A morte do Barão do Rio Branco

José Maria da Silva Paranhos, o famoso Barão do Rio Branco, foi um dos vultos históricos do Brasil cuja morte mais comoção causou entre a população de seu tempo. Ele morreu no dia 10 de fevereiro de 1912, e no dia 17 do mesmo mês e ano, a revista Ilustração Paulista, um conhecido periódico de São Paulo, publicou uma honrosa reportagem sobre esta figura que sem dúvida muito contribuiu com as questões políticas do nosso país.

Vejamos um pouco a matéria publicada no referido periódico, bem como as fotografias que serviram de ilustração em homenagem a esta grande personagem do nosso cenário social e político:

Ilustração Paulista: São Paulo, 11 de fevereiro de 1912. Ano II, nº 57:

“Ao cabo da mais prolongada e consternadora agonia, mergulhou, afinal, nas trevas do “undiscovered country”, o vulto extraordinário que foi José Maria da Silva Paranhos.

Dizer que seu nome, a cuja sombra benéfica e tutelar se acolhe inconsolável a pátria orfanada por desastre de tal monta, entrou definitivamente para a História, - troféu glorioso a relembrar soberbas conquistas, - seria reeditar um chavão, mais que nenhum outro é inexpressivo, sobretudo tratando-se de quem, por tantos e tão incontrastáveis títulos, soube assegurar-se o posto eminentíssimo que nossos fastos lhe assigna a consciência dos contemporâneos. Porque a verdade é que, com o desaparecimento de Rio Branco, cessam quarenta anos de ininterruptos serviços à causa pública – serviços cujo valor inestimável há de forçar os vindouros a ratificar os aplausos e benemerência com que lhos galardoou o reconhecimento e Admiração dos presentes.

Herdeiro de refulgente tradição de probidade, cultura, dedicação e civismo, de que foi claro espelho o velho estadista visconde do Rio Branco, tão prodigiosamente soube o grande morto de ontem augmentar o patrimônio recebido que sua figura, ultrapassando a dos que mais se avantajam neste momento, paira sobre os destinos da nossa nacionalidade, iluminando-lhe a trilha a seguir na arrancada para o futuro.

Homem – Rio Branco teria alguma vez errado na sua longa carreira pública, tão cheia de devotamento à terra de seu berço, Mas, por maiores que fossem esses erros, bastaria para absolvê-lo deles o o seu título soberbo e imarcescível de – integrador da Pátria brasileira.

E é convencidos disto que nós, compungidos, genuflectimos ante os despojos terrenos do mais glorioso dos compatriotas do nosso tempo”.

CAPA DE "ILUSTRAÇÃO PAULISTA", DE 1912: UMA HOMENAGEM AO BARÃO DO RIO BRANCO

O BARÃO DO RIO BRANCO EM SEU LEITO DE MORTE

SAÍDA DO CORPO DO BARÃO DO RIO BRANCO DO PALÁCIO ITAMARATY; SEGURANDO EM UMA DAS ALÇAS DO CAIXÃO O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O CORTEJO EM SUA PASSAGEM PELA PRAÇA DA REPÚBLICA, NO RIO DE JANEIRO

PASSAGEM DO CORTEJO FÚNEBRE PELA PRAÇA ONZE DE JUNHO E MANGUE (RIO DE JANEIRO)

CHEGADA DO CAIXÃO NO CEMITÉRIO SÃO FRANCISCO XAVIER

MEMBROS DO CORPO DIPLOMÁTICO JUNTO AO LOCAL DO SEPULTAMENTO DO BARÃO DO RIO BRANCO

OS NETOS DO BARÃO DO RIO BRANCO E FILHOS DOS BARÕES DE WERTHER: AMÉLIA, JOSÉ MARIA, JOÃO, MARGARIDA E NICOLAS, EM COMPANHIA DE SUA AMA

É isso!

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