Em 1231 o papa Gregório IX, sob a alegação de combater os hereges, instituiu o temido Tribunal da Inquisição. A partir dali, todos os esforços empreendidos pela Igreja mediante o Santo Ofício tinha por objetivo o aniquilamento da heresia e a eliminação do herege. A par disto, portanto, pode-se concluir que o estabelecimento da Inquisição como uma instituição jurídica e religiosa, foi a mais drástica de todas as medidas impostas pela Igreja contra os chamados hereges. O “herege”, segundo o “Manual dos Inquisidores”, escrito pelo dominicano Nicolau Eymerich, em 1376, “é quem se apega intransigentemente ao erro, pertinácia essa cuja expressão é a recusa de abjurar”.
O “erro”, segundo os inquisidores, podia ser sintetizado num único ponto: discordância ou contestação das verdades estabelecidas pela Igreja dominante. Dessa maneira: os excomungados, os que se opunham às regras eclesiais, os que contestavam a autoridade dos bispos e padres, os que cometiam “erros” na interpretação dos livros considerados canônicos, os que iniciavam uma nova seita ou os que aderiam a uma já existente, os que não aceitavam as doutrinas e sacramentos e os que duvidavam da fé cristã eram igualmente considerados hereges, estando, portanto, sujeitos às duras penas estabelecidas pelo Santo Ofício, dentre as quais a morte numa fogueira. O mais temido entre todos os inquisidores foi Torquemada, que transformou a Espanha numa verdadeira agência de terror.
Mas, onde entra Richard Dawkins em toda esta história?
Pois bem. É sabido que a inquisição medieval foi na sua essência marcada pela intolerância. A Igreja via nos seus dogmas um único referencial de fé para o mundo. Discordar daquilo que ela estabelecia como verdade significava uma afronta que deveria ser radicalmente combatida. Assim, por exemplo, a indulgência, o mais absurdo dos dogmas, deveria ser aceito como correto e dentro dos padrões da verdade. Não havia, pois, outras verdades além daquelas que a igreja estabelecia como tal. Tudo o que ela decretava como correto e verdadeiro, seja no âmbito da fé ou da razão, deveria ser aceito sem questionamentos. Desta forma, se a Igreja afirmava que o Sol girava em torno da Terra, ainda que existissem provas contrárias, prevalecia a arbitrária “verdade” da igreja.
Todos conhecem o caso do cientista italiano Galileu Galilei que, por apoiar a teoria de Copérnico, de que o Sol (e não a terra) constitui-se o centro do nosso sistema planetário, foi preso pela Inquisição, tendo de negar suas convicções, uma vez que isto ia de encontro ao que ensinava a soberana Igreja, a “legítima” representante de Deus na Terra. Igualmente, por declarar a Bíblia como única regra de fé, John Wyclif e seus principais seguidores foram todos destruídos. O mesmo aconteceu com João Huss que, havendo comparecido ao Concílio de Constança para se justificar sob o ponto de vista doutrinário, foi considerado herético e executado, não obstante possuir um salvo-conduto dado pelo imperador germânico.
Neste ponto, ou seja, no âmbito da intolerância, é que Richard Dawkins faz às vezes de um Torquemada às avessas. Na sua busca por respeitabilidade científica para sua crença no “Darwinismo Universal”, ele chega ao ponto de colocar a Seleção Natural do lado de uma divindade. Em um de seus livros escreveu: “Se eu estou correto, isso significa que mesmo que não exista qualquer prova factual para a teoria de Darwin, é certamente justificável aceitá-la acima de todas as outras teorias”. Em outra ocasião declarou: "Penso que é possível argumentar que a fé é um dos maiores males do mundo, comparável ao vírus da varíola, porém mais difícil de erradicar. A fé, sendo uma crença não baseada em provas, é o principal vício da religião.” E mais: “Não estou atacando nenhuma versão específica de Deus. Estou atacando todos os deuses, toda e qualquer coisa que seja sobrenatural, que já foi e que ainda será inventada”. Nem mesmo àqueles que tentam harmonizar a Teoria da Evolução à fé são poupados de sua sanha avassaladora. Numa entrevista à revista Veja, quando perguntado se um cientista não podia ser religioso, respondeu: "Pode, e muitos cientistas são. Mas eu não consigo entender suas razões. Talvez seja um tipo de cérebro repartido: eles mantêm suas crenças religiosas em um nicho, e a ciência em outro. Tenho dificuldade em simpatizar com isso.”
Muitos dos que se colocam ao seu lado nesta inquisição às avessas justificam esta militância fanatizada de Dawkins como uma defesa necessária à causa da ciência, acirrando assim ainda mais a velha peleja religião/ciência.
Na Idade Média os inquisidores viam no “herege” uma ser desprovido de razão, um tolo ou um demente que não merecia compaixão. Richard Dawkins, por sua vez, com uma intolerância inquisitorial, qualificou todos aqueles que negam a evolução como pessoas ignorantes, estúpidas ou insanas. Por tudo isso merece com todas as pompas darwinianas o título destacado de “Torquemada às avessas”.
É isso!
O “erro”, segundo os inquisidores, podia ser sintetizado num único ponto: discordância ou contestação das verdades estabelecidas pela Igreja dominante. Dessa maneira: os excomungados, os que se opunham às regras eclesiais, os que contestavam a autoridade dos bispos e padres, os que cometiam “erros” na interpretação dos livros considerados canônicos, os que iniciavam uma nova seita ou os que aderiam a uma já existente, os que não aceitavam as doutrinas e sacramentos e os que duvidavam da fé cristã eram igualmente considerados hereges, estando, portanto, sujeitos às duras penas estabelecidas pelo Santo Ofício, dentre as quais a morte numa fogueira. O mais temido entre todos os inquisidores foi Torquemada, que transformou a Espanha numa verdadeira agência de terror.
Mas, onde entra Richard Dawkins em toda esta história?
Pois bem. É sabido que a inquisição medieval foi na sua essência marcada pela intolerância. A Igreja via nos seus dogmas um único referencial de fé para o mundo. Discordar daquilo que ela estabelecia como verdade significava uma afronta que deveria ser radicalmente combatida. Assim, por exemplo, a indulgência, o mais absurdo dos dogmas, deveria ser aceito como correto e dentro dos padrões da verdade. Não havia, pois, outras verdades além daquelas que a igreja estabelecia como tal. Tudo o que ela decretava como correto e verdadeiro, seja no âmbito da fé ou da razão, deveria ser aceito sem questionamentos. Desta forma, se a Igreja afirmava que o Sol girava em torno da Terra, ainda que existissem provas contrárias, prevalecia a arbitrária “verdade” da igreja.
Todos conhecem o caso do cientista italiano Galileu Galilei que, por apoiar a teoria de Copérnico, de que o Sol (e não a terra) constitui-se o centro do nosso sistema planetário, foi preso pela Inquisição, tendo de negar suas convicções, uma vez que isto ia de encontro ao que ensinava a soberana Igreja, a “legítima” representante de Deus na Terra. Igualmente, por declarar a Bíblia como única regra de fé, John Wyclif e seus principais seguidores foram todos destruídos. O mesmo aconteceu com João Huss que, havendo comparecido ao Concílio de Constança para se justificar sob o ponto de vista doutrinário, foi considerado herético e executado, não obstante possuir um salvo-conduto dado pelo imperador germânico.
Neste ponto, ou seja, no âmbito da intolerância, é que Richard Dawkins faz às vezes de um Torquemada às avessas. Na sua busca por respeitabilidade científica para sua crença no “Darwinismo Universal”, ele chega ao ponto de colocar a Seleção Natural do lado de uma divindade. Em um de seus livros escreveu: “Se eu estou correto, isso significa que mesmo que não exista qualquer prova factual para a teoria de Darwin, é certamente justificável aceitá-la acima de todas as outras teorias”. Em outra ocasião declarou: "Penso que é possível argumentar que a fé é um dos maiores males do mundo, comparável ao vírus da varíola, porém mais difícil de erradicar. A fé, sendo uma crença não baseada em provas, é o principal vício da religião.” E mais: “Não estou atacando nenhuma versão específica de Deus. Estou atacando todos os deuses, toda e qualquer coisa que seja sobrenatural, que já foi e que ainda será inventada”. Nem mesmo àqueles que tentam harmonizar a Teoria da Evolução à fé são poupados de sua sanha avassaladora. Numa entrevista à revista Veja, quando perguntado se um cientista não podia ser religioso, respondeu: "Pode, e muitos cientistas são. Mas eu não consigo entender suas razões. Talvez seja um tipo de cérebro repartido: eles mantêm suas crenças religiosas em um nicho, e a ciência em outro. Tenho dificuldade em simpatizar com isso.”
Muitos dos que se colocam ao seu lado nesta inquisição às avessas justificam esta militância fanatizada de Dawkins como uma defesa necessária à causa da ciência, acirrando assim ainda mais a velha peleja religião/ciência.
Na Idade Média os inquisidores viam no “herege” uma ser desprovido de razão, um tolo ou um demente que não merecia compaixão. Richard Dawkins, por sua vez, com uma intolerância inquisitorial, qualificou todos aqueles que negam a evolução como pessoas ignorantes, estúpidas ou insanas. Por tudo isso merece com todas as pompas darwinianas o título destacado de “Torquemada às avessas”.
É isso!
Parabéns por mostrar que sabe repetir feito papagaio as difamações dos inimigos de Deus contra a Santa Mãe Igreja. Que tal agora aprender um pouco mais sobre a Santa Inquisição antes de falar sobre o que não sabe e espalhar mentiras?
ResponderExcluirNão se perde perdão quando se faz o bem...
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/papa/0057.shtml
Dawkins é contraditório. As crenças não merecem crédito porque se baseiam na fé sem provas, por outro lado, ele diz que mesmo que não haja prova factual deve-se aceitar a teoria da seleção natural. Não é a mesma coisa? Sem dúvida, ele não é filósofo e sim cientista, pois se fosse filósofo não cairia em tal contradição lógica. A teoria da seleção natural é um dos maiores sofismas inventados pela ciência.
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