A "lista negra" de Darwin

Em seu livro "A Origem do Homem", Charles Darwin divide a sociedade em dois grupos distintos: os membros superiores e os membros inferiores. Segundo ele, para que uma determinada nação alcance um elevado nível de "progresso", faz-se necessário que se freie o crescimento da "classe degradada". Neste livro, citando o seu primo Francis Galton, o construtror da eugenia, Darwin faz menção de alguns tipos específicos de pessoas as quais deveriam ser impedidas de deixar descendentes, "contribuindo" assim para o progresso da sociedade. Vejamos alguns exemplos:

1. Os malfeitores: "
No que diz respeito às qualidades morais, a eliminação das piores disposições está sempre aumentando também nas nações mais civilizadas. Os malfeitores são justiçados ou lan­çados na prisão durante longos períodos, a fim de não poderem transmitir livremente as suas más qualidades."

2. Os hipocondríacos (loucos ou doentes mentais): "Os hipo­condríacos e os loucos são confinados ou suicidam-se".

3. Os violentos (briguentos): "Os vio­lentos e os briguentos encontram muitas vezes um triste fim".

4. Os vadios: "Os vadios que não têm nenhuma ocupação estável — e este resto de barbárie representa um grande obstáculo para a ci­vilização — emigram para países há pouco colonizados, onde se transformam em úteis pioneiros.

5. Os imprudentes (intemperantes): "A intemperança é tão altamente destrutiva que a perspectiva de vida de um intemperante, por exemplo na idade de trinta anos, é de ape­nas 13,8 anos; ao passo que para os camponeses ingleses na mesma idade é de 40, 59 anos".

6. As prostitutas ("mulheres corrompidas"): "As mulheres corrompidas geram poucos filhos..."

7. Corruptos: "...e os homens corruptos raramente se ca­sam; tanto elas como eles são vítimas de doenças".

8. Os marginalizados (pobres, negligentes, viciados etc.): "
Greg e Galton muito têm insistido sobre o obstáculo mais importante, existente nos países civilizados, contra o au­mento do número dos homens de classe superior, isto é, sobre o fato de que os mais pobres e os negligentes, que frequen­temente são degradados pelo vício, quase invariavelmente se casam antes, enquanto que os prudentes e os frugais, que em geral são virtuosos também em outras maneiras, contraem matrimónio em idade avançada, com a finalidade de poderem ser capazes de permanecer, eles mesmos e os seus filhos, na comodidade."

9. O irlandês (simbolizando os inimigos da Inglaterra): "Ademais, os filhos que são gerados da mãe du­rante os primeiros anos de vida são mais gordos e, provavel­mente, mais robustos do que aqueles que nascem em outros períodos. É o que se dá com os membros negligentes da so
ciedade, degradados e muitas vezes viciados, os quais têm a tendência de aumentar a uma porcentagem mais veloz do que os membros previdentes e em geral virtuosos. Ou, nas palavras de Greg: "O irlandês imprevidente, esquálido, sem ambi­ções, multiplica-se como os coelhos; o escocês frugal, previ­dente, cheio de auto-respeito, ambicioso, austero na sua mo­ralidade, espiritualista nas suas opiniões, sagaz e disciplina­do na sua inteligência, passa os seus melhores anos na luta e no celibato, casa-se tarde, gera poucos filhos" [...] Os notáveis êxitos dos ingleses como colonizadores, em comparação com outras nações europeias, foram atribuídos à sua "energia audaz e persistente"; um resultado que ficou bem evidenciado ao comparar o progresso dos canadenses de extração inglesa e francesa; mas, quem pode dizer como é que os ingleses adquiriram a sua energia? Aparentemente existe muita verdade na opinião de que os maravilhosos progressos dos Estados Unidos e o caráter deste povo são o resultado da seleção natural; com efeito, os homens mais enérgicos, irrequietos e corajosos de todas as parte da Europa emigraram durante as últimas dez ou doze gerações para esse grande país e lá tiveram o melhor êxito".

Fonte:
CHARLES DARWIN: "A Origem do Homem e a Seleção Sexual". Hemus Editora. 1974, p. 64-71.


É isso!

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