A crise do final do século XIX e a obra de Fernando Pessoa



A CRISE DO FINAL DO SÉCULO XIX E A OBRA DE FERNANDO PESSOA

Apesar da estabilidade das décadas de 1870 e 1880 em Portugal, o país não ficaria imune à grave crise que atingiu a Europa em 1890. Entre os portugueses, o estopim para a crise foi o Ultimatum inglês (janeiro de 1890): a exigência, por parte da Inglaterra, de que Portugal renunciasse a um vasto território colonial na África. Tal fato gerou uma onda de revolta contra os ingleses e contra a Monarquia, acusada de não prestar a devida atenção ao território ultramarino, e contribuiu para que as convulsões e o mal-estar adquirissem proporções ainda maiores. À desvalorização da moeda somaram-se a descrença na capacidade dos governantes para resolver os problemas do país, a falência de bancos, a diminuição nos investimentos e o aumento da dívida pública que, citando o historiador Oliveira Marques, provocaram “um longo ciclo depressivo, que persistiu durante quase toda a década de 1890” (MARQUES, 1996, p. 465).

O Ultimatum inglês e a crise econômica provocaram efeitos que se refletiram na produção literária, e, como consequência, surgiram, no final do século XIX, duas tendências opostas na literatura portuguesa. Por um lado, os intelectuais, revoltados com o ultraje, tentam elevar a autoestima do país, dando início a um movimento nacionalista de valorização da terra e das tradições. Esta tendência, representada especialmente pelo Neogarretismo, é marcada pelo Saudosismo e terá continuidade no século XX com Teixeira de Pascoais e com o nacionalismo místico de Fernando Pessoa. Por outro lado, quando Portugal é obrigado a ceder às exigências inglesas, surge uma onda derrotista de pessimismo e descrença na ação.

Nesta época, Portugal e Espanha estavam bastante atrasados em relação às correntes internacionais do pensamento. Tal como o vizinho, a Espanha convivia com a estagnação social e a desordem política, econômica e cultural. Acrescentemos a isto o impacto causado sobre os espanhóis pela grande humilhação sofrida no final dos anos 90. Atingidos pela crise europeia e sentindo o gosto amargo da humilhação, os países ibéricos experimentam, no início do século XX, o desnível se comparados aos países mais desenvolvidos. Leyla Perrone-Moisés reflete sobre o que significa ser português naquele momento histórico:

Significa ser o decaído de antigas grandezas, o provinciano com aspirações-saudades cosmopolitas, o enjeitado da Europa; significa estar informado do progresso e quase não ter acesso a ele, viver num país agrário na época da industrialização, significa, quando se é poeta, ter um público de “analfabetos” (PERRONE-MOISÉS, 2001, p. 76).

Toda essa atmosfera de crise e mal-estar da década de 90 inevitavelmente afetaria a Monarquia Constitucional. Assim, em 31 de janeiro de 1990, irrompeu no Porto a primeira revolta republicana, logo sufocada, mas que revelava as deficiências do regime. A Monarquia, apesar de bastante debilitada, conseguiu sobreviver à crise. Mudanças repentinas, violência, rotativismo partidário e convulsões, como a greve acadêmica, aliadas ao fortalecimento do Partido Republicano, culminaram no regicídio e na Proclamação da República em 1910.

Fernando Pessoa retornou da África do Sul – onde residira com a família durante toda a infância – em 1905, com a intenção de matricular-se na Universidade de Lisboa. Entre o final de 1906 e 1907, quando contava 18 anos, assistiu aulas de Filosofia. Por conseguinte, esteve próximo dos acontecimentos e vivenciou a agitação do meio estudantil. Bréchon (1998) considera a possibilidade de tais acontecimentos terem despertado a consciência política do jovem Pessoa, de tal modo que fosse tomado de compaixão pelo destino da pátria e de revolta contra a repressão exercida pela ditadura instaurada em 8 de maio de 1907. É provável que tenham se originado neste período a sua aversão ao provincianismo e a concepção aristocrática da sociedade. Nesta fase, um desequilíbrio interior e o desejo de uma “energia fáustica” (GÜNTERT, 1982, p. 22) já caracterizavam Pessoa. Talvez tenha sido esta “energia fáustica”, o desejo de superação, que o tenha conduzido a deixar a Universidade para se dedicar somente à literatura.

Se acatarmos a tese de Pessoa (1986) de que os gênios aparecem com frequência em épocas de crise e de desintegração social e que são gerados pela necessidade de resistência à desordem, se nos afigurará natural o seu aparecimento como poeta em um período de deprimida vida social. Leyla Perrone-Moisés (2001) afirma que Fernando Pessoa foi um excesso em Portugal quando a glória das conquistas era apenas uma lembrança longínqua. Considerando a estreia do poeta nas letras, em 1912, na revista A Águia, podemos dizer que ele foi, desde o início, um excesso, pois seu artigo “A nova poesia portuguesa:

Sociologicamente considerada” é ousado, causa polêmica e não é compreendido. De acordo com a tese exposta por Pessoa, a grande literatura aparece após um período de decadência social, quando a sociedade, consciente da sua identidade, encontra-se em ascensão. Nesse sentido, o poeta estabelece uma analogia entre a literatura inglesa do período isabelino (quando surge Shakespeare), a francesa do segundo período (o de Victor Hugo) e a geração da Renascença Portuguesa. Estando Portugal em uma situação semelhante à dos períodos referidos, está prestes a aparecer o poeta supremo, aquele que deslocaria para segundo plano a figura de Camões, o Supra-Camões, poeta que atingiria o máximo equilíbrio da subjetividade e da objetividade. O que ninguém entendeu (talvez não pudessem entender) – mas que fica claro ao observarmos a trajetória literária de Pessoa e travarmos conhecimento com outros textos por ele escritos – é que o Supra-Camões não era outro senão o poeta que acabava de estrear na literatura.

Pessoa começa a se distanciar da Renascença Portuguesa possivelmente por suas tentativas, sem êxito, de publicar na revista textos de Sá Carneiro, a quem conhecera em 1912, e Corte-Rodrigues. Até mesmo a colaboração de Pessoa vai se tornando rara. Dir-se-ia que a “energia fáustica” do poeta já o impulsionava para outra direção e que a recusa da revista a publicar o drama estático O Marinheiro foi apenas um pretexto para o rompimento definitivo em 1914.

Em uma carta, escrita a Cortes-Rodrigues, datada de 19 de janeiro de 1915, Pessoa aclara a finalidade da arte e a sua missão como poeta:

[...] Ter uma ação sobre a humanidade, contribuir com todo o poder do meu esforço para a civilização vêm-se-me tornando os graves e pesados fins da minha vida. E, assim, parece-me cada vez mais importante coisa, mais terrível missão – dever a cumprir arduamente, monasticamente, sem desviar os olhos do fim criador-de-civilização de toda a obra artística (PESSOA, 1986, p. 54).

Escrita quase um ano depois do dia triunfal, a carta demonstra que a criação literária era uma tarefa a ser cumprida com devoção. Daí que Pessoa tenha recusado as várias propostas de emprego que lhe ofereciam um alto salário, mas que lhe exigiam a obediência a um horário fixo: desejava dedicar a maior parte do seu tempo à obra. E, de fato, Pessoa viveu para a sua obra literária, tarefa complexa, uma vez que o poeta, por não ter à sua volta indivíduos que se aproximassem da sua sensibilidade, deveria criar os seus próprios companheiros de espírito.

[...] Com uma tal falta de literatura, como há hoje, que pode um homem de gênio fazer senão converter-se, ele só, em uma literatura? Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou, quando menos, os seus companheiros de espírito? [...] (PESSOA, 1966b, p. 98-99).

Já que a finalidade de toda criação literária era criar civilização, deixar um legado para a posteridade e, para isso, o homem de gênio deveria comportar toda uma época literária, Fernando Pessoa exigia cada vez mais perfeição da sua obra. O caminho para atingir a perfeição era a heteronímia. Desse modo, o poeta elabora um “drama em gente”: descreve os personagens que cria, mas também lhes dá voz para que descrevam uns aos outros e discutam entre si. Somente criando outros tantos poetas e dotando cada um deles com um sentimento profundo da existência, diferente dos demais, conseguiria abarcar a pluralidade da natureza e responder às questões colocadas pela época. Aliás, esta é a tese proposta por Osakabe (2002): a obra de Fernando Pessoa se constituiria como resposta à decadência.

Mais do que criar poetas com suas respectivas obras, Pessoa se preocupou em escrever textos teóricos que justificassem tais obras. Entre ele estão os que giram em torno do paganismo. Ora, se o drama em gente se caracteriza pela pluralidade, a religião que mantém a coerência no sistema, por ser plural como a realidade, é o paganismo. Tanto Pessoa como Antônio Mora, uma das suas personalidades literárias, relacionam o Cristianismo com o declínio do Ocidente (e nisso dialogam com autores como Oscar Wilde, Walter Pater e Nietzsche). Era, então, flagrante a necessidade do retorno do paganismo para corrigir as imperfeições causadas pelo Cristianismo. Uma das razões do declínio é o subjetivismo. Ao aderir a uma religiosidade subjetiva, o ocidente substitui a mentalidade objetivista (do politeísmo) pela subjetivista (do monoteísmo). O paganismo dos gregos tinha um caráter objetivo, que consistia em colocar na Natureza exterior, ou num princípio derivado dela, o critério da realidade, a base para a interpretação da vida. Ser objetivista equivale a aplicar as faculdades do espírito que nos relacionam com a realidade externa. As faculdades que agem sobre o mundo são: a observação, a atenção e a vontade. As faculdades que trabalham com o interior são: a imaginação, a meditação e a inibição, quando substituímos a ação sobre o mundo pela ação sobre nós mesmos. Outros preceitos responsáveis pela decadência seriam o humanitarismo – que provoca o rebaixamento de uma visão aristocrática para a mentalidade de aceitação da miséria – e o imperialismo.

No texto “Programa geral do neopaganismo português”, datado de 1917, Pessoa menciona a existência de dois ramos da corrente neopagã portuguesa. O ramo ortodoxo – cujo teórico é Antônio Mora – que

considera o cristismo em parte como uma mera heresia pagã, heresia que atinge a essência e não a forma, da fé; considera, além disso, o cristismo uma violação das leis de equilíbrio que regem, ou devem reger, a nossa civilização; considera-o ainda como produto de uma degenerescência nas idéias e nos sentimentos de onde deriva o estado perpetuamente mórbido da nossa civilização (PESSOA, 1986, p. 170).

O outro ramo – o paganismo superior de Fernando Pessoa – é o que

aceita a sensibilidade moderna e os seus resultados mórbidos, reconhecendo-os como mórbidos, mas tendo-os, ao mesmo tempo, por inirradicáveis. Assim, em vez de aspirar a, ou julgar menos possível, uma reimplantação do paganismo, julga que o paganismo serve apenas para base eterna da nossa civilização, devendo, porém servir de disciplina para as emoções criadas pelo cristianismo (PESSOA, 1986, p. 170).

O paganismo, sendo politeísta, é, por excelência, a religião do Sensacionismo, um dos ismos criados por Pessoa, ao lado do Paulismo e do Interseccionismo. O Sensacionismo, afirma Pessoa (1986), descende do Simbolismo francês, do panteísmo transcendentalista português, do Futurismo e do Cubismo. Dos simbolistas, os sensacionistas herdam a atenção excessiva às sensações e a “frequente preocupação com o tédio, a apatia, a renúncia ante as coisas mais simples e mais normais da vida” (PESSOA, 1966b, p. 135). Demonstram indiferença em relação à humanidade, à religião e à pátria. O movimento visa produzir uma arte cosmopolita, universal, sintética, que contenha em si todo o já produzido, que seja tudo de todas as maneiras.

Pessoa esclarece que o sensacionismo se assenta no princípio de a expressão ser condicionada pela sensação a exprimir. Nesse sentido, refere que a geração do Orpheu tem uma peculiaridade: traz consigo uma riqueza da sensação e uma complexidade da emoção e vibração intelectual que nenhuma outra possuiu. No contexto deste trabalho, é importantíssimo que façamos alguns comentários a respeito do grupo do Orpheu ou I Modernismo português.

O primeiro número de Orpheu, revista trimestral destinada a divulgar os valores estéticos do Modernismo e que tinha em Fernando Pessoa seu guia, é publicado em março de 1915. Ainda que Sá Carneiro e Santa-Rita Pintor tenham retornado de Paris trazendo as últimas novidades a respeito das vanguardas, especialmente do Futurismo e do Cubismo, Orpheu apresenta em larga medida as marcas do Simbolismo e do Decadentismo. A polêmica neste primeiro número fica por conta do poema 16 de Sá Carneiro e da “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos. O grupo que ambicionava criar uma arte cosmopolita e romper com o academicismo e com o populismo, se converte no assunto do dia em Portugal, tamanho o escândalo que provoca. Em junho de 1915 sai o segundo número da revista. Entretanto, o terceiro, programado para outubro, por dificuldades financeiras, não é publicado. Terminava aí a aventura de Orpheu, mas o som da sua lira continuaria sendo ouvido.

Ao passo que o movimento da Renascença Portuguesa tinha um cunho conservador, Orpheu defendia a abertura às correntes internacionais; o que é coerente com a concepção que Pessoa tinha da arte moderna: “a verdadeira arte moderna tem de ser maximamente desnacionalizada – acumular dentro de si todas as partes do mundo. Só assim será tipicamente moderna” (PESSOA, 1966b, p. 114).

Os orphistas surgem em um momento de convulsões, durante a I Guerra Mundial. Quando eclodiu o conflito, o interesse de Portugal era posicionar-se ao lado dos Aliados e contrário à Alemanha, para proteger os domínios ultramarinos. Se a vitória fosse dos Aliados, como acreditavam, as colônias estariam protegidas da ambição alemã. Em 1916, atendendo ao pedido da Inglaterra, Portugal requisita dezenas de navios alemães refugiados em portos portugueses. Resultado: a Alemanha declara guerra a Portugal.

Fernando Pessoa era contrário à entrada de Portugal na guerra e tampouco via com bons olhos a aliança com a Inglaterra e a França. Em um texto, que não chegou a ser publicado – escrito em 1915, como resposta ao apelo do escritor e político João de Barros para que os intelectuais portugueses quebrassem o silêncio e manifestassem seu apoio à guerra –, Fernando Pessoa opina que Portugal deveria colocar-se ao lado da Alemanha; e justifica tal partido dizendo que portugueses e alemães tinham em comum uma tradição de Império. Além disso, naquele momento, Portugal estava ultrajado, como também o estivera a Alemanha do início do século XIX. E mais: em ambos os países a tradição imperial é evocada pelo misticismo nacionalista.

Uma vez estabelecida a aliança com os Aliados, Portugal teve de preparar um exército para enviá-lo à França. Internamente as consequências da guerra eram graves, como escassez de gêneros de primeira e segunda necessidade, sendo que a maioria da população, conforme refere Oliveira Marques (1996), não entendia o porquê da participação portuguesa naquele conflito. A desordem no país imperava antes mesmo da entrada na guerra, com a queda dos governos, a ameaça de ditadura e a revolta para evitá-la em 14 de maio de 1915.

Afirmar que os orphistas pregavam a indiferença à pátria, à religião e à humanidade não equivale a dizer que os acontecimentos não os afetavam. Ao defender esta indiferença, Pessoa (1966b) explica que o artista, no seu fazer poético, não deve dedicar sua atenção a outra coisa que não seja a obra na qual trabalha, não deve olhar para fora de si. A preocupação do artista deve ser criar beleza e não pregar ou defender esta ou aquela ideologia política, estas são tarefas para o religioso e o político. Pela divisão do trabalho na sociedade, cada profissão tem a sua tarefa. Quando o poeta tenta realizar o trabalho do político, com as preocupações do político, há um desequilíbrio na Natureza (que fez o poeta para ser poeta). Desse modo, a arte não tem uma finalidade social. Tem, sim, um destino social, mas este ninguém controla.

Ainda no mesmo texto, Pessoa avalia o impacto das idéias da Revolução Francesa e da agitação intelectual, o crescimento das indústrias, o desenvolvimento dos meios de transporte e a facilidade de comunicação, para que a civilização moderna adquirisse a marca da rapidez. A emoção, a inteligência, a vontade, também participam da velocidade e da transitoriedade. Pessoa menciona que todas essas transformações aconteceram em um momento em que se sofre pela queda de regimes. E segue:

[...] em que o gusano da crítica esboroou de todo o edifício da fé religiosa. Foi mais longe, mais tarde, o efeito do espírito crítico: como era fatal que acontecesse, ele virou-se sobre os ídolos que mal erguera, as forças defensoras das idéias antigas tomaram-no como arma contra as idéias novas. E, assim, à confiança na ciência que caracteriza o período darwinista do século ido, à atitude positiva em que cristalizara a mentalidade coeva das descobertas, a cada dia feitas, da física, da química e da biologia, seguiu-se uma crítica a estas próprias idéias, um inquérito sobre as bases em que estas novas fórmulas assentavam (PESSOA, 1966b, p. 165).

Junto com o progresso se tem a falta de apoio, a dúvida, o desamparo. Eis o mal-estar, a doença pela qual a civilização ocidental é acometida e que deixará seus vestígios por toda a obra de Fernando Pessoa. Não é demais lembrar que as reflexões do poeta se aproximam das ideias de outros pensadores que abordam a temática da decadência da civilização ocidental. Nesse sentido, Robert Bréchon (1998) sublinha o efeito produzido sobre o jovem Pessoa pela leitura da obra Dégénérescence, de Max Nordau, que, além de causar-lhe uma forte impressão, o fez perceber o grau de esgotamento a que chegara a cultura no ocidente no final do século XIX e início do XX. Esta época é definida por Fernando Pessoa como hora de fogo e de treva, pois nela estão presentes todas as características de uma decadência conjugadas com todas as características do progresso. Os do Orpheu, como diz Pessoa, nasceram doentes desta época, são por ela afetados. Logo, a arte moderna deve ou cultivar o sentimento decadente ou expressar toda a vibração da vida contemporânea. Na obra do criador dos heterônimos, verificamos as duas tendências, por isso podemos dizer que ele foi intérprete da sua época. Portanto, toda a sua obra, de certo modo, se apresenta como resposta à decadência.

Orpheu combatia o provincianismo e visava a uma arte cosmopolita. A heteronímia, dialogando com questões finisseculares e as vanguardas, responde ao sentimento profundo de decadência, mas responde também a determinadas circunstâncias da vida cultural portuguesa, já que Pessoa acreditava que, diante da escassez de genialidade em Portugal, caberia a ele criar os seus pares. Por fim, Fausto também é uma resposta à decadência.

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Fonte:
CARINA MARQUES DUARTE: “DO CRIADOR DE CIVILIZAÇÃO AO EU-ABISMO: UMA LEITURA PALIMPSESTUOSA DO FAUSTO DE FERNANDO PESSOA”. (Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Letras do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Letras com ênfase em Literaturas Portuguesa e Luso-africanas. Orientadora: Profa. Dra. Jane Fraga Tutikian). Porto Alegre, 2010.

Nota
:
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As notas e referências bibliográficas de que faz menção o autor estão devidamente catalogadas na citada obra.
O texto postado é apenas um dos muitos tópicos abordados no referido trabalho.
Para uma compreensão mais ampla do tema, recomendamos a leitura da tese em sua totalidade.
Disponível digitalmente no site: Domínio Público

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