O Haiti, o ateu e o religioso

Haiti, na língua indígena significa "terra montanhosa". Lamentavelmente o bonito nome contrasta com a pobreza e a miséria reinante ali. O Haiti é considerado o país mais pobre de todo o Ocidente.

Geograficamente localiza-se numa região de intensa atividade sísmica, na parte esquerda da ilha caribenha Hispaniola. De acordo com especialistas, o devastador terremoto aconteceu na falha sul conhecida por
Enriquillo-Plaintain Garden, onde surpreendentemente a atividade sísmica é ainda menor do que aquela registrada na falha setentrional, ao norte do país.

No que se refere à religião, segundo estatísticas, 80% dos haitianos professam o catolicismo, embora a metade faça uso da tradicional prática "Vodu", de origem africana.

E, como sempre acontece em meio às tragédias, a religião serviu de pretexto para que religiosos e ateus fanáticos destilassem seus venenos torpes e cheios de peçonha. Do "lado de cá",
alguns religiosos referindo-se ao desastroso terremoto como um castigo divino contra as práticas vodus dos haitianos: "foi decorrência do pacto com o diabo", declarou um pastor, um típico burguês dono de um canal de TV nos Estados unidos; do "lado de lá", alguns ateus culpando a religião pela pobreza e miséria, ao mesmo tempo em que ironizam a ausência de ação divina:
"para que fazer tanta oração, se o criador está dando uma banana para todos?", indagou um desses neo-ateístas militantes. E, em meio a tudo isso, os haitianos lutando pelo sagrado direito de comer, andar, sorrir e, quem sabe, dizer: "eu te amo"...

Como diria o poeta: "Quem nunca foi ferido, zomba das cicatrizes".

É isso!

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