DEFINIÇÃO DE ROMANCE HISTÓRICO



Definição de romance histórico

Segundo Moisés (1971, p. 165), a palavra “romance” deve ter surgido de romans (vocábulo de origem provençal), que se originou da expressão latina romanicus ou, senão, do termo romanice, que fazia parte da expressão romanice loqui, cuja significação é falar romanico, isto é, “[...] o Latim estropiado no contacto com os vários povos conquistados por Roma, em oposição a latine loqui , “falar latino”, isto é, a língua empregada na região do Lácio e arredores”.

O falar romance, segundo o mesmo autor, passou a caracterizar, durante a Idade Média, as línguas usadas pelos povos que estavam sob o domínio romano. Mais tarde, essa expressão serviu para denominar a própria linguagem do povo, diferenciando-a da linguagem dos eruditos. Tempos depois, esse mesmo termo passou a se referir a composições literárias de cunho popular, folclórico. Essas composições literárias de natureza imaginativa e fantasiosa passaram, também, a ser denominadas de romance assim como as narrativas em prosa e em verso. No primeiro caso, encontram-se os chamados romances de cavalaria. Essa mesma denominação era conferida aos poemas narrativos que contavam as façanhas dos cavaleiros e aos poemas que versavam sobre temas amorosos, épicos, moralistas, satíricos, etc.
Aguiar (1974, p. 8) considera que o romance é uma forma literária relativamente moderna, apesar de que, na literatura helenística e na literatura latina, as narrativas literárias já se fizessem presentes, como no Satiricon de Petrónio, valioso documento de denúncia social.

Na Idade Média, a palavra romance, derivada de romanice, advérbio latino que quer dizer ‘à maneira dos romanos’, designou originalmente a língua vulgar, a língua românica. Depois, o termo romance passou a designar composições literárias, escritas em língua vulgar. Mesmo com toda a sua flutuação de significado, o termo passou a denominar sobretudo as obras literárias de característica narrativa; no início essas narrações ocorreram em versos, mais tardiamente surgiram as narrativas em prosa.

Essa mesma expressão romance serviu, ainda, durante a Idade Média para designar composições curtas de estruturas elementares e de linguagem simples e fluida. Com esse sentido, a palavra continuou a ser empregada na Espanha.

Foi na Espanha onde mais se cultivou o romance em verso, que se tornou uma modalidade literária quase que exclusiva daquele país.

Entretanto, somente nos meados do século XVIII surgiu o romance tal como é entendido atualmente. Posteriormente, apareceu com outros significados no período do Romantismo, época em que ocorreu uma ampla revolução cultural empreendida pela Escócia e pela Prússia. Essa modalidade de gênero textual e literário combinava com o novo espírito que surgia em consequência do natural desgaste das estruturas sócio -culturais trazidas pela Renascença.

Diante desses acontecimentos, o romance surgiu como uma modalidade artística burguesa, suplantando a epopéia, considerada, até então, a expressão nobre da arte dentro da linha tradicional aristotélica. Com isso, coube ao romance representar o papel antes destinado à epopéia, ou seja, ser o espelho de um povo e a imagem fiel de uma sociedade. Porém, há de se considerar que, entre o romance e a epopéia há muitas afinidades, já que esses gêneros literários tendem a oferecer uma visão mais completa do Universo. Ambos tratam de questões referentes aos seres humanos, aos seus heróis e aos seus dilemas.

Essa identificação com a burguesia explica por que o cenário característico dessa espécie literária é urbano: a problemática do romance é  precipuamente citadina, logo se pode entender a importância dada ao espaço dentro da trama textual.

Em geral, considera-se que a maturidade e a afirmação do romance como espécie literária datam a partir do romantismo.

De acordo com Moisés, o romance caracterizou-se como porta-voz da burguesia em ascensão, a partir do período da revolução industrial inglesa na segunda metade do século XVIII. Tal caracterização atribuída ao romance deu-se em razão das ambições, das veleidades e dos desejos próprios dessa classe social. Além disso, o romance serviu para essa mesma classe como ópio sedativo ou fuga da materialidade diária.

No século XIX, o termo começou a ser empregado com a significação que conserva atualmente. Todavia, essa mesma expressão pode designar um encontro amoroso entre as pessoas e, por isso, segundo Moisés, o termo romance dentro desse contexto passa igualmente a caracterizar uma atmosfera de segredo, de fruto proibido, logo se pode associá-lo à significação que outrora lhe foi atribuída, à narrativa de imaginação.

Nesse século, há um total predomínio do romance, apesar de este, em alguns momentos, ser confundido com a novela. Nesse mesmo período, também se conheceu o criador do romance moderno, o escritor Balzac. Essa consolidação deu-se graças à Comédia Humana, escrita por ele entre os anos de 1829 e 1850. Tal obra, repleta de críticas e sátiras, apresenta um amplo painel da sociedade burguesa da época.

Em relação ao romance, sabe-se que sua principal característica reconstruir e recriar o mundo a seu modo, sem o intuito de fotografá-lo. Com isso, o romancista delineia os contornos do seu mundo em criação, ciente de que esse mundo possui uma dimensão ínfima perante o próprio Universo.

Outra característica do romance é a simultaneidade dramática presente na estrutura textual desse gênero literário: a teia de conflitos que faz parte do enredo se assemelha à vida real, pois numa situação ou noutra as pessoas (personagens) envolvidas nas tramas devem ser as personagens principais da narrativa.

Para Moisés, então:

No romance, tudo se passa como uma pedra jogada na água, formando uma série de círculos concêntricos que se vão esbatendo à proporção que se afastam do foco gerador. Observe -se, porém, que outras pedras lançadas nas proximidades originam outros círculos contíguos e parecidos. A cada pedra corresponderia um romance, e, ao conjunto, a vida (op. cit., p. 176.).


A essência do romance é a história que se conta através dele, essa história é a sua constituição máxima.

Após definir o que é romance,  passamos a caracterizar o romance histórico.

O primeiro romance histórico da literatura universal foi Waverley (1814) de Sir Walter Scott. Esse romance, segundo Figueiredo (2007), tornou-se um paradigma para o novo gênero da prosa romanesca: o romance histórico, que emergiu em um contexto de profunda fé historicista, na qual o pensamento histórico predominante se alimentava do entusiasmo com uma apreensão realista do mundo. Na opinião de Milton (1992, p. 26-33), o romance histórico é ”[...] leitor singular dos signos, ou seja, a história, como discurso, pré-existe ao romance histórico e permite, no entanto, afirmar, como já feito, que os produtos da historiografia, ao serem absorvidos no romance perdem sua capacidade de significação”. Contrariamente a isso, vê-se que os signos da história são retomados no romance histórico para multiplicar seus significados.

O romance histórico é um gênero literário, em geral em prosa, que busca analisar a vivência humana por meio de uma sequência de eventos que envolvem um grupo de pessoas em um cenário específico. Esse romance é uma narração extensa em prosa, que inclui a evolução e os desfechos de acontecimentos inscritos em um panorama social.

Segundo Figueiredo(2007), o romance histórico é um gênero literário que surgiu no início do século XIX, em meio às transformações sociais, políticas e econômicas ocorridas na Europa, decorrentes da irrupção da revolução burguesa, da destituição napoleônica e da incipiente formação dos estados nacionais autônomos. Todas essas transformações sinalizavam para uma nova  ordem social: a participação ativa da população europeia, desencadeando uma consciência histórica de proporções vultosas.

A partir da disseminação dessa consciência, a população passou a compreender a existência humana de modo historicamente condicionado e o percurso histórico, como um processo que interfere no cotidiano dela, assim como em seus interesses imediatos. Essa nova visão da vida e dos fatos consolidou na população um sentimento de nacionalidade.

Envolto às transformações ocorridas desde o seu surgimento no século XIX, o romance histórico, segundo Gonzalez (2007), ressurge no século XX, surpreendentemente, com uma nova roupagem, pois faz uma leitura da história com muito mais liberdade do que no Romantismo e aproxima a verdade e a verossimilhança. Com isso, o romance histórico se vale da verossimilhança ficcional para fazer crítica à própria história e, por meio dela, talvez, alcançar uma verdade que os historiadores sempre conseguiram construir de forma mais burilada. Ao final desse século, observou-se por parte dos autores de ficção, um crescente interesse pela retomada da temática histórica, fazendo com que o romance histórico domine a cena literária.

A retomada pela temática histórica ocorreu com a ruptura da identificação entre temporalidade ficcional e temporalidade histórica, o que possibilitou ao romance histórico trabalhar com a História, sem se preocupar com a cronologia, base do tempo da História. Talvez o romance histórico seja a prova de que, entre a História e a Literatura, há um discurso próprio. E isso comprova a autonomia da História e a possibilidade de se ler a História pelo e através do romance.

Quanto à estrutura do romance, é notável um número maior ou menor de descrições. A sequência descritiva apresentada tem por objetivo representar personagens, objetos e aspectos relativos ao espaço geográfico e histórico-sociológico.

A descrição é vista como o principal instrumento de que o romancista dispõe para especificar o espaço no qual ocorrem os fatos.

No romance, a descrição corresponde em parte ao olhar do narrador, pois há uma descrição que se quer fidedigna do espaço (ambiência  sócio -histórica) e outra, subjetivizada em função das intencionalidades enunciativas do narrador. O narrador como que assume um papel de guia dentro do texto e passa a mostrar ao leitor aquilo que acha que o leitor deva ver e apreciar. Essa atuação é própria da modalidade de narrador, a quem cabe a responsabilidade de ciceronear o leitor pela história. Nessa circunstância, a descrição passa a ter como referente o espaço, os seres e as coisas sob a ótica do narrador.

Para dar mais veracidade a uma descrição centrada numa personagem, o romancista se vale de diversos pretextos e artifícios que obrigam ou convidam as personagens a prestarem atenção nos seres, nos objetos e nas paisagens.

No romance histórico, segundo Maestri, autor e narrador têm por função [...] “animar os protagonistas ficcionais de maneira que vivam, amem e odeiem em conformidade com as vivências reais do passado, para que se elevem aos status de personagens singulares e universais”. Além disso, cabe ao autor selecionar em documentos, memórias, relatos, historiografia, conhecimentos e ideias conscientes e inconscientes sobre o passado - material do qual se valerá para a construção de enredo, protagonista e paisagem.

Tudo isso porque se espera que a obra ficcional seja capaz de registrar a essência dos fatos históricos, senão passa a ser desmerecida em seu caráter evocativo. A falta de solidez dos registros dos fatos históricos pode fazer com que uma obra se torne um mero depoimento da realidade cultural da época em que foi produzida ao invés de um retrato adequado da época a que se refere.

Por isso, Gomes (1996, p. 124) afirma que o romance histórico:

[...] afasta o olhar do complexo presente do País e volta-se para o passado, a fim de detectar aí mitos, heróis característicos, que nos ajudem a ver-nos hoje. [...] Resgatar pela memória o que o esquecimento apagou parece ser a pedra de toque desses romances que, pós-modernamente desconfiam das utopias e dos mitos gerados pelo progresso. [...] Entretanto, não se trata de reconstruir as ilusões perdidas, mas recolher do passado algumas peças que possam ser reinventadas. [...] História e memória imbricam-se. Os relatos extraem um momento do passado, para perturbar a sua tranquilidade, para redimi-lo, desrecalcando-o através da lembrança.

Para Maestri, é no romance histórico que se pode ter uma visão mais objetiva dos fatos ocorridos numa determinada época, ainda que de forma alienada. Mesmo assim, será possível detectar através do texto literário as concepções de mundo e os preconceitos das elites da época a que se refere o romance.

Para Baumgarten (2000), o romance histórico, desde sua origem, apresenta determinadas características essenciais, como bem aponta Luckács (1966) em sua obra:

†painéis históricos que abarcam determinada época e um conjunto de acontecimentos;

†procedimentos da escrita da História organizados em observância a uma temporalidade cronológica dos acontecimentos narrados;

† personagens fictícias empreendendo acontecimentos históricos;

†personalidades históricas  citadas ou integrando o pano de fundo das narrativas;

†detalhes históricos utilizados com o intuito de conferir veracidade à narrativa, aspecto que torna a história incontestável;

†presença do narrador, em geral na 3ª pessoa, numa situação de distanciamento e de imparcialidade, procedimento herdado igualmente do discurso da História.

Na avaliação de Silva Júnior , os romancistas têm demonstrado, nos últimos anos, crescente interesse pela releitura do passado histórico sob o ponto de vista literário, feita por intermédio de romances históricos, os quais “[...] submetem os fatos passados a outras versões que não aquelas apregoadas pela historiografia oficial e aceitas, na maioria das vezes, como únicas verdades possíveis”. Nessa releitura dos fatos, os romancistas contrapõem, também, a própria estrutura tradicional de romance histórico introduzida, principalmente, durante o século XIX. Esse novo formato de se escrever romances históricos sinaliza uma tendência na recente ficção romanesca latino-americana a partir dos anos setentas até os dias atuais. Mas antes de chegar ao modelo atual, o discurso histórico, no seu início, e depois ainda por algum tempo, consolidou-se   pelo conservadorismo e pela passividade com que acatava o desenrolar dos fatos preconizados pela cultura oficial.

O romance histórico, conforme considera Silva Júnior, passou por bastantes transformações, no século XX, dentre elas a própria abordagem dos fatos. Isso pode ser confirmado na própria literatura brasileira, pois a partir da década de 70, houve um grande número de romances direcionados à escrita da história nacional, cujo objetivo era fazer uma releitura dos fatos em seus diferentes momentos.

Leituras feitas de toda a produção literária dos anos 70 confirmam a presença de dois segmentos desse gênero histórico -literário com características diferentes. Nesse novo modelo de romance, foram instituídas duas tendências: a primeira, clássica, tradicional, no discurso oficial da História o seu principal suporte, pois é, através dele, que se supõe a veracidade dos acontecimentos relatados no texto literário. A segunda, contrária à primeira, posto que se apresenta avessa a esse mesmo discurso, oposição manifestada pela releitura crítica que faz dos fatos, já que a historiografia oficial apresenta-os como verdadeiros e incontestáveis. Essas duas tendências caracterizam o paradoxo que envolve o romance histórico e, nessa segunda tendência, enquadra-se um dos romances de Ana Miranda - Boca do Inferno – que é o córpus desta pesquisa para o estudo da expressão linguística TEMPO.

Além desse paradoxo que envolveu a composição do romance histórico, importa ressaltar outra questão presente e polêmica: a posição do historiador frente a essa composição romanesca dos fatos históricos. Nesse sentido, Maestri acredita que era comum o historiador ver o romance histórico como uma leitura inoportuna, pois acreditava que o desvelamento do passado só seria possível por instrumentos da historiografia e, jamais, pela fantasia arbitrária do romancista: para o historiador, as interpretações do romance histórico são, no máximo, uma ficção do passado, tal ficção é incapaz de aproximar-se das singularidades profundas desse passado.

As mudanças difundidas nos estudos historiográficos, durante a crise do conhecimento histórico, desencadearam na Literatura a necessidade de se proceder, também, a uma avaliação, a uma revisão e a uma revitalização da História, quando tais acontecimentos são contados de forma ficcional. Esses  novos romances históricos trazem para o contexto literário os questionamentos relativos à cisão que ocorreu novamente entre História e Literatura, posto que, como já apontamos anteriormente havia intenção, por parte da História positivista/oitocentista, de proclamar-se auto-suficiente em relação às outras áreas do conhecimento. Essa postura, por conseguinte, dificultou à História assumir que se valia de certos elementos próprios da Literatura em sua estruturação e elaboração textual.

Nesse novo delineamento do panorama do século XX no qual se encontra a História no século XX, encontra-se, também, a Literatura com suas contribuições no que diz respeito às suas produções e aos novos rumos encaminhados pelas modernas e diferenciadas abordagens históricas. Nesse contexto, destaca-se, ainda, um novo modelo de romance histórico, que muda as convenções formais e conteudísticas da ficção histórica tradicional, por meio de novas estratégias textuais e, sobretudo, pelo exercício crítico e contestatório sobre este mesmo discurso, político e cultural, refletindo sobre sua condição existencial no passado, sem deixar de refletir, também, sobre o presente.

O novo romance histórico, segundo Peres (2002), surge soberano e com características próprias no campo artístico-literário com o intuito de reconstruir o passado por intermédio da palavra. Ainsa (1991) identifica o romance histórico como uma narrativa pós-moderna, sobretudo na América hispano-americana, por considerar que os autores fazem uma releitura da história parodiando-a de modo crítico, desarranjando a ordem dos fatos, destruindo os heróis, enaltecendo os mitos, contestando a realidade histórica e reconstruindo o que haviam destruído, mas, ao mesmo tempo, sem perder de vista os grandes eventos dos povos e os grandes mitos da humanidade retratados pela História.

Outra especificidade do romance histórico é a estrutura truncada da temporalidade verbal presente nas sequências narrativas, propositadamente elaboradas pelo narrador onisciente.

No novo romance histórico, as personagens transitam por um espaço físico e temporal que as possibilitam agir e criar fatos que podem ser narrados através da linguagem. Nele, portanto, as narrativas podem ser históricas ou ficcionais.

Barthes questiona as diferenças apontadas entre História e Literatura e a organização do discurso presente nessa modalidade de gênero textual. Chega à conclusão de que a História não é ciência exata pelos critérios da verdade, logo é essa característica que a faz se aproximar da ficção, uma vez que seu discurso sofre intervenção da linguagem, enquanto que o discurso ficcional histórico se apóia na história estabelecida e acaba sendo o relato de um relato.

A importância dada aos fatos históricos pelo romance, na atualidade, tem propiciado na literatura hispano-americana a aproximação do escritor ficcional ao historiador, pois este narra os fatos seguindo os preceitos estruturais da narrativa, ou seja, toma para o texto os dados selecionados e os contestados, todos priorizados em meio a uma pretensa verdade, enquanto aquele vê os fatos por uma lógica meramente artística, tanto que a ele é permitido o excesso imaginativo. No entanto, na pós-modernidade, o romancista assume uma outra postura: a de levar em conta a historiografia ao escrever o romance, sem se desfazer da criatividade.

Poderíamos, então, dizer que o romance histórico problematiza a questão do “mundo real” e do “mundo da obra”. No dizer de Maingueneau (1996, p. 185):

O mundo “real” que a obra pretende representar como um mundo exterior a ela só é de fato acessível através do “mundo” instituído pela obra. O “mundo da obra” deve ser lido nos dois sentidos: como o mundo representado pela obra e como o mundo que ela constrói através de sua clausura. Longe de se visado por um discurso transparente, o mundo é portanto “imitado” por esse próprio discurso. A obra, de certo modo, deve “ser” o universo que supostamente representa. É apresentando-se que o texto pode representar, sendo as propriedades destinadas ao mundo representado as mesmas que o discurso destina para si. A obra revela um mundo através da matéria de sua enunciação; num mesmo movimento, institui esse mundo e mantém um discurso oblíquo sobre ele por sua própria maneira de dizer.


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Fonte:
IVETE MONTEIRO DE AZEVEDO: A EXPRESSÃO DO TEMPO NO ROMANCE HISTÓRICO: um estudo em Boca do Inferno de Ana Miranda”. (Tese de Doutorado apresentada à Coordenação de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Estudos de Linguagem. Orientadora: Profª. Dr.ª Cláudia Nívia Roncarati de Souza). Niterói, 2008.

Notas:
A imagem inserida no texto não se inclui na referida tese.
As notas e referências bibliográficas de que faz menção o autor estão devidamente catalogadas na citada obra.
O texto postado é apenas um dos muitos tópicos abordados no referido trabalho.
Para uma compreensão mais ampla do tema, recomendamos a leitura da tese em sua totalidade.
Disponível digitalmente no site: Domínio Público

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