HOLOCAUSTO: CRIME CONTRA A HUMANIDADE
MEIN KAMPF, UM LIBELO ANTI-SEMITA
"De autoria de Adolf Hitler, este livro pode ser considerado a "bíblia do nacional-socialismo", e foi escrito entre 1924-1926, na prisão de Landsberg. Em Mein Kampf o judeu é identificado com o demônio, sendo responsabilizado pela "degradação da pureza da raça ariana", o "fermento da corrupção física e moral". A doutrina racial articulada por Hitler não diferia muito daquela defendida pêlos racialistas (estudiosos das raças) do século XIX como Gobineau, Lê Bon, Renan e Taine. A partir das ideias pregadas por esses teóricos, Hitler propunha uma rigorosa seleção com o objetivo de excluir os menos perfeitos, proposta esta já enfatizada por Renan. Caberia ao Estado e ao partido concretizar esse Ideal. Constatamos que o concerto de "raça" é erroneamente empregado em várias passagens de Mein Kampf, da mesma forma como ocorre nas versões defendidas pêlos teóricos racialistas do século XIX. Confundindo as noções básicas da Biologia (como as de espécie e de raça) Hitler defende a tese de que existe na natureza uma tendência à purificação racial. Condena o cruzamento entre as raças humanas pelo fato de este rebaixar o nível da raça mais forte induzindo-a a um retrocesso físico e mental. Com base nessa lógica propõe o extermínio dos judeus, considerados "raça" inferior: "a conseqüência final, entretanto, não é só a morte da liberdade dos povos oprimidos, mas também a morte desse parasita internacional. Após a imolação da vítima, morre, também, cedo ou tarde, o vampiro" (Mein Kampf, p. 211).
Os conceitos ariano e semita empregados por Hitler não correspondem aos mesmos adotados por Renan, cuja teoria se refere a raças lingüísticas (e não raças físicas). E os judeus, para Renan, constituiriam uma "religião" e não uma "raça", como enfatizava Hitler. Percebemos que Hitler adota a mesma antítese (arianos X judeus), acrescentando na sua argumentação sentimentos anti-semitas. Em várias passagens de Mein Kampf, Hitler "constrói" a imagem negativa do judeu a partir do parasita, figura que se presta para conceituar aquele que vive incorporado ao organismo de outros povos. Tanto assim que, segundo Hitler, o judeu nunca foi nômade: "Sua mudança de domicílio, uma vez por outra, não corresponde às suas intenções, sendo resultado da expulsão sofrida por ele, de tempos em tempos, da parte dos povos que o abrigam e que ele explora. O fato de ele continuar a se espalhar pelo mundo é um fenômeno próprio a todo parasita" (Mein Kampf, p. 197).
Segundo Hitler a humanidade estava dividida em três grandes categorias: fundadores, depositários e destruidores de Cultura. Classificava os arianos (raça superior) como os fundadores da Cultura da humanidade (entenda-se aqui no sentido mais amplo: arte, ciência, técnica, etc.) enquanto as "raças" intermediárias (os japoneses, por exemplo) seriam os depositários da Cultura. Isso porque eles tinham condições de assimilar a civilização produzida pêlos arianos. Entre os destruidores estavam os judeus e os negros (raças inferiores), apontados como fator de degeneração física (biológica) e cultural" (p. 26).
Fonte:
Maria Luiz Lucci Carneiro: "Holocausto: Crime contra a humanidade". Editora Ática. São Paulo, 2000.
Fonte:
Maria Luiz Lucci Carneiro: "Holocausto: Crime contra a humanidade". Editora Ática. São Paulo, 2000.
É isso!
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