É sabido que o epistemólogo Karl Popper chegou a contestar a Teoria da Evolução como experimentalmente “refutável”. Essa conclusão está fundamentada no fato de tal teoria ser constituída por um vasto conjunto de enunciados, e de tal modo que se torna praticamente impossível organizar uma confrontação verdadeiramente definitiva com os diversos “dados” em questão. Por exemplo: dados decorrentes da classificação, da paleontologia, da anatomia comparada, da genética, da embriologia, da biogeografia etc.
A seguir, analisemos de maneira sucinta alguns pilares darwinistas. Vejamos, pois, o que se pode extrair de cada um deles. Esta análise se dará sob a base do neodarwinismo, que é o gradualismo rígido e estrito, e norteia-se por alguns pontos abordados por um darwinista em um desses banais debates da Internet.
“Há 600 milhões de anos, no começo do que os geólogos chamam de Período Cambriano, surgiu grande parte do maior filo de invei librados, num espaço curto de alguns milhões de anos. O que ocorreu durante os prévios quatro bilhões de anos da história do planeta? O que havia no começo do mundo cambriano que pudesse ter inspirado tamanha atividade evolutiva?
Essas perguntas têm preocupado os paleontologistas desde que triunfou a opinião evolucionista, há mais de um século. Isso porque, embora rasgos evolutivos rápidos e ondas maciças de extinção não se jam contrários à teoria darwiniana, um preconceito profundamente arraigado no pensamento ocidental predispõe-nos a buscar a continuidade e a mudança gradativas: natura non facit saltum (a natureza não dá saltos), como diziam os antigos naturalistas.
A explosão cambriana preocupou Darwin de tal maneira que ele escreveu na última edição de seu The Origin of Species: "O caso, no momento, tem de ficar inexplicado; e pode perfeitamente ser trazido como argumento válido contra as ideias aqui expostas". A situação, na verdade, era ainda muito pior na época de Darwin. Naquela época, não tinha sido descoberto um fóssil sequer da era pré-cambriana; era a explosão cambriana de invertebrados complexos que fornecia as provas mais antigas de vida na Terra. Se tantas formas de vida surgiram ao mesmo tempo, e com tamanha complexidade inicial, não seria possível argumentar que Deus escolhera a base do cambriano para Seu momento (ou seus seis dias) de Criação?
A dificuldade de Darwin foi parcialmente contornada. Agora já temos registros de vida pré-cambriana estendendo-se a mais de três bilhões de anos atrás. Fósseis de bactérias e algas verde-azuladas foram encontrados em diversas partes, em rochas com idades entre dois e três bilhões de anos.
Mesmo assim, essas excitantes descobertas em paleontologia pré-cambriana não afastam o problema da explosão cambriana, já que incluem apenas bactérias e algas verde-azuladas (veja o ensaio 13), e algumas plantas superiores, como as algas verdes. A evolução dos metazoários complexos (animais multicelulares) parece tão súbita quanto antes. (Uma única fauna pré-cambriana foi encontrada em Ediacara, na Austrália. Nela se incluem alguns parentes do coral atual, águas-vivas, artrópodes e duas formas misteriosas, sem semelhança alguma com nada que viva atualmente.
Mesmo assim, as rochas de Ediacara estão bem abaixo da base cambriana e qualificam-se como pré-cambrianas por uma margem mínima.) O fato é que o problema aumenta na medida em que estudos exaustivos de um número cada vez maior de rochas pré-cambrianas destrói o velho e popular argumento de que os metazoários estão ali realmente, apenas não os encontramos ainda”.
“A chamada explosão marca somente o primeiro aparecimento no registro fóssil de criaturas que viveram e se desenvolveram durante boa parte do pré-cambriano. Então o que teria impedido a fossilização de faunas tão ricas? Nesse ponto temos uma variedade de propostas que vão desde o mais absurdo argumento ad hoc ao eminentemente plausível”.
Fonte:
Stephen Jay Gould. “Darwin e os Grandes Enigmas da Vida “. Editora Martins Fontes. São Paulo, 1999, p. 104, 114-115).
GENÉTICA:
É um fenômeno comum entre darwinistas fazer menção de vários mecanismos supostamente favoráveis à Teoria da Evolução, porém, sequer eles principiam uma confrontação entre todos esses dados, relacionando-os entre si. Mas isso Popper explica!
Em relação ao que foi citado pelo dito darwinista, todos os casos APENAS poderão ser tomados como exemplos MACROevolutivos se extrapolados a partir de eventos MICROevolutivos. Note-se “observação de especiação em moscas, bactérias, ratos, peixes etc”. Se tomarmos exatamente esses casos constataremos apenas a ocorrência de mudanças intra-espécies, e não inter-espécies, isto é, mudanças inusitadas as quais não podem ser observadas empiricamente e que supostamente teriam acontecido num passado longínquo, coisas de alguns milhões de anos. Sem essas extrapolações, no entanto, o gradualismo ortodoxo simplesmente não subsistiria, e, na verdade, subsiste apenas como conteúdo filosófico ou, como diria Popper: “metafísicos”. Mas eu fico com "enunciados históricos", para ser mais ameno.
BIOQUÍMICA:
CITOLOGIA E HISTOLOGIA:
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