Os Princípios da Maçonaria

“No início do século XX, a Igreja Católica passa a lutar contra a expansão do mundo moderno e destaca, entre os seus maiores inimigos, a Maçonaria. Esta acaba sendo diabolizada pelas autoridades católicas, que a vêm como uma entidade infernal e maléfica, sintonizada com o Satã. A Igreja Católica, por outro lado, se constitui como uma entidade sintonizada com o Bem, com as Luzes, capaz de fazer frente a tudo o que há de pior na face da Terra.

Igreja Católica e Maçonaria tinham que se enfrentar dia-a-dia na sociedade, levando as pessoas comuns a se depararem, algumas vezes, com esses dois mundos e o considerarem mesmo contrários um ao outro. No livro “Juiz de Fora e seus pioneiros”, Jair Lessa relata um desses acontecimentos inusitados:

Em junho de 1883, o doutor Cristóvão de Andrade, venerável de honra da Loja Maçônica Fidelidade Mineira, com espada e avental, deu posse ao novo venerável, Bernardo Halfeld, com retórico discurso de Inácio Gama, enquanto lá fora, percorria lentamente a Avenida, ruas Halfeld, Batista de Oliveira e Santa Rita, a procissão de Santo Antônio, ladeada por centenas de velas, tendo à frente o Vigário Tiago e à retaguarda a banda de música dos irmãos Faria.

Após a Proclamação da República, estes dois universos tornaram-se ainda mais contraditórios. Segundo Paulino de Oliveira, “os que estavam em cima do muro sofreram o dilema: ir à missa ou ir à Maçonaria?” Realmente, depois de tantos conflitos e acusações de ambas as partes, ir à Igreja não era mais uma atitude corriqueira para os maçons, pois tratava-se de um ambiente onde eles não se sentiam à vontade, posto que não eram bem vindos.

Na Constituição do Grande Oriente do Brasil de 1967, encontram-se explicitados os princípios gerais da instituição maçônica. Primeiramente, declara ser a Maçonaria uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Sua luta, portanto, é pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, através do exercício do dever, da beneficência e da busca da verdade. Seus principais objetivos são: a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

Em seguida, o texto da Constituição reprova a exploração do homem, assim como os privilégios e as regalias de alguns; mas exalta duas qualidades, a inteligência e a virtude, assim como valoriza a prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade. A universalidade do espírito maçônico também mostra-se incompatível com o sectarismo político, religioso ou racial. Como conseqüência disso, todos os maçons, independente de suas raças, nacionalidades ou crenças, são considerados irmãos. Por fim, afirma que os principais deveres dos maçons são: amor à família, fidelidade e devotamento à Pátria e obediência à Lei.

Esses princípios também podem ser observados num trecho dos “Princípios básicos para se obter o reconhecimento da Grande Loja Unida da Inglaterra”:

A Maçonaria não é um movimento filosófico que admite qualquer orientação e qualquer opinião... A verdadeira Maçonaria é um sistema de moral, um culto para conservar e difundir a crença na existência de Deus..., para ajudar (os maçons) a regular a própria vida e conduta segundo a própria religião, qualquer que seja..., contanto que seja uma religião monoteísta, que exija a crença em Deus como Ser Supremo, e seja uma religião que tenha um Livro Sagrado sobre o qual o iniciado possa prestar juramento à Ordem maçônica.

A obediência a esses princípios maçônicos pode ser observada nas reuniões da Fidelidade Mineira, principalmente nas ocasiões em que o Venerável fazia algum discurso para explicitá-los aos membros recém-iniciados na ordem. Tal fato pode ser percebido numa sessão de instalação ocorrida no dia 9 de maio de 1873:

O Resp:. Ir:. Ven:. Produzio um breve e eloquente balaustre procurando demonstrar aos iniciados a sublimidade da Mac:., que não olhando para crenças políticas, e nacionalidades, só tem por diviza o progresso social, a caridade e beneficencia.
Terminando, apresentando aos iniciados a satisfação de que a Loj:. se achava possuída pela aquizição de tão distinctos IIr:., pedio-lhes que tivessem sempre em vista o solemne juramto. que prestarão, levando a discripção ao extremo, para que nunca no mundo profano se soubesse o que se passa em nosso templo.

Para a Igreja Católica, entretanto, a Maçonaria oculta, com suas verdadeiras intenções, estaria escondida por trás desses princípios que são considerados como camuflagens, tais como: seu caráter beneficente, o patriotismo de seus membros, a solidariedade existente entre eles, a tolerância religiosa pregada nas lojas, a igualdade e a fraternidade maçônicas.

Segundo Ramos de Oliveira, uma das mais freqüentes camuflagens da Maçonaria seria o fato dela se apresentar como sociedade beneficente, embora se evidenciasse que não era a caridade nem o intuito de fazer benefício que a movia. Para ele, “a beneficência é apenas o engodo com que o Invisível ilude não só o público como os próprios maçons bem intencionados”. Perceba que, mesmo considerando a Maçonaria como uma seita diabólica, ele admite a existência de homens bem intencionados dentro de tal organização, os quais estariam sendo iludidos pelo pode oculto por trás dela.

Diante das inúmeras condenações feitas pela Igreja, era conveniente que os maçons aproveitassem os momentos de contato com o mundo profano para mostrar seu caráter filantrópico. Durante uma reunião aberta da Loja Maçônica Fraternidade Brasileira, por exemplo, onde estavam presentes grande número de profanos, famílias e representantes da imprensa, o venerável da loja informou aos visitantes a finalidade do tronco de beneficência. De acordo com o Livro de Atas, “o venerável communica as Exmas.famílias e cavalheiros presentes que a Maçonaria em todas as suas reuniões tem por fim humanitário fazer circular um tronco de beneficência em que colhe o óbulo que é destinado a socorrer os necessitados”.

Através do Livro de Atas da Fidelidade Mineira, observou-se que o dinheiro arrecadado no tronco de beneficência era utilizado de diversas maneiras: para auxiliar viúvas de maçons que pertenceram à loja; para ajudar os irmãos, pertencentes ou não à loja, que se encontrassem em situações financeiras precárias; para doações a asilos e sociedades beneficentes; para socorrer pessoas necessitadas no mundo profano, etc. Como exemplo de socorro a profanos pode-se citar uma proposta feita por um dos membros da loja em agosto de 1873 “pedindo que do tronco de beneficência seja retirada alguma quantia a fim de socorrer os pobres de Mathias Barbosa, atacados das bexigas”.

O auxílio às viúvas pode ser percebido nesse trecho da ata de uma sessão ocorrida em 11 de junho de 1898 na Fidelidade Mineira: “O Ir:. Freitas pede a palavra e diz que tendo recebido uma communicação de que a viúva do nosso fallecido Ir:. Luiz Lourenço Rodrigues, achava-se em precária situação, pedia que esta Aug:. e Resp:. Loj:. ajudasse com qualque óbolo.” Houve ainda diversos casos de viúvas que recebiam uma mesada da loja até que restabelecessem sua situação financeira.

Para a Igreja, a solidariedade maçônica, vista como mais uma das camuflagens da instituição, seria como uma “isca” que arrastava muitos adeptos para a ordem, os quais julgavam encontrar nela segurança e apoio para possíveis eventualidades da vida. Nesse aspecto, Ramos de Oliveira adverte para o fato de que tal solidariedade é muito relativa e não pode sacrificar os interesses gerais e internacionais da ordem.

Já para os maçons, a solidariedade existente entre os irmãos assumia uma dimensão universal e representava uma das bases da Maçonaria. Mas, para que essa solidariedade fosse possível entre homens de diversas raças, de diferentes países, com costumes específicos, governados por leis particulares, com morais e interesses diferentes, seria necessário a união de todos em um ponto de vista comum, evitando atritos pessoais e antagonismos filosófico-religiosos no seio da ordem. Caso contrário, dissidências profundas e antagonismos inseparáveis se instalariam na ordem e abririam espaço para que o inimigo se fortalecesse.

Através das atas de algumas reuniões da Fidelidade Mineira, pôde-se observar a proteção que a ordem oferecia aos membros da loja. Isso acontecia, por exemplo, quando um maçom sofria perseguições no mundo profano ou quando fosse processado injustamente. Nesses casos, era comum que o Venerável se mostrasse bastante solidário e prestativo, pronto a ajudar em qualquer emergência, “cumprindo assim um dever em vista do cargo que ocupa” na loja.

A obtenção de favores políticos por meio da Maçonaria também pôde ser observada através da análise dos livros de atas. Em sessão do dia 18 de fevereiro de 1899, por exemplo, havia uma correspondência do Ir:. Sebastião Serra “pedindo uma pr:. ao Presidente do Estado, afim de obter o lugar de Fiscal da Fieira de Sete Lagoas, sendo deliberado que fosse enviado uma pr:. aberta para o dito Ir:. se aprezentar as Loj:. de Belo Horizonte, afim dessas o auxiliarem”. Ao analisar a atuação da Maçonaria no Rio Grande do Sul, Luiz Eugênio Véscio também constatou um grande número de pranchas (correspondências maçônicas) com solicitações de favores políticos.

A hospitalidade aos irmãos enfermos ou que perderam entes queridos era muito comum entre os membros da Fidelidade Mineira. Frequentemente, comissões eram formadas a fim de visitar doentes ou prestar assistência em enterros e missas de sétimo dia. Em sessão do dia 10 de junho de 1899, por exemplo, “o Ir:. João Meurer faz sciente que acha-se enfermo o nosso Ir:. Boaventura, ordenando o Ir:. Ven:. que a Com:. de benef:. o fosse vizitar”.

Prosseguindo com os disfarces da Maçonaria, Ramos de Oliveira alega que a fim de conseguir adeptos e merecer a tolerância ou o prestígio dos governos, a “seita maçônica” estaria freqüentemente agitando a bandeira do patriotismo. Entretanto, a diocese juizforana, por meio do Jornal O Lampadário tenta demonstrar à sociedade o perigo que tal instituição representa para a segurança nacional. Segundo Oliveira, vários países já reconheceram a gravidade da situação e interditaram a “seita”.

O amor ao trabalho e à pátria, assim como a prática da virtude e da caridade eram princípios constantemente defendidos pelo venerável da Loja Fidelidade Mineira de Juiz de Fora. Seguindo unidos e respeitando os princípios da Maçonaria, os maçons conseguiriam vencer a guerra contra o ultramontanismo. Uma das formas de vencer essa guerra seria por meio da educação, através do incentivo a colégios dirigidos por “professores sábios e livres”.

A tolerância política e religiosa proclamada pelos maçons também foi alvo de ataque por parte da Igreja juizforana. A Maçonaria, em matéria política, deixa a seus membros inteira liberdade de pensar e agir, mas para a Igreja, isso não era senão uma ilusão, pois tal ordem teria a pretensão de impor sua orientação a compromissos políticos assumidos perante determinado partido ou Nação.

Em matéria de religião, exigia-se apenas que o maçom acreditasse em Deus, chamado de “Grande Arquiteto do Universo” no universo maçônico, dada a conotação cristã que o termo “Deus” possui. Com isso, a ordem maçônica requer apenas qualquer crença e nega ingresso aos incrédulos e ateus. Mas, segundo Ramos de Oliveira, a Maçonaria brasileira só não era abertamente anti-clerical por ser o Brasil um país de maioria católica, o que seria imprudente.

Ao pregarem a tolerância, os maçons tinham por regra não impor dogmas aos seus membros, deixando-os livres para pensar como quisessem. Por isso, não há uma doutrina maçônica. De acordo com Fernando Pessoa: “Tudo o quanto se chama “doutrina maçônica” são opiniões individuais de maçons, quer sobre a Ordem em si mesma, quer sobre as suas relações com o mundo profano. (...) Ora o primeiro erro dos antimaçons consiste em tentar definir o espírito maçônico em geral pelas afirmações de maçons particulares escolhidos ordinariamente com grande má fé”.

Em um artigo intitulado “Maçonaria e Religião”, a Grande Loja Unida da Inglaterra declara que a Maçonaria não é uma religião ou um substituto de religião. Nesse texto, ela afirma a necessidade de que os maçons acreditem num Ser Supremo, mas nega a imposição de um sistema de fé particular aos membros. Sobre a existência de orações em seus rituais, ela se justifica dizendo que tais orações dizem respeito apenas ao que se vai fazer em seguida, como por exemplo, o início de uma refeição; não se refere, portanto, a uma prática religiosa.

O texto também afirma que, apesar de ser permitido que homens de diversas crenças ingressem na ordem, não se pode discutir religião nas assembléias maçônicas. Considerando-se não haver um Deus maçônico, cada maçom continua vinculado ao Deus da religião que professa. A existência de um nome empregado para o Ser Supremo visa apenas permitir que homens de crenças tão diferentes possam reunir-se em oração. Dessa forma, longe de professar uma religião, a Grande Loja Unida da Inglaterra considera ser a Maçonaria um sustentáculo da religião:

A Maçonaria está longe de ser indiferente à religião. Sem interferir na sua prática religiosa, espera de cada um de seus membros que seja fiel à sua própria fé e que ponha seu dever com Deus (sob qualquer nome que Ele seja conhecido) acima de todos os outros deveres. Sua pedagogia moral pode ser aceita por todas as religiões. Deste modo, a Maçonaria pode ser considerada como sustentáculo da religião.

Na encíclica Humanum Genus o papa Leão XIII vai contra essa afirmação e declara que a liberdade religiosa pregada pelos maçons contribui para relegar a religião a segundo plano na sociedade e para a ruína da Igreja Católica:

Abrindo suas fileiras a adeptos que a elas vêm de religiões as mais diversas, eles se tornam mais capazes de acreditar o grande erro do tempo presente, que consiste em relegar para a categoria das coisas indiferentes o cuidado da religião, e em colocar em pé de igualdade todas as formas religiosas. Ora, por si só, esse princípio basta para arruinar todas as religiões, e, particularmente a religião católica, porquanto, sendo a única verdadeira, não pode ela, sem sofrer a última das injúrias e das injustiças, tolerar lhe sejam igualadas as outras religiões.

Para Gregório XVI, essa liberdade religiosa pregada pelos maçons dá origem à liberdade de consciência, a qual é vista como um disparate, um erro que se propaga pela sociedade, causando diversos males: “a efervescência de ânimo, a corrupção da juventude, o desprezo das coisas sagradas e profanas no meio do povo”. Trata-se, segundo ele, da “mais poderosa peste da República”, capaz de levar grandes cidades a sucumbir diante da liberdade de opiniões, de ensino e da ânsia de inovações.

A liberdade de imprensa também foi condenada por esse papa, o qual reforçou a posição da Igreja de perseguir a publicação de “livros maus”, que trazem a público toda espécie de escritos. De acordo com Gregório XVI, doutrinas monstruosas e inúmeros erros são disseminados na sociedade “em inumeráveis livros, folhetos e artigos que, se insignificantes pela sua extensão, não o são certamente pela malícia que encerram, e de todos eles provém a maldição que com profundo pesar vemos espalhar-se por toda a terra”.

Para os maçons, a imprensa representava um poderoso instrumento de ensinamento e propaganda, mas também de luta pela verdade e pela justiça. Por isso, ela foi muito utilizada pela Maçonaria para reagir contra o “jesuitismo”. Por ser uma instituição de caráter fechado, a imprensa foi o meio utilizado pelos maçons para fazer contato com o mundo profano e se defender publicamente dos ataques de seus inimigos.

Diz a Igreja que a Maçonaria, que espalha por todas as partes idéias igualitárias, mantém entre seus adeptos barreiras hierárquicas, já que numa mesma loja, existem diversas categorias de maçons, sendo que os de ordem inferior nunca ficam sabendo o que pensam e querem os irmãos superiores. Do mesmo modo, os mistérios e desígnios da Maçonaria oculta jamais serão revelados à Maçonaria exterior. Para os maçons, no entanto, a igualdade não anula a hierarquia, afinal “o trabalho de todos é preciso; a cada um porém, conforme suas atribuições e competências”.

No que diz respeito à fraternidade maçônica, Ramos de Oliveira afirma: “No recesso das lojas, onde não chegam as averiguações da Justiça nem da Polícia, fazem-se execuções fraternais, sobre as quais pesa o sigilo da Eternidade. E as vítimas caem no olvido e ficam impunes os executores”. Com isso, ele pretende negar mais um dos disfarces maçônicos, que seria a fraternidade.

Ao considerarem uns aos outros como irmãos, os maçons pretendiam estabelecer laços familiares que não levassem em conta diferenças políticas, econômicas ou sociais. Essa fraternidade estabelecida entre os membros da Maçonaria era extensiva a todos os países e garantia proteção e ajuda aos irmãos quando e onde precisassem. Tal promessa mostrou-se bastante atrativa para viajantes e comerciantes de todo o mundo. Talvez isso ajudasse a explicar o grande número de profissionais dessa área que ingressaram na Loja Maçônica Fidelidade Mineira nos anos iniciais de instalação da Maçonaria na cidade de Juiz de Fora.

Mas não era fácil entrar para o meio maçônico, já que os critérios de recrutamento dos novos membros eram bastante rígidos. Para ser um maçom, o candidato deveria ser capaz de guardar segredos (condição essencial para garantir a sobrevivência da sociedade e, também, de educá-los moralmente), ser um homem honrado e possuidor de virtudes morais. Era preciso, portanto, ter uma vida digna, tanto no meio público quanto no meio privado, ou seja, um homem respeitado pelos seus familiares e com uma boa reputação profissional.

Certas características, por outro lado, não eram vistas com bons olhos na hora de se avaliar um futuro maçom, como por exemplo, a não adesão aos princípios políticos defendidos pela ordem. É interessante observar que, embora a tolerância política fosse pregada pelos maçons, na prática não era isso o que acontecia. Outro motivo para não se aceitar um novo membro tem a ver com a existência de uma conduta irregular, tanto no ambiente familiar quanto no público.

Dessa forma, homens de caráter orgulhoso, que tratavam mal suas famílias, corruptos e de pouca educação dificilmente teriam suas propostas de iniciação aceitas. Conforme podemos perceber, não era só a vida pública do candidato que era levada em conta. Aqueles que quisessem tornar-se maçons também deveriam ter uma vida familiar exemplar, mostrando zelo para com a família, preocupação com a formação dos filhos e respeito a suas esposas.

Esse comportamento era rigidamente cobrado por todos os membros da loja, conforme podemos perceber nesse acontecimento extraído do livro de atas da Fidelidade Mineira: “o Ir:. José Marcelino denuncia o Ir:. José Luiz de Mendonça, em seu procedimento para com sua esposa, por abandonal-a e pedia a intervenção desta Loj:. de que o mesmo Ir:. faz parte, e nomeada também uma com:. secr:. afim de syndicar do ocorrido, o que é approvado e nomeado os IIr:. Felippe Hotim e Alfredo Bastos para se entreverem com seus bons ofícios”.

Mesmo depois de já ingressados na ordem, os maçons corriam o risco de serem expulsos, caso sua conduta no mundo profano não fosse condizente com a figura de um homem correto e respeitável. O não-pagamento das mensalidades também era motivo de eliminação da ordem. Na última reunião do ano de 1899 na Fidelidade Mineira, por exemplo, foram citados os nomes de 40 membros que se encontravam nessa situação e que, portanto, seriam eliminados do quadro da loja. Nessa sessão, foi deliberado que estes nomes seriam publicados no Boletim Oficial do Grande Oriente e cada um seria avisado por meio de prancha.

Conforme se observa, a universalidade maçônica não significa que a Maçonaria seja para todo e qualquer homem. Ela “trabalha por todos; mas em seu seio, procura recolher os bons elementos da Humanidade, qualquer que seja a região da Terra, o paiz, o povo, a raça”. Portanto, apesar de ser seletiva, seus esforços são para o progresso de toda a humanidade.”

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É isso!

Fonte:
GIANE DE SOUZA CASTRO: “A CRUZ E O COMPASSO: O CONFLITO ENTRE IGREJA CATÓLICA E MAÇONARIA NO CONTEXTO DA REFORMA CATÓLICA ULTRAMONTANA EM JUIZ DE FORA”. (Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Ciência da Religião. Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Helena Domingues). Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2008.

Nota:
A imagem inserida no texto não se inclui na referida tese.
As referências bibliográficas de que faz menção o autor estão devidamente catalogadas na citada obra.

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