Isso certamente causará sérios desconfortos nos zeladores de Darwin, contudo, eles vão ter de engolir o fato de as formulações inicias de Darwin terem sido inspiradas na teologia natural de William Paley.
Essa conclusão partiu de um respeitado darwinista, o professor da USP Nélio Bizzo. E, para quem não conhece a afinidade deste autor com o naturalista inglês, vai aqui este seu depoimento, extraído de um de seus ensaios:
“Fui a Shrewsbury, entrei no quarto onde ele nasceu (a casa é uma repartição pública hoje em dia) visitei a escola onde estudou, o castelo medieval que existe diante dela, fui a Edimburgo, conheci a faculdade de Medicina, o estuário do rio Forth, onde ele fazia coletas assistido pelo professor Grant, um lamarckista fanático que depois se tornaria deputado revolucionário em Londres, além de sua escola em Cambridge, o Christís College, seus aposentos, sua segunda casa em Londres (a primeira delas, onde teve a ideia da seleção natural, foi demolida para a construção da garagem de um supermercado), sua casa em Downe, etc. Enfim, um roteiro de uma verdadeira macaca de auditório. Além disso, meu projeto de doutorado me levou a trabalhar com seus manuscritos originais, com sua biblioteca pessoal, seus escritos íntimos e até mesmo os de sua esposa, Emma, em Cambridge, Londres e Downe. Tenho anotadas as datas das menstruações de Emma por um período de mais de dez anos antes dela ter tido seu último filho. Ser um fã não significa ser um adulador, um cego do ponto de vista intelectual. Defendo uma aproximação crítica, procurando compreender o autor dentro do contexto que ele viveu, em sua época, com seus valores. " (Nélio Bizzo. “Darwinismo, ciência e ideologia”. In: “Pesspectivas em Epistemologia e História das Ciências”. Universidade Estadual de Feira de Santana, 1997, p. 147, 148).
Agora as conclusões de Bizzo, defendidas há alguns anos num debate sobre ciência e religião, realizado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ei-lo:
“É impossível separar a teoria evolucionista da religião, porque as próprias idéias da evolução e as formulações iniciais de Darwin foram influenciadas pela teologia protestante, em especial de William Paley, que incentivava o estudo da natureza, ou teologia natural, como forma de reverenciar o Criador. Registros manuscritos de Darwin, não destinados a publicação, revelam a evolução de suas idéias e a influência que recebeu dos teólogos até os idos de 1844.
Dedicando-se aos estudos da geologia e da botânica, depois de desistir da medicina e ir descartando a idéia de tornar-se presbítero, como a família pretendia, começa a esboçar uma visão evolucionista com base na doutrina de que tudo no mundo é harmonia e pressupõe alguém muito poderoso que o fez...".
É isso!
Essa conclusão partiu de um respeitado darwinista, o professor da USP Nélio Bizzo. E, para quem não conhece a afinidade deste autor com o naturalista inglês, vai aqui este seu depoimento, extraído de um de seus ensaios:
“Fui a Shrewsbury, entrei no quarto onde ele nasceu (a casa é uma repartição pública hoje em dia) visitei a escola onde estudou, o castelo medieval que existe diante dela, fui a Edimburgo, conheci a faculdade de Medicina, o estuário do rio Forth, onde ele fazia coletas assistido pelo professor Grant, um lamarckista fanático que depois se tornaria deputado revolucionário em Londres, além de sua escola em Cambridge, o Christís College, seus aposentos, sua segunda casa em Londres (a primeira delas, onde teve a ideia da seleção natural, foi demolida para a construção da garagem de um supermercado), sua casa em Downe, etc. Enfim, um roteiro de uma verdadeira macaca de auditório. Além disso, meu projeto de doutorado me levou a trabalhar com seus manuscritos originais, com sua biblioteca pessoal, seus escritos íntimos e até mesmo os de sua esposa, Emma, em Cambridge, Londres e Downe. Tenho anotadas as datas das menstruações de Emma por um período de mais de dez anos antes dela ter tido seu último filho. Ser um fã não significa ser um adulador, um cego do ponto de vista intelectual. Defendo uma aproximação crítica, procurando compreender o autor dentro do contexto que ele viveu, em sua época, com seus valores. " (Nélio Bizzo. “Darwinismo, ciência e ideologia”. In: “Pesspectivas em Epistemologia e História das Ciências”. Universidade Estadual de Feira de Santana, 1997, p. 147, 148).
Agora as conclusões de Bizzo, defendidas há alguns anos num debate sobre ciência e religião, realizado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ei-lo:
“É impossível separar a teoria evolucionista da religião, porque as próprias idéias da evolução e as formulações iniciais de Darwin foram influenciadas pela teologia protestante, em especial de William Paley, que incentivava o estudo da natureza, ou teologia natural, como forma de reverenciar o Criador. Registros manuscritos de Darwin, não destinados a publicação, revelam a evolução de suas idéias e a influência que recebeu dos teólogos até os idos de 1844.
Dedicando-se aos estudos da geologia e da botânica, depois de desistir da medicina e ir descartando a idéia de tornar-se presbítero, como a família pretendia, começa a esboçar uma visão evolucionista com base na doutrina de que tudo no mundo é harmonia e pressupõe alguém muito poderoso que o fez...".
É isso!
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