Criacionsimo VS Tedeísmo

Uma das estratégias de retórica mais comum dos darwinistas, no que concerne à Teoria do Desenho Inteligente (Tedeísmo), é rotulá-la de neocriacionismo ou criacionismo disfarçado. A tentativa é clara: invalidar ou suprimir o mérito científico desta nova hipótese científica. Contudo, quem se der ao trabalho de confrontar essas duas propostas, não terá a menor dificuldade em concluir que se trata de visões completamente antagônicas.

E foi com o objetivo de tentar esclarecer esta celeuma darwinianamente elaborada, que selecionei como exemplos dois autores emblemáticos de ambas às vertentes (Henry Morris – Criacionismo e Michael Behe – Tedeísmo), e mediante suas obras (
“Criação ou Evolução
– Henry Morris e “A Caixa Preta de Darwin” – Michael Behe) cotejei as propostas dos respectivos autores, a partir das quais é possível chegar-se ao termo de toda essa falsa propaganda dos zeladores de Darwin. Se não, vejamos...

TEMA 1: OS LIVROS SAGRADOS
Ao contrário do Criacionismo (em suas variadas formas: cristão, hinduísta, muçulmano etc.), o Tedeísmo (TDI – Teoria do Desenho Inteligente) não fundamenta nenhum de seus postulados por meio de relatos considerados sagrados:
CRIACIONISMO – HENRY MORRIS – “CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO
O Livro de Gênesis (significando "princípios", "origens") é, nestes dias de cinismo, frequentemente considerado como nada mais que uma coleção de lendas antigas de épocas primevas menos sofisticadas. Alguns tomam as histórias do Gênesis como alegorias contendo certos valores morais e espirituais, embora não verazes no sentido histórico.
Mas o cristão que crê na Bíblia não pode aceitar essas ideias. Para ele. Gênesis constitui o alicerce sobre o qual se ergue todo o edifício da Escritura. O Novo Testamento, por exemplo, cita Gênesis diretamente, ou a ele se refere, nada menos de sessenta vezes. Cristo e os apóstolos obviamente aceitaram Gênesis como histórico e divinamente inspirado.
Ao considerarmos os onze primeiros capítulos de Gênesis, veremos que todos os dados verdadeiramente científicos e históricos apoiam a verdade do registro bíblico. Veremos também que os propósitos de Deus em Seu grandioso plano de salvação ligam-se inseparavelmente a esses mesmos fatos” (p. 8).

TEDEÍSMO MICHAEL BEHE – “A CAIXA PRETA DE DARWIN
“A conclusão sobre o desenho inteligente segue-se de modo natural dos próprios dados — não de livros sagrados ou de crenças sectárias. Inferir que os sistemas bioquímicos foram planejados por um agente inteligente é um processo trivial que não requer novos princípios de lógica ou ciência. Ele decorre simplesmente do trabalho árduo realizado pela bioquímica nos últimos quarenta anos, combinado com o exame da maneira como chega mos a conclusões sobre planejamento todos os dias. Não obstante, dizer que os sistemas bioquímicos foram planejados certamente parecerá estranho a muitas pessoas, portanto deixe-me tornar isso menos estranho”(p. 195).

TEMA 2: O TEMPO GEOLÓGICO
CRIACIONISMO HENRY MORRIS – “CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO
“Há várias teorias propostas por cristãos com a intenção de harmonizar a narrativa da criação em Gênesis com a pretensa história evolucionista do universo e seus habitantes, história elaborada por astrónomos, geólogos e biólogos modernos. Uma delas é a teoria do "dia-era", que tenta correlacionar os dias da criação com as idades geológicas. Outra é a teoria do "salto", que insere as eras geológicas num suposto intervalo entre Gênesis 1.1 e 1.2.
Na verdade, nem estas nem outras teorias sugeridas resistirão a rigoroso exame, quer científico quer escriturístico. Há conflito irreconciliável entre qualquer história evolucionista do universo proposta e a narrativa de sua criação registrada em Gênesis. Os dados científicos fatuais de ciências como a astronomia, a geologia, a bio­logia e outras podem ser interpretados de molde a ade­quar-se a este ou aquele sistema. A escolha feita por uma pessoa depende principalmente de sua preferência pessoal. Trata-se de uma decisão espiritual antes que científica! Ou a Palavra de Deus ou as teorias humanas! [...]
“Diz-nos Deus que todas as coisas foram feitas em seis dias. Ele pode tê-lo revelado primeiramente a Moisés ou, com maior probabilidade, a Adão ou a um dos outros patriarcas anteriores ao Dilúvio. Em todo caso, há de ter sido revelado. Isto é algo que o homen não pode des cobrir cientificamente. A narrativa divina foi então lavrada, possivelmente em placa de pedra, e foi passando de mão em mão, patriarca após patriarca, até que por fim pôde ser incorporada aos livros de Moisés.
Criados inicialmente "do nada" o espaço ("os céus") e a matéria ("a terra"), em concomitância com o próprio tempo ("o princípio), Deus procedeu a dar forma à terra informe, inicialmente envolta em águas e trevas, e depois provendo de habitantes sua silenciosa superfície” (p. 16, 17).

TEDEÍSMO MICHAEL BEHE – “A CAIXA PRETA DE DARWIN
“Muitas pessoas pensam que questionar a evolução darwiniana significa defender o criacionismo. Da forma habitualmente entendida, o criacionismo implica a crença em que a Terra foi formada há apenas dez mil anos, uma interpretação da Bíblia ainda muito popular. Desejo deixar claro que não tenho motivos para duvidar que o universo tem os bilhões de anos de idade que os físicos alegam.” (p. 15)

TEMA 3: A ASCENDÊNCIA COMUM UNIVERSAL
CRIACIONISMO HENRY MORRIS – “CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO
“No quinto dia Deus fez os peixes e as aves, "segundo as suas espécies". É interessante observar que os primeiros animais criados foram "os grandes animais marinhos", os maiores animais que já existiram (1.21). É difícil harmonizar isto com a pretensa evolução de toda a vida orgânica desde os diminutos seres unicelulares!
Os animais e répteis terrestres, bem como os insetos ("inseto que voa" ver Levítico 11.20-23), foram cria dos durante a primeira parte do sexto dia. Isto contra diz também a imaginada ordem da evolução segundo a qual os insetos apareceram muito antes das aves e dos mamíferos” (p. 19).

TEDEÍSMO MICHAEL BEHE – “A CAIXA PRETA DE DARWIN
“Acho a ideia de ascendência comum (que todos os organismos tiveram um mesmo ancestral) muito convincente e não tenho nenhuma razão particular para pô-la cm dúvida” (p. 15).

TEMA 4: CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
CRIACIONISMO HENRY MORRIS – “CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO
“A criação do homem foi o clímax e a conclusão dos atos criadores de Deus. O homem deveria "encher" a terra, "sujeitá-la" e exercer domínio sobre todas as outras criaturas. Por causa da Queda e da Maldição, este domínio não é exercido no presente (Hebreus 2.8), a não ser de modo incompleto e imperfeito. Um dia será restabelecido. A profecia de Isaías 11.6-9, antecipando as glórias do milénio, retrata as relações ideais entre o homem e o reino animal quê deve haver existido antes da queda do homem.
Tudo tem que ter sido perfeito porquanto Deus assim o disse! "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom." (1.31). Não havia nada em desordem, nem inimizades, nem sofrimento, nem luta, e certamente não havia morte em toda a criação de Deus. Tudo isso veio com a queda do homem e a resultante maldição divina, e dessa hora em diante e sempre, "toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora" - Rm 8.22” (p. 20).

TEDEÍSMO MICHAEL BEHE – “A CAIXA PRETA DE DARWIN
“Suponhamos que há quase quatro bilhões de anos o planejador fabricou a primeira célula, já contendo todos os sistemas bioquímicos irredutivelmente complexos discutidos aqui, e muitos outros. (Podemos postular que o planejamento de sistemas que deveriam ser usados mais tarde, como a coagulação do sangue, esteve presente, mas ainda não "ligado". Nos organismos modernos, numerosos genes são desligados tempo rariamente, às vezes durante gerações, para serem ligados mais tarde.) Suponhamos ainda que o planejador colocou nas células alguns outros sistemas, sobre os quais não podemos fornecer prova suficiente, para concluir o planejamento. A célula que continha os sistemas planejados foram, em seguida, deixadas em piloto automático para reproduzir-se, passar por mutação, comer e ser comida, chocar-se com rochas e sofrer os efeitos de todos os caprichos da vida aqui na Terra... (p. 228).

TEMA 5: DEUS/PLANEJADOR
CRIACIONISMO HENRY MORRIS – “CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO
“É de suprema importância crer no vero Deus da Bíblia. Os homens inventaram muitos "deuses", e Satanás está engajado numa tentativa milenar de tornar-se o governador ou "deus" do universo. Mas há somente um Deus verdadeiro: Aquele que criou todas as coisas. É na Bíblia que aprendemos de Sua natureza, de Seu caráter e de Seus desígnios.
Segundo a Escritura, a doutrina de Deus revela-O como o Deus triúno. É Pai, Filho e Espírito Santo. A pluralidade do Ser divino é sugerida pela palavra "Deus" no primeiro versículo da Bíblia, que é a forma plural de elohim” (p. 13).

TEDEÍSMO MICHAEL BEHE – “A CAIXA PRETA DE DARWIN
“Para se deduzir que houve um plano não é preciso ter um candidato para o papel de planejador. Podemos chegar à conclusão de que um sistema foi planejado pelo simples exame do mesmo, e podemos ter muito mais certeza sobre o planejamento em sido que sobre o planejador. Em vários dos exemplos dados acima, a identidade do planejador não era óbvia. Não temos ideia de quem arrumou a engenhoca no pátio de sucata, ou a armadilha de gavinhas, ou por quê. Não obstante, sabemos que todas essas coisas foram planejadas por causa da organização de componentes independentes para atingir certo fim.
A inferência de que houve um plano pode ser feita com bastante segurança, mesmo que o planejador seja figura muito remota. Arqueólogos que escavam sítios à procura de cidades perdidas podem encontrar pedras retangulares, enterradas dezenas de metros na terra, com imagens de camelos e gatos, grifos e dragões (p. 198).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. O fato de um Tedeísta (defensor do conceito de Design Inteligente) ser crente e professar sua fé no Deus revelado na Bíblia ou em Alá do Alcorão Sagrado, em nada implica que a teoria em si seja fundamentada em crença religiosa. No darwinismo, por exemplo, há uma vertente religiosa denominada “Evolucionismo Teísta”, a qual, não obstante busque conciliar a existência de uma divindade com os pressupostos evolutivos (Francis Collins), não duvida que a evolução ocorreu nos tradicionais moldes darwinianos. Para estes: “A Deus o que é de Deus, e a Darwin o que é de Darwin”.
2. O fato dos criacionistas usarem a Teoria do Desenho Inteligente como munição contra a Teoria da Evolução recai sobre a questão materialismo versus espiritualismo. O conceito de “planejamento”, para os criacionistas, por motivos óbvios, é mais condizente com à noção de um Criador (que pode ser Deus) do que com a idéia do Acaso. O mesmo fenômeno dá-se com o ateísmo, que usa e abusa de Darwin a fim de justificar a opção pela descrença em Deus.
3. O fato de o Tedeísmo, assim como qualquer teoria que se presta a explicar a origem da vida, ter implicações filosóficas e teológicas, não a torna em sua essência uma defesa da religião ou da fé. A implicação “religiosa”, neste caso, também existe necessariamente com certas explicações da Teoria da Evolução (na Biologia) e a Teoria do Big Bang (na Física). Sobre esta última, escreve Behe: “Cabe notar, no entanto, que o Big Bang, embora se harmonize com um ponto de vista religioso, não impõe essa crença. Ninguém precisa, por uma questão de lógica, chegar a qualquer dada conclusão sobrenatural baseado apenas em observações e teorias científicas. Esse fato é visto inicialmente nas tentativas de Einstein e Hoyle de construir modelos alternativos que se ajustariam aos dados de observação e evitariam o pensamento desagradável de que o universo teve um começo” (p. 246). No darwinismo, segundo Dawkins, somente depois de Darwin, é que foi possível ser um ateu intelectualmente satisfeito.
4. O fato de se usar um adjetivo com o sufixo “ismo” para designar o defensor da Teoria do Desenho Inteligente (TEDEÍSMO) não extrai da teoria seu caráter científico. O “ismo” em Tedeísmo, assim como em darwinismo e evolucionismo, embora se justifique também por suas posições filosóficas (não faz sentido dizer-se que a Teoria da Evolução e a Teoria do Desenho Inteligente sejam apenas científicas), linguísticamente já se incorporou nos diversos vernáculos, para designar, entre outras cousas: sistemas filosóficos, políticos, artísticos, religiosos e mesmo científicos. Por exemplo: materialismo, espiritismo, socialismo, freudismo, marxismo, simbolismo, modernismo, positivismo, darwinismo, neodarwinismo, criacionismo, evolucionismo, lamarckismo, mendelismo, pontualismo, e, consequentemente: tedeísmo. Portanto, a idéia de se fazer uso do adjetivo Tedeísmo para designar a Teoria do Desenho Inteligente (poderia ser outro qualquer) perpassa necessariamente pela questão da comunicabilidade, a fim de facilitar o diálogo em torno das questões relacionadas à origem e desenvolvimento da vida, entre aqueles que estão envolvidos com tais assuntos.
É isso!
Referência bibliográfica:
1. Henry Morris: “Criação ou Evolução”. Editora Fiel. São Paulo, 1996.
2. Michael Behe. “A Caixa Preta de Darwin”. Zahar Editor. São Paulo, 1997.

3 comentários:

  1. O termo acolhido na literatura científica é Design Inteligente, e não Desenho Inteligente.

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  2. Primeiro MICHAEL BEHE tenta provar até hoje que o Design Inteligente é uma teoria científica, tenta provar apenas da boca para fora, fez um livro para o povão americano e que deu certo.
    Segundo MICHAEL BEHE apresentou o argumento de complexidade irredutível, e foi refutado, não em uma apresentação científica mas em tribunal federal americano e este mesmo tribunal considerou a tese de BEHE como criacionismo, aconselho ate que as pessoas conhecem este caso para ver onde pessoas religiosas na verdade cegas podem fazer.
    Como tantos pastores que ganham a vida explorando o seu rebanho, BEHE ganha dinheiro explorando as pessoas. Gostaria que houvesse ciência no criacionimo, mas apenas tem argumentos falsos para se aproveitar de pessoas desesperadas em provar que deus existe, que a bíblia é verdadeira.
    BEHE também foi apoiado pelo BUSH, o mundo ciêntifico entrou em panico nos EUA prevendo uma nova era de caça as bruxas.

    Me admira muito que um professor da Unicamp tenha apenas apontado de forma errônea (Enézio,http://pos-darwinista.blogspot.com) apenas sobre termo acolhido na literatura científica, lembrando que a obra de BERE não é considerada ciência;

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  3. Apenas um comentário de um naturalista ou materialista que seja,mas eu vou concordar contigo o D.I,ou até o criacionismo não são ciência MATERIALISTA ou NATURALISTA.

    E não tem pq se desesperar em querer provar a existência de Deus,ao menos provar que Jesus é o Próprio Deus,um cristão está cansado de saber que no fundo no fundo não são palavras que convencem uma pessoa de sua existência e de que é um pecador perdido esse papel é obra exclusiva do Espírito Santo.
    E sabemos que a vida de um cristão não é rodeada de flores,sombra e agua fresca,mas uma vida cheia de desafios,oposições e perigos,inclusive colocar em risco a própria vida.
    É perfeitamente compreensível a forte oposição e rejeição dos materialistas e naturalistas em relação a Deus ...até pq o livro sagrado de antemão já alerta os convertidos para a forte oposição que sofrerá por parte de muitos dos não convertidos ... Essa dicotomia é inevitável,será assim até o fim deste mundo!

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