Segundo o jornal Folha de São Paulo, a casa de leilões Sotheby's negociou ontem, em Paris, 11 lotes de fósseis brasileiros que, de acordo com o órgão do governo federal que autoriza as extrações, saíram de forma ilegal do país. Além de insetos, peixes e plantas, o conjunto tinha um valioso crânio completo do pterossauro Ludodactylus sibbicki, o único conhecido com cristas e dentes. O valor estimado do crânio do pterossauro, segundo o jornal, está entre 50 mil e 70 euros, algo em torno de R$ 115 mil e R$ 161 mil.
Lendo tal notícia, imediatamente me veio à mente a famosa fraude do dinossauro-pássaro (o Archaeoraptor), que se tornou pública em 2001. Um fóssil retirado ilegalmente da China foi vendido por US$ 80 mil ao artista plástico americano Stephen Czerkas, que conseguiu a “proeza” de fazê-lo capa da até então prestigiada revista "National Geographic", em novembro de 99: “O caso era sensacional: um fóssil de dinossauro descoberto na China apresentava uma "combinação dramática" de características de pássaro e de dromeossauro, um dino carnívoro. Era, definitivamente, o elo perdido entre aves e répteis. Em outubro do ano passado, no entanto, a revista foi forçada a admitir que havia comprado gato por lebre. Descobriu-se que a tal "combinação dramática" não fora moldada pela evolução, e sim por contrabandistas de fósseis chineses. Para elevar o valor de mercado da peça, eles juntaram metade do corpo de um pássaro fóssil com a cauda e as patas traseiras de um dromeossauro.”
A “corrida dos fósseis” (parafraseando a famosa “corrida do ouro”) há muito se transformou num verdadeiro negócio da China. Recentemente descobriu-se que das 41 espécies de vertebrados terrestres extintos já descobertas no Araripe, 21 têm seus exemplares de referência armazenados em museus do exterior, consequencia do comércio ilegal de fósseis. Em maio deste ano, uma empresa goiana extraiu e comercializou, segundo o Ministério Público Federal, centenas de toneladas de fósseis de uma unidade de conservação que é considerada por paleontólogos uma das mais importantes do mundo.
Muitos outros casos podem ser citados. Por exemplo, em 2007, a alfândega francesa apreendeu no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, um carregamento de oito fósseis de mesossauro - um réptil marinho de 250 milhões de anos - extraídos ilegalmente do Brasil. As peças estavam em um carregamento de bíblias e foram avaliadas em 100 mil euros (cerca de R$ 295 mil). Em 2004, cerca de dois mil fósseis de plantas e animais foram apreendidos pela Polícia Federal dentro do Museu de Paleontologia "Força da Terra", em São Paulo. De acordo com a Polícia, dentre os fósseis apreendidos, alguns custavam em torno R$ 100 mil no mercado. Um fóssil de pterossauro do Araripe, no Japão, pode custa até US$ 80 mil.
Até pessoas que não são do “ramo” também se aventuram nesta “prodigiosa corrida” . Este foi o caso de um advogado paranaense que, em 2003 passou a vender pela Internet ovos fossilizados de hadrossauro. Ele conseguiu vender para um chinês quatro ovos, com preços entre R$ 990 e R$ 1.100.
Por tudo isso e muito mais, conclui-se que a corrida dos fósseis, além de um negócio da China, é também, como diria um saudoso darwinista, “o segredo do negócio da paleontologia”. Um mercado, sem dúvida, muito “promissor”!
É isso!
Lendo tal notícia, imediatamente me veio à mente a famosa fraude do dinossauro-pássaro (o Archaeoraptor), que se tornou pública em 2001. Um fóssil retirado ilegalmente da China foi vendido por US$ 80 mil ao artista plástico americano Stephen Czerkas, que conseguiu a “proeza” de fazê-lo capa da até então prestigiada revista "National Geographic", em novembro de 99: “O caso era sensacional: um fóssil de dinossauro descoberto na China apresentava uma "combinação dramática" de características de pássaro e de dromeossauro, um dino carnívoro. Era, definitivamente, o elo perdido entre aves e répteis. Em outubro do ano passado, no entanto, a revista foi forçada a admitir que havia comprado gato por lebre. Descobriu-se que a tal "combinação dramática" não fora moldada pela evolução, e sim por contrabandistas de fósseis chineses. Para elevar o valor de mercado da peça, eles juntaram metade do corpo de um pássaro fóssil com a cauda e as patas traseiras de um dromeossauro.”
A “corrida dos fósseis” (parafraseando a famosa “corrida do ouro”) há muito se transformou num verdadeiro negócio da China. Recentemente descobriu-se que das 41 espécies de vertebrados terrestres extintos já descobertas no Araripe, 21 têm seus exemplares de referência armazenados em museus do exterior, consequencia do comércio ilegal de fósseis. Em maio deste ano, uma empresa goiana extraiu e comercializou, segundo o Ministério Público Federal, centenas de toneladas de fósseis de uma unidade de conservação que é considerada por paleontólogos uma das mais importantes do mundo.
Muitos outros casos podem ser citados. Por exemplo, em 2007, a alfândega francesa apreendeu no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, um carregamento de oito fósseis de mesossauro - um réptil marinho de 250 milhões de anos - extraídos ilegalmente do Brasil. As peças estavam em um carregamento de bíblias e foram avaliadas em 100 mil euros (cerca de R$ 295 mil). Em 2004, cerca de dois mil fósseis de plantas e animais foram apreendidos pela Polícia Federal dentro do Museu de Paleontologia "Força da Terra", em São Paulo. De acordo com a Polícia, dentre os fósseis apreendidos, alguns custavam em torno R$ 100 mil no mercado. Um fóssil de pterossauro do Araripe, no Japão, pode custa até US$ 80 mil.
Até pessoas que não são do “ramo” também se aventuram nesta “prodigiosa corrida” . Este foi o caso de um advogado paranaense que, em 2003 passou a vender pela Internet ovos fossilizados de hadrossauro. Ele conseguiu vender para um chinês quatro ovos, com preços entre R$ 990 e R$ 1.100.
Por tudo isso e muito mais, conclui-se que a corrida dos fósseis, além de um negócio da China, é também, como diria um saudoso darwinista, “o segredo do negócio da paleontologia”. Um mercado, sem dúvida, muito “promissor”!
É isso!
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