O X-Club de Darwin

Quem foram as pessoas que verdadeiramente mais contribuíram na construção do darwinismo e na sua imposição como uma “teoria científica”? Será realmente que se pode atribuir a Darwin o principal mérito em idealizar o conceito de Seleção Natural como uma força onipotente capaz de reger os destinos dos seres vivos? O que leva muita gente a comparar a Teoria da Evolução com a Teoria da Relatividade ou com a Lei da Gravitação Universal? Como explicar que Darwin seja considerado um gênio da ciência e sua obra “A Origem das Espécies” a maior contribuição científica da história da humanidade?
Para R. M.Young e Bernard Shaw, o êxito do darwinismo poderia ser atribuído às funestas idéias de Thomas Malthus e Herbert Spencer, as quais serviram para justificar as condições coloniaias e sociais da época. Todavia, como bem o disse Maximo Sandin, em uma de suas entrevistas, tal constatação apenas corrobora seu êxito social, porém não explica sua ascenção como uma "teoria científica".
É aqui que entram outros nomes, e o principal deles diz respeito a Thomas Huxley, o famoso “Bulldog de Darwin”. Ele, Joseph Dalton Hooker, John Tindall, entre outros, controlaram durante décadas a Royal Society. Huxley foi presidente da Geological Society, da Ethnological Society, da British Association for the Advancement of Science, da Marine Biological Association e da própria Royal Society.
Este grupo, também chamado “X-Club”, deliberavam sobre tudo, de pescarias a enfermidades, e tinha por objetivo “promover o darwinismo e o liberalismo científico”. A revista Nature também surgiu por obra de Huxley e Hooker, o que explica a postura ideológica deste periódico nos dias de hoje. Tudo isso combinado dá sentido às razões pelas quais o zoólogo evolucionista St. George Mivart, um crítico contundente da Seleção Natural, ter sido silenciado.
Foi com a dedicada colaboração do “X-Club” que Darwin tornou-se membro da mais importante das sociedades científicas. E já com seu nome ideologicamente eregido, foi ele sepultado com todas as pompas na Abadia de Westmister, onde apenas cinco pessoas pertencentes a nobreza foram enterradas.
Tais fatos levam-nos a concluir que o darwinismo não foi assim obra direta de Darwin. Em vez disso, originou-se de um conjunto de objetivos idealizados e postos em prática pelas classes dominantes, a elite inglesa, que, ostentada de grande poder e influência social, fez de Darwin seu grande motivo e pretexto. Não fora isso, seria difícil compreender como uma ideologia assim tão esacancarada se fez passar por legítima ciência, e dessa forma permanecer até os dias de hoje.
É isso!

2 comentários:

  1. Dois artigos interessantes sobre o X-Club:

    1. The X Club and the Secret Ring: Lessons on How Behavior Analysis Can Take Over Psychology
    Bruce A. Thyer
    University of Georgia

    PDF gratuito aqui:

    http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2733669/pdf/behavan00021-0025.pdf

    2. 'An Influential Set of Chaps': The X-Club and Royal Society Politics 1864-85, de Ruth Barton, BJHS 1990, 23, 53-81.

    Huxley e Hooker tudo fizeram para impedir o ingresso de Mivart nessas sociedades científicas.

    Ironia do destino: Mivart foi protegé de Huxley que o indicou para a Royal Society, e Darwin foi um dos que assinaram a ficha pedindo a aprovação. Logo em seguida, Mivart desencadeou uma série de críticas ao papel da seleção natural na origem das espécies, criando assim uma controvérsia científica que a historiografia mainstream se recusa abordar, e quando aborda distorce os fatos a favor de Darwin.

    Eu sei do que estou falando, e um dia ainda escrevo sobre isso...

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  2. Caro Enézio,

    Grato pela visita e pelas dicas!

    Um abraço!

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