captei seu magnífico plano, oh, grande Acaso! O mestre deseja que eu, a poderosa Seleção Natural, selecione as características mais favoráveis desta sementinha, de modo que tais características sejam transmitidas às sucessivas gerações de todos os que depois dela vierem?
- Exatamente, Seleção Natural, esse é o plano! Vá e apenas retorne após despontarem os primeiros resultados! Já fiz minha parte, lancei a semente no oceano. Agora é sua vez de dar continuidade ao plano. Estamos conversados?
“Eu é que fico com a pior parte”, sussurra baixinho para si mesma. - Oh, sim, Mestre, já estou indo!
Passado milhões de anos, a Seleção Natural retorna à Abiogeneselândia, ao ostentoso palácio do grande Acaso, com notícias não muito animadoras.
- Por que esta feição de desalento, poderosa Seleção Natural? Acaso não traz boas notícias ao teu senhor Acaso?
- Oh, grande Acaso, tenho estado em constante labuta a fim de ver prosperar nossa sementinha; todavia, enormes são os as procelas. A maldita Mutação Deletéria ameaça seriamente estancar nosso maravilhoso plano!
- O quê? A maléfica Mutação Deletéria está se intrometendo em nosso plano? Mande vir imediatamente a Mutação Benéfica à minha presença!
Passado outros milhões de anos, a Mutação Benéfica, que também jazia em eterna ociosidade, peregrina até à presença do poderoso Acaso, em Abiogeneselândia.
Passado outros milhões de anos, a Mutação Benéfica, que também jazia em eterna ociosidade, peregrina até à presença do poderoso Acaso, em Abiogeneselândia.
- Eis me aqui, poderoso Acaso! Em que esta sua serva pode servi-lo?
- Tomei ciência que sua pestilenta e odiosa irmã Deletéria tem procurado minar meu grandioso plano, impedindo assim a gradual evolução da minha nobre sementinha!
- O quê, a Deletéria tem feito isso?
- Sim, a mesma Deletéria. Precisamos unir nossas forças a fim de combatê-la sem piedade!
- Certo, mestre, mas, de que maneira exatamente eu posso colaborar no seu plano?
- Simples! Sua missão consistirá em apoiar a poderosa Seleção Natural em seus pontos fracos, a fim impedir a atuação da Mutação Deletéria em nossa linda sementinha, preservando nela as combinações melhor adaptadas ao seus ambientes!
- Certo, meu bom mestre. Farei com satisfação o que me pede! E imediatamente.
Passados outros milhões de anos, a Seleção Natural e a Mutação Benéfica retornam por fim à Abiogeneselândia, onde o poderoso Acaso as aguarda ansiosamente.
- Salve, minhas diletas companheiras! Fizeram o trabalho que lhes foram incumbidos? A nossa sementinha evoluiu? Nosso Darwin já existe?
- Sim, mestre! Superamos todos os obstáculos, vencemos a Mutação Deletéria, e aqui está sua obra-prima, o belíssimo Charles Darwin. Ei-lo!
Charles Darwin então se ajoelha humildemente ante à face do grande Acaso, oferecendo-se em profunda gratidão:
- O que posso fazer para retribuir-lhe por tão grande mercê, bom mestre Acaso?
- Simples, meu dileto Darwin! É só transformar esta história em verdade!
- Sim, bom Mestre. Farei com que a poderosa Seleção Natural seja reverenciada em cada parte da terra, e todos saberão que o Acaso é o Senhor!
- E eu, grande mestre, interrompeu a Mutação Benéfica? – Não mereço nada, nenhuma honra, nenhum mérito por tudo que realizei?
- Calma, companheira Mutação Benéfica, retrucou o grande Acaso - logo chegará sua vez. Você será devidamente lembrada pelos futuros discípulos do nosso Darwin, os quais serão chamados de neodarwinistas.
- Calma, companheira Mutação Benéfica, retrucou o grande Acaso - logo chegará sua vez. Você será devidamente lembrada pelos futuros discípulos do nosso Darwin, os quais serão chamados de neodarwinistas.
- Neodarwinistas? Que bom, acho que mereço esta homenagem!
E, para selar o plano com chave de ouro, o grande Acaso tomou a iniciativa de fazer evoluir também o nome do Olímpio acasiano: de Abiogeneselândia para Darwinópolis!
E assim todos ficaram felizes para sempre?
É isso!
Parabéns pelo ótimo blog. A única forma de vermos o darwinismo é como ideologia, fantasia e muito humor. abraços
ResponderExcluirOtima estória! É um humor do estilo Harold Hill. Muito bom mesmo!!
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