"Primeiramente a eugenia pode ser apresentada, no limite deste trabalho, através de dois aspectos distintos e que fazem parte de um mesmo movimento: gênese e legitimação. A gênese pode ser compreendida como movimentos de articulação e de desenvolvimento na emergência da idéia, da palavra, do conceito e da ideologia. A legitimação fala por si, no corpo da dissertação e na sua conclusão que traz, inerentemente, a própria gênese.
A IDÉIA
A idéia veio das técnicas procedentes dos séculos anteriores ao XIX, que visavam aperfeiçoar as melhores cepas das plantações de milho e maçãs na agricultura (desde o século XVII) como também na pecuária (a partir do século XVIII), visando cruzamentos que gerassem melhores estirpes. Essa idéia se transformou em técnica, irradiou-se e infiltrou-se nos campos técnicos da agropecuária. Isto, tendo em vista a crescente preocupação com a qualidade da alimentação, o aumento das populações urbanas na sociedade ocidental e a emergência da revolução industrial capitalista. Portanto, existia uma idéia bem sucedida para a melhoria da agricultura e da pecuária que fundamentava uma técnica, uma prática. (HOBSBAWM, 1996; RIDLEY, 2001; ROSE, 2000).
No campo da biologia e da medicina, os pressentimentos da genética com a preocupação na área da hereditariedade de traços morfológicos normais e anomalias invocaram estudos nos fenômenos da hibridação humana. Maupertuis se ocupou com o mecanismo de transmissão dos traços morfológicos no século XVIII. Afirma CANGUILHEM (1977, pág. 38):
A ideologia da transmissão hereditária do século XVIII é ávida de observações, de relatos que versassem a produção de híbridos animais ou vegetais, a aparição de monstruosidade. Esta ávida curiosidade tem diversos fins: decidir entre a pré-formação e a epigênese, entre o ovismo e oi animalculismo; e, desse modo, encontrar soluções para problemas jurídicos de subordinação dos sexos, de paternidade, de pureza das linhagens, da legitimidade da aristocracia.
Portanto, podemos notar que existia uma ideologia científica voltada para um processo civilizador que se esboça antes mesmo do século XIX.
A PALAVRA
Eugenia tem a raiz etimológica grega – eugéneia, que significa “gerar o melhor” (eu = bom, melhor / genia = gerar, geração). Exponho a seguir, um eixo mais ou menos cronológico de idéias e estudos que vem de encontro ao surgimento desta palavra.
A ideologia da hereditariedade, teve no estudo dos princípios da embriologia de Von Baer em 1838, uma explicação que a evolução do embrião se dá por sucessivas diferenciações celulares, cuja teoria era um passo a mais nos estudos de Maupertius no século anterior, e acrescentava legitimidade à teoria da evolução. Canguilhem (1977) afirma que ao evolucionismo foi uma ideologia científica que funcionou como uma auto-justificação dos interesses de um tipo de sociedade, que era a sociedade industrial em conflito – por um lado a sociedade tradicional e por outro a reivindicação social. Portanto, essa ideologia se estendeu por todos os campos do saber e a eugenia, como idéia, foi englobada neste movimento.
Darwin ao estudar a biologia vegetal e animal nas ciências da vida, propôs a tese de seleção natural em sua obra Da Origem das Espécies em 1959, e proporcionou as bases da evolução humana tanto individual como social para pensadores que interpretaram sua idéia.
Herbert Spencer, um filósofo influente que cunhou o termo social-darwinismo em meados do século XIX, reforçou o conceito liberal de laissez-faire (de competição) e fundiu-o com a teoria darwinista para a seleção natural humana, reforçando as bases da ideologia eugênica na sociedade.
Em 1883, Francis Galton, um cientista inglês, cunhou o termo eugenia. A definição desta palavra se fez no sentido de aprimorar a espécie humana através de casamentos entre pessoas que apresentavam boas qualidades físicas, mentais e intelectuais. Propôs (de forma análoga à técnica proveniente da agropecuária), através desse raciocínio, os casamentos eugênicos. Esses casamentos eram cruzamentos humanos entre as boas estirpes físicas, intelectuais e sociais. Galton tinha a tese onde defendia que hereditariedade dos talentos e capacidades naturais eram provenientes de cruzamentos de famílias de alta reputação ou posição (social), as quais estariam mais propensas a terem descendentes eminentes sob algum aspecto, através da hereditariedade.
Neste momento, a idéia foi transformada em fundamentos de uma prática política direcionada, visto que Karl Pearson, seguidor de Galton, sustentava a hipótese de que esta técnica deveria ser um projeto, incorporado na política de regulação estatal para o fortalecimento da nação e purificação da sociedade. (KEVLES, 1995).
Antes da descoberta das teorias das leis da hereditariedade de Gregor Mendel, não se sabia, com exatidão, quais práticas de cruzamento humano, de fato, poderiam aprimorar a linhagem humana. Mendel deixou sua teoria que vem explicar e responder as questões que Darwin não conseguia desvendar. Foi em 1900 que a teoria de Mendel foi descoberta e assim nasceu a genética, cujo termo gene foi cunhado cinco anos após, por Bateson. A genética é o estudo dos genes, das unidades da hereditariedade que geram a vida, ou das partículas elementares construtoras do sistema físico do corpo humano. É uma ciência que foi, ao longo do século XX, muito voltada às pesquisas de populações, na determinação de etnias. Na década de 1940, quando nasceu a biologia molecular (fusão da física e da biologia), com aperfeiçoamento de tecnologias específicas, é que o estudo dos genes como unidades de hereditariedade que geram a vida pôde ser desenvolvido e produzir conhecimentos direcionados ao corpo físico individual.
Portanto, no século XIX, temos um certo encadeamento de conhecimentos que eram a ciência da biologia evolucionista: os estudos sobre hereditariedade, a biologia darwinista e os estudos sobre reprodução. Nesta linha, o desenvolvimento técnico humano foi iniciado a partir dos casamentos eugênicos.
O CONCEITO
A partir de Galton e Spencer, pode-se definir a eugenia como um sentido, uma direção e mesmo um controle social, se analisarmos que existia um movimento de utilização e recrutamento dos conhecimentos científicos no sentido de produzir determinados efeitos discursivos, políticos e práticos. Este sentido eugênico está no campo da ideologia científica. Foi sendo moldado um tipo de sociogênese eugênica que consolidou tal conceito dando-lhe significado e força ideológica. O aperfeiçoamento da espécie humana era um discurso que promovia um ideal considerado real e possível de ser conquistado através de técnicas individuais e sociais. Existiam várias frentes para a consolidação desse conceito: a ascensão da biologia frente às descobertas na linha da bacteriologia e sanitarismo no tocante à cura e prevenção das doenças na segunda metade do século XIX; a importância acentuada na higiene dos corpos, das populações e das cidades; o apogeu da hegemonia inglesa com princípios vitorianos da ordem e da moral (bons hábitos, bons costumes); os fundamentos da teoria da evolução que perpassava todas as disciplinas científicas; o reforço intelectual eugênico através das interpretações que emergiram de pensadores da época, após a publicação da obra de Darwin; a emergência do social-darwinismo influenciando inclusive a xenofobia, o racismo e anti-semitismo crescente na segunda metade do século XIX; e a reversão do liberalismo político e econômico dominante na primeira metade do século XIX e que, ao sofrer uma transição em meados deste século, começou um movimento de inflexão e transformou-se em um liberalismo civilizatório, colonialista e, eugênico.
A IDEOLOGIA
A ideologia, nos últimos trinta anos do século XIX, foi reforçada tanto na sociedade como na política e na ciência, e consolidaram o conceito.
Para se abordar a gênese eugênica é necessário ter em mente que a eugenia e toda sua complexidade é um dos fios condutores que perpassam os aspectos políticos, sociais e científicos ao longo de todo o século XIX, na cultura ocidental. Não é casual que, no contexto peculiar do período 1870-1900, no mundo avançado29, tenha sido gerada uma ideologia voltada à melhoria da espécie humana, na busca de um aprimoramento da raça branca. Não é possível falar de eugenia sem tocar no solo fértil de formulações de idéias e conceitos que caracterizaram essa época. Tendo em vista que sociedade, política e ciência apresentam uma evolução singular nos diversos Estados de linha de frente da consolidação capitalista (pois depende da história particular de cada um), foi nesse período que houve um acelerado processo de concentração de poder e de centralização de riqueza num reduzido número de Estados nacionais industrializados e em vias de participar do “núcleo orgânico” (FIORI, 1999) de consolidação capitalista30. Existia a necessidade de uma organização social que visasse um processo civilizador sobre as sociedades. Esse foi um movimento amplamente apoiado pelas sociedades em geral, em prol de um ideal de progresso das nações e ordem social. A eugenia foi um dos elementos de (tentativa para) delimitação das classes sociais decorrente da estratificação da burguesia pois existia, neste período, uma grande mobilidade inter-classes.
Na peculiaridade do século XIX, observa-se a construção de dogmas e axiomas pautados nesses temas com o movimento expansivo do progresso social rumo a um novo e abrangente padrão instituído, nos modos de sentir, de pensar e de viver da sociedade. A intenção era direcionada à modelagem de um novo homem para um mundo melhor, no sentido de se resolverem problemas graves e crônicos como o conflito social – caracterizados pela xenofobia, racismo e anti-semitismo – e a pobreza, reforçando a importância da civilidade vitoriana baseada na ordem, na higiene e na moral. Nesse sentido, ideologia eugênica foi central nas construções de axiomas científicos que visavam um processo civilizador pautado no controle social.
A ideologia eugênica foi extrapolando seus domínios e se transformando em ideologia científica eugênica que proporcionou a formulação de políticas eugênicas no mundo ocidental."
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É isso!
Fonte:
Maria Eneida de Almeida: "CIÊNCIA EUGÊNICA: gênese e nascimento de uma nova ciência (1870-1900)". (Dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva, área de concentração em Política, Planejamento e Administração em Saúde, submetido à apreciação do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre). Rio de Janeiro – 15 de Março de 2002.
Nota:
A imagem em destaque no texto não se inclui na referida tese.
A IDÉIA
A idéia veio das técnicas procedentes dos séculos anteriores ao XIX, que visavam aperfeiçoar as melhores cepas das plantações de milho e maçãs na agricultura (desde o século XVII) como também na pecuária (a partir do século XVIII), visando cruzamentos que gerassem melhores estirpes. Essa idéia se transformou em técnica, irradiou-se e infiltrou-se nos campos técnicos da agropecuária. Isto, tendo em vista a crescente preocupação com a qualidade da alimentação, o aumento das populações urbanas na sociedade ocidental e a emergência da revolução industrial capitalista. Portanto, existia uma idéia bem sucedida para a melhoria da agricultura e da pecuária que fundamentava uma técnica, uma prática. (HOBSBAWM, 1996; RIDLEY, 2001; ROSE, 2000).
No campo da biologia e da medicina, os pressentimentos da genética com a preocupação na área da hereditariedade de traços morfológicos normais e anomalias invocaram estudos nos fenômenos da hibridação humana. Maupertuis se ocupou com o mecanismo de transmissão dos traços morfológicos no século XVIII. Afirma CANGUILHEM (1977, pág. 38):
A ideologia da transmissão hereditária do século XVIII é ávida de observações, de relatos que versassem a produção de híbridos animais ou vegetais, a aparição de monstruosidade. Esta ávida curiosidade tem diversos fins: decidir entre a pré-formação e a epigênese, entre o ovismo e oi animalculismo; e, desse modo, encontrar soluções para problemas jurídicos de subordinação dos sexos, de paternidade, de pureza das linhagens, da legitimidade da aristocracia.
Portanto, podemos notar que existia uma ideologia científica voltada para um processo civilizador que se esboça antes mesmo do século XIX.
A PALAVRA
Eugenia tem a raiz etimológica grega – eugéneia, que significa “gerar o melhor” (eu = bom, melhor / genia = gerar, geração). Exponho a seguir, um eixo mais ou menos cronológico de idéias e estudos que vem de encontro ao surgimento desta palavra.
A ideologia da hereditariedade, teve no estudo dos princípios da embriologia de Von Baer em 1838, uma explicação que a evolução do embrião se dá por sucessivas diferenciações celulares, cuja teoria era um passo a mais nos estudos de Maupertius no século anterior, e acrescentava legitimidade à teoria da evolução. Canguilhem (1977) afirma que ao evolucionismo foi uma ideologia científica que funcionou como uma auto-justificação dos interesses de um tipo de sociedade, que era a sociedade industrial em conflito – por um lado a sociedade tradicional e por outro a reivindicação social. Portanto, essa ideologia se estendeu por todos os campos do saber e a eugenia, como idéia, foi englobada neste movimento.
Darwin ao estudar a biologia vegetal e animal nas ciências da vida, propôs a tese de seleção natural em sua obra Da Origem das Espécies em 1959, e proporcionou as bases da evolução humana tanto individual como social para pensadores que interpretaram sua idéia.
Herbert Spencer, um filósofo influente que cunhou o termo social-darwinismo em meados do século XIX, reforçou o conceito liberal de laissez-faire (de competição) e fundiu-o com a teoria darwinista para a seleção natural humana, reforçando as bases da ideologia eugênica na sociedade.
Em 1883, Francis Galton, um cientista inglês, cunhou o termo eugenia. A definição desta palavra se fez no sentido de aprimorar a espécie humana através de casamentos entre pessoas que apresentavam boas qualidades físicas, mentais e intelectuais. Propôs (de forma análoga à técnica proveniente da agropecuária), através desse raciocínio, os casamentos eugênicos. Esses casamentos eram cruzamentos humanos entre as boas estirpes físicas, intelectuais e sociais. Galton tinha a tese onde defendia que hereditariedade dos talentos e capacidades naturais eram provenientes de cruzamentos de famílias de alta reputação ou posição (social), as quais estariam mais propensas a terem descendentes eminentes sob algum aspecto, através da hereditariedade.
Neste momento, a idéia foi transformada em fundamentos de uma prática política direcionada, visto que Karl Pearson, seguidor de Galton, sustentava a hipótese de que esta técnica deveria ser um projeto, incorporado na política de regulação estatal para o fortalecimento da nação e purificação da sociedade. (KEVLES, 1995).
Antes da descoberta das teorias das leis da hereditariedade de Gregor Mendel, não se sabia, com exatidão, quais práticas de cruzamento humano, de fato, poderiam aprimorar a linhagem humana. Mendel deixou sua teoria que vem explicar e responder as questões que Darwin não conseguia desvendar. Foi em 1900 que a teoria de Mendel foi descoberta e assim nasceu a genética, cujo termo gene foi cunhado cinco anos após, por Bateson. A genética é o estudo dos genes, das unidades da hereditariedade que geram a vida, ou das partículas elementares construtoras do sistema físico do corpo humano. É uma ciência que foi, ao longo do século XX, muito voltada às pesquisas de populações, na determinação de etnias. Na década de 1940, quando nasceu a biologia molecular (fusão da física e da biologia), com aperfeiçoamento de tecnologias específicas, é que o estudo dos genes como unidades de hereditariedade que geram a vida pôde ser desenvolvido e produzir conhecimentos direcionados ao corpo físico individual.
Portanto, no século XIX, temos um certo encadeamento de conhecimentos que eram a ciência da biologia evolucionista: os estudos sobre hereditariedade, a biologia darwinista e os estudos sobre reprodução. Nesta linha, o desenvolvimento técnico humano foi iniciado a partir dos casamentos eugênicos.
O CONCEITO
A partir de Galton e Spencer, pode-se definir a eugenia como um sentido, uma direção e mesmo um controle social, se analisarmos que existia um movimento de utilização e recrutamento dos conhecimentos científicos no sentido de produzir determinados efeitos discursivos, políticos e práticos. Este sentido eugênico está no campo da ideologia científica. Foi sendo moldado um tipo de sociogênese eugênica que consolidou tal conceito dando-lhe significado e força ideológica. O aperfeiçoamento da espécie humana era um discurso que promovia um ideal considerado real e possível de ser conquistado através de técnicas individuais e sociais. Existiam várias frentes para a consolidação desse conceito: a ascensão da biologia frente às descobertas na linha da bacteriologia e sanitarismo no tocante à cura e prevenção das doenças na segunda metade do século XIX; a importância acentuada na higiene dos corpos, das populações e das cidades; o apogeu da hegemonia inglesa com princípios vitorianos da ordem e da moral (bons hábitos, bons costumes); os fundamentos da teoria da evolução que perpassava todas as disciplinas científicas; o reforço intelectual eugênico através das interpretações que emergiram de pensadores da época, após a publicação da obra de Darwin; a emergência do social-darwinismo influenciando inclusive a xenofobia, o racismo e anti-semitismo crescente na segunda metade do século XIX; e a reversão do liberalismo político e econômico dominante na primeira metade do século XIX e que, ao sofrer uma transição em meados deste século, começou um movimento de inflexão e transformou-se em um liberalismo civilizatório, colonialista e, eugênico.
A IDEOLOGIA
A ideologia, nos últimos trinta anos do século XIX, foi reforçada tanto na sociedade como na política e na ciência, e consolidaram o conceito.
Para se abordar a gênese eugênica é necessário ter em mente que a eugenia e toda sua complexidade é um dos fios condutores que perpassam os aspectos políticos, sociais e científicos ao longo de todo o século XIX, na cultura ocidental. Não é casual que, no contexto peculiar do período 1870-1900, no mundo avançado29, tenha sido gerada uma ideologia voltada à melhoria da espécie humana, na busca de um aprimoramento da raça branca. Não é possível falar de eugenia sem tocar no solo fértil de formulações de idéias e conceitos que caracterizaram essa época. Tendo em vista que sociedade, política e ciência apresentam uma evolução singular nos diversos Estados de linha de frente da consolidação capitalista (pois depende da história particular de cada um), foi nesse período que houve um acelerado processo de concentração de poder e de centralização de riqueza num reduzido número de Estados nacionais industrializados e em vias de participar do “núcleo orgânico” (FIORI, 1999) de consolidação capitalista30. Existia a necessidade de uma organização social que visasse um processo civilizador sobre as sociedades. Esse foi um movimento amplamente apoiado pelas sociedades em geral, em prol de um ideal de progresso das nações e ordem social. A eugenia foi um dos elementos de (tentativa para) delimitação das classes sociais decorrente da estratificação da burguesia pois existia, neste período, uma grande mobilidade inter-classes.
Na peculiaridade do século XIX, observa-se a construção de dogmas e axiomas pautados nesses temas com o movimento expansivo do progresso social rumo a um novo e abrangente padrão instituído, nos modos de sentir, de pensar e de viver da sociedade. A intenção era direcionada à modelagem de um novo homem para um mundo melhor, no sentido de se resolverem problemas graves e crônicos como o conflito social – caracterizados pela xenofobia, racismo e anti-semitismo – e a pobreza, reforçando a importância da civilidade vitoriana baseada na ordem, na higiene e na moral. Nesse sentido, ideologia eugênica foi central nas construções de axiomas científicos que visavam um processo civilizador pautado no controle social.
A ideologia eugênica foi extrapolando seus domínios e se transformando em ideologia científica eugênica que proporcionou a formulação de políticas eugênicas no mundo ocidental."
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É isso!
Fonte:
Maria Eneida de Almeida: "CIÊNCIA EUGÊNICA: gênese e nascimento de uma nova ciência (1870-1900)". (Dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva, área de concentração em Política, Planejamento e Administração em Saúde, submetido à apreciação do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre). Rio de Janeiro – 15 de Março de 2002.
Nota:
A imagem em destaque no texto não se inclui na referida tese.
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