"Veja" está cega"

"Lembra-te de Darwin é o título de um artigo do colunista André Petry, da revista Veja, numa clara referência à passagem bíblica do Eclesiastes: “Lembra-te do teu Criador”. Este artigo é uma nítida demonstração de que este periódico de alcance nacional não é apenas tendencioso na área política. Em outros âmbitos, ele perambula pelas mesmas beiradas do descrédito.

Se não, vamos aos detalhes:

"É assustador que, às vésperas do bicentenário do nascimento de Charles Darwin, pai da teoria da evolução, escolas brasileiras estejam ensinando criacionismo nas aulas de ciências”.

Já de início o tom encomiástico se faz sentir belamente ao “pai da teoria da evolução”. Erro histórico grave, a não ser, é claro, que se esteja atribuindo a Alfred Wallace o mero papel de “titio da evolução”. O autor visivelmente demonstra medo da concorrência acirrada do criacionismo ao seu magnífico darwinismo nas aulas de ciência. ((rs))

"Já se sabia que as escolas adventistas fazem isso. A novidade é que o negócio está se propagando. Em instituições tradicionais de São Paulo, como o Mackenzie, inventou-se até um método próprio para o ensino. "Antes, usávamos o material que havia disponível no mercado", explica um dos diretores da escola, Francisco Solano Portela Neto."

Aqui posto uma notícia acerca do ex-diretor da Royal Society, Michael Reiss, o qual foi expulso após expressar sua opinião não condizente com o dogma darwinista da "hegemonia científica de Darwin".

A proposta de um diretor da Royal Society, prestigiada instituição científica britânica à qual um dia pertenceu Charles Darwin, de incluir o criacionismo nas aulas de ciências nas escolas britânicas foi fortemente criticada por colegas.

Em uma intervenção no Festival da Ciência, celebrado em Liverpool, o diretor de educação da Royal Society, Michael Reiss, defendeu ser contraproducente banir das aulas todas as teorias alternativas para a origem a vida e do universo, só porque não têm base científica.

Reiss, que, além de biólogo, é sacerdote da Igreja Anglicana, afirmou que com essa exclusão somente se consegue que muitas crianças, vindas de famílias religiosas, se distanciem da ciência.

Reiss explicou que ele mesmo havia explicado o evolucionismo nas aulas até que compreendeu que "simplesmente esmagar" os alunos com a teoria da evolução não funcionava, em alguns casos.

"Me contentaria, agora, simplesmente se as crianças vissem o evolucionismo como uma forma a mais de compreender o universo", disse.

As palavras de Reiss tiveram uma resposta imediata por parte dos membros da comunidade científica.

"O criacionismo se baseia na fé e não tem nada a ver com a ciência, por isso não tem espaço nas aulas de ciência", disse Lewis Wolpert, biólogo da University College, de Londres.

Por sua parte, John Fry, físico da Universidade de Liverpool, afirmou que as aulas de ciências "não são o lugar apropriado para discutir o criacionismo, que é uma teoria que se opõe a qualquer demonstração científica."

De acordo com as diretrizes de educação fixadas pelo governo, o criacionismo não deve ser discutido em aulas de ciência, mas de religião”.

Fonte:
Estadão

"Não há problema em que o criacionismo seja dado nas aulas de religião, mas ensiná-lo em aulas de ciências é deseducador. Criacionismo é a explicação bíblica para a origem da vida. Diz que Deus criou tudo: o homem, a mulher, os animais, as plantas, há 6 000 anos. Quem estuda religião precisa saber disso. É uma fábula encantadora, mas não é ciência."

Sou da opinião do que o criacionismo e qualquer outro “ismo” seja ensinado, inclusive em aula de matemática ou lingüística computacional, desde, é claro, que se explique exatamente o que seja e o que pretende cada um desses “ismos”, incluindo aí o darwinismo e seu “irmão de sangue”, o materialismo dialético. Esse medo besta da “era das trevas” voltar e destruir a plena razão, não é digno de uma só “nota do Voltaire”: "Posso não concordar com nenhuma das vossas palavras, mas defenderei até a morte o vosso direito de enunciá-las".

Todavia, com um pouco de sutileza percebe-se que esta preocupação nada mais é do que o receio de que uma ideologia seja substituída por outra.

"É inaceitável que o criacionismo seja ensinado em biologia para explicar a origem das espécies. Em biologia, vale o evolucionismo de Darwin, segundo o qual todos viemos de um ancestral comum, há bilhões de anos, e chegamos até aqui porque passamos no teste da seleção natural."

Por que vale apenas o evolucionISMO, ou melhor, o EGOlucionismo?
Sim, pois não basta optar por uma teoria se não se explica exatamente com ela funciona: suas virtudes, suas falhas e defeitos. Lembrando que recentemente o Conselho de Educação de Texas decidiu que a o darwinismo pode ser devidamente questionado em sala de aula.

ALELEUIA, VIVA GALILEU!!!

"É a melhor (e por acaso a mais bela) explicação que a ciência encontrou sobre a aventura humana na Terra."

Como diria a personagem humorística: “Jesus toma conta!” ((rs)) Que coisinha mais fofinha esta teoria da evolução, não? ((rs)) Ela até pode ser bela, mas em muitos de seus aspectos ainda prefiro os contos dos irmãos Grimm!

"Quem contrabandeia o criacionismo para as aulas de biologia diz que, em respeito à "liberdade de pensamento", está "mostrando os dois lados" aos alunos."

Note-se o uso do verbo “contrabandear”, nitidamente numa referência a algo ilegal, ao mesmo tempo que passa a idéia de que se trata de um produto estrangeiro, americano, é claro. Como se na própria Inglaterra a ideologia criacionista estivesse excluída do "mapa". O tal articulista deve acreditar que o darwinismo nasceu tupiniquim, sendo também tupiniquim o próprio “pai da teoria da evolução”. ((rs))

"Afinal, são escolas religiosas, confessionais, e os pais podem ter escolhido matricular seus filhos ali exatamente porque o criacionismo é visto como ciência. Pode ser, errar é livre, mas que embrutece não há dúvida."

Ensinar criacionismo embrutece? ((rs)) O ateu, como diria Enézio, “posmoderno, xiita, fundamentalista, chique e perfumado a la Dawkins” deve acreditar que o darwinismo, além de ser belo e maravilhoso, é o caminho e a verdade e a vida, a luz que alumia a escuridão, o sal da terra, em suma: a libertação plena! “Libertas Quae Sera Tamem”.

"Embrutece porque ensina o aluno, desde cedo, a confundir crença e superstição com razão e ciência."

Santo Deus!!!
Ah, então o processo pelo qual um serzinho bonitinho, invisível e inobservável que ao longo de bilhões e bilhões de anos evoluiu e se transformou no “pensador” de Auguste Rodin, é tão verídico quanto a estátua da liberdade! Ademais, conheço "criacionistas de carteirinha" que são um doce de pessoa. Também tive o privilégio de conhecer darwinistas de grande índole humana. Ora, o que embrutece o homem é a miséria aliada a ideologias perversas.

"É desnecessário. Que cientistas saem de escolas que embrulham o racional com o místico?"

Só lembrando que o grande Karl Poper denominou o darwinismo, por sua incapacidade de ser falseado, de programa metafísico de pesquisa. Não que isto seja sinônimo de místico, mas, se evoluir mais um pouco certamente chegará lá! ((rs))

"Há pouco, na Inglaterra, um reverendo anglicano defendeu o estudo do criacionismo na educação básica. Era diretor de educação da Royal Society. Queria colocar Deus no laboratório da escola. Cortaram-lhe o pescoço."

Faltou ao articulista dizer quem foram os carrascos que acionaram a guilhotina para decepar o pescoço do diretor da Royal Society. Me cortem o pescoço se eu disser que foi a turminha “Evo Psy”!!! ((rs))

"A Suprema Corte americana já examinou o assunto. Mandou o criacionismo de volta às aulas de religião. No Brasil, terra do paradoxo, o atraso avança."

Além de tendencioso o articulista não é dado à verdade dos fatos, do contrário teria discorrido sobre a decisão do conselho educacional de Texas que permitiu que a teoria da evolução fosse questionada pelos alunos em sala de aula.

"Darwin foi um gênio."

Os "gênios" costumam ter uma lâmpada com a qual realizam os desejos das pessoas. Parece que não encontraram ainda a "lâmpada mágica de Darwin".

"Em seu tempo, não se sabia como as características hereditárias eram transmitidas de pai para filho. Nem que a Terra tem 4,5 bilhões de anos e que os continentes flutuam sobre o magma. No entanto, a teoria da evolução se encaixa à perfeição nas descobertas da genética, da datação radioativa, da geologia moderna."

Que maravilha de teoria! Note-se o “se encaixa à perfeição”. Pelas babas de Darwin, é muita Antártica para pouca Brahma! E eu que pensei que ninguém iria superar a Brastemp!!! ((rs))

"Só um cérebro poderosamente equipado, conjugado com muito estudo, pode ir tão longe."

Será que ele está se referindo a Darwin ou a Dawkins!!! ((rs)) Fiquei na dúvida!!!

"Confundido com criacionismo, Darwin parece um macaco tolo. É assustador."

Que medinho!!!

Resta a "Veja! abrir os "olhos", pois os meus já se abriram a um bom tempo: não te compro mais!!!

É isso!

3 comentários:

  1. Parabéns Iba. Há muito deixei de ler esta revista também. Muito bons os seus textos. Bem escritos e nos fazem refletir. E mais importante, não são ofensivos, como muitos dos textos dos naturalistas. Abraços.

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  2. Caro Iba, escreves muito bem, mas o seu discurso não me convence de forma alguma. O criacionismo é FÉ, por isso deve ser estudado nas aulas de religião. O evolucionismo (há um consenso bastante alargado) é CIÊNCIA. A difrença entre FÉ e CIÊNCIA, como certamente sabe, é que o segundo tem suporte experimental, enquanto o primeiro é, simplesmente.

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  3. Caro José,

    Também concordo que o Criacionismo é fé, assim como é fé acreditar-se que "Darwin" pode explicar tudo. A propósito nao sou criacionista. Minha crítica ao darwinismo passa por um "buraco" bem mais embaixo.

    Um abraço e obrigado pela visita!

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