Newton, Pasteur e Darwin


O que distinguiria Isaac Newton e Louis Pasteur do naturalista Charles Darwin?

É comum (e na Internet isso virou uma verdadeira festa) a galera de Darwin comparar às realizações de Newton, por exemplo, àquela desenvolvida por Darwin.

O quanto existiria de coerência nesta comparação?

Bem, se levarmos em conta apenas aquilo que serve para estabelecer uma verdade por verificação ou demonstração, neste caso a comparação, como, diria Otto Lara Resende, é simplesmente escalafobética!

A razão é simples. Vejamos....

NEWTON:
A ciência pode perfeitamente estudar o movimento de cometas que atualmente aparecem nos céus e submeter a teste as leis da mecânica newtoniana que descrevem o movimento desses mesmos cometas. As três leis de Newton também pode ser submetidas a testes, sem grande dificuldade:
Lex I:

“Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare” (Qualquer corpo permanece no estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme se a resultante das forças que atuam sobre esse corpo for nula).

Lex II:
“Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur” (“A aceleração adquirida por um corpo é diretamente proporcional à intensidade da resultante das forças que agem sobre o corpo, tem direção e sentido dessa força resultante e é inversamente proporcional à sua massa”).

Lex III:
“Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi” (Para toda ação existe uma reação igual e de sentido oposto, ou, as ações mútuas de dois corpos entre si são sempre iguais e dirigidas em direções opostas).

Todas essas leis, portanto, são factuais e podem tranqüilamente ser postas à prova, não dependendo, portanto, de meras inferências especulativas.

PASTEUR:
A grande experiência de Louis Pasteur, a biogênesis, (Omne vivum ex vivo ou Omne vivum ex ovo), pode com a mais absoluta certeza ser observada, testada e aprovada. Dentre os muitos benefícios advindos das descobertas desse grande cientista temos: a vacinação, práticas sanitárias e a conhecida pasteurização do leite. Ou seja: pode perfeitamente ser posta a prova e aproveitada para o bem geral da sociedade. Não esquecendo que as descobertas de Pasteur derrubaram o mito da geração espontânea.

DARWIN:
E agora, Darwin?
O mérito de Darwin (para ser um tanto imparcial, já que se sabe que talvez tenha plagiado as idéias de Wallace), consiste na seguinte premissa:

“A preservação das diferenças individuais favoráveis e as variações, e a destruição daquelas que são prejudiciais, eu chamei de seleção natural, ou a sobrevivência do mais apto”
(“A Origem das Espécies”, cap. 4 Seleção natural, 6ª. Ed.).

Em outras palavras: os “mais aptos” são os que sobrevivem, ao passo que os “menos aptos” são os que não deixa sobreviver. Numa última análise, a seleção natural não significa a sobrevivência do “mais apto”, e sim a sobrevivência daquele que sobrevive. Sobre isso, diz Popper:

“Dizer que uma espécie hoje viva está adaptada a seu meio é, em verdade, quase tautológico. Com efeito, empregamos os termos “adaptação” e “seleção” de modo tal que se torna cabível afirmar que, se a espécie não se houvesse adaptado, ela teria sido eliminada por seleção natural. De outra parte, se uma espécie foi eliminada, isso deverá ter ocorrido pelo fato de ela se adaptar mal às condições. A adaptação (ou aptidão) é definida pelos modernos evolucionistas como um valor de sobrevivência, e pode ser medida em ter de êxito efetivo quanto à sobrevivência: dificilmente haveria possibilidade de submeter a prova uma teoria tão frágil quanto essa”(Autobiografia Intelectual, p. 181).

Mas, e quais as conseqüências práticas para a sociedade advindas das idéias de Darwin ou do seu conceito de Seleção Natural?

Na área médica, por exemplo, o darwinismo apenas diz que as bactérias resistentes a antibióticos sobrevivem a exposição aos antibióticos como conseqüência da seleção natural. Em outras palavras: as bactérias sobrevivem aos antibióticos aos quais elas não são sensíveis, de modo que as bactérias que não morreram eventualmente suplantarão as bactérias que morreram. Ou seja: volta à mesma tautologia evolutiva ad infinitum.

De tudo isso se conclui que é muita falta de bom senso colocar, não a pessoa de Darwin, mas suas “descobertas” no mesmo páreo daquelas realizadas por cientistas tais como Isaac Newton, Pasteur, Lavoisier etc.

É, mas como disse J. Bailey:

“A primeira e pior de todas as fraudes é enganar-se a si mesmo. Depois disto, todo o pecado é fácil”.

É isso!

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