Cartas a Darwin...

Por ocasião da comemoração dos 200 anos de nascimento de Charles Darwin, o site BBC em língua espanhola convidou seus leitores a escrever cartas para Charles Darwin. Por simples curiosidade, selecionei e traduzir uma delas, de um equatoriano admirador do naturalista:

"Querido Charles Darwin,

O mundo se compõe de 2 tipos de seres humanos: os que amam a ciência e os demais.

O círculo é infinito, mas, se o recortarmos ele se transformará em linha reta, e se esturdarmos esta veremos que se compõe de pontos, e cada ponto estará repleto de átomos, e estes de subpartículas, e assim sucessivamente.

Não há a menor dúvida de que sua teoria da evolução é brilhantemente fabulosa, e com uma lógica genial.

Obrigado por ter antecipado algo, que mais cedo ou mais tarde seria descoberto.

Não há menor dúvida que, ao lado de seu compatriota Hawkings, é você a mente mais límpida das ilhas britânicas, em todos os tempos"
(A. B. D., Equador).

Bom. Não tive a oportinidade de também dirigir uma missiva ao nobre naturalista inglês, todavia, como diz o dito popular: antes tarde do que nunca. Sendo assim, aqui vão minhas atrasadas considerações ao autor do “A Origem das Espécies”:

Caro Sr. Charles Darwin,

Já se passaram mais de 150 anos desde que o senhor publicou seu livro “A Origem das Espécies”. Embora muita cousa tenha mudado no âmbito da ciência no decorrer de todo este tempo, sua teoria da evolução, tal qual o gradualismo que a rege, ainda permanece numa pachorra daquelas.

Sim, é bem verdade que seus póstumos discípulos andaram buscando alternativas que lhes dessem ares de modernidade, quando introduziram em seu bojo as idéias de um certo monge chamado Mendel. No entanto, conforte-se, pois a essência de sua teoria continua totalmente blindada contra os ataques insanos dos fundamentalistas insanos.
Natura non facit saltum!

Infelizmente, porém, a vida não é lá sempre é um mar de rosas. Vez ou outra faz-se necessário lidar também com seus afligentes espinhos. E por falar de espinhos, faço-lhe saber que aquela bela árvore genealógica que o senhor tão caprichosamente delineou foi reduzida a simples capim-de-burro. A Seleção Natural, e é com pesar que lhe transmito isso, aos poucos parece perder todo aquele brilho que inicialmente incendiou os debates acadêmicos logo após a publicação do seu famoso livro.

E quanto àquela sua previsão de que
no futuro o hiato entre o ser humano e o símio seria ainda mais ampliado pela previsível extinção de espécies intermediárias co­mo o chimpanzé e o hotentote, ela cumpriu-se durante muito tempo em várias partes do mundo. A sua nação a Inglaterra, por exemplo, fez prevelecer sua força na África, na Ásia e na América, subjugando seus habitantes e levando muitas de suas riquezas. O “mais forte” por fim prevaleceu...

Bem. Eu teria ainda muitas outras novidades a comunicar-lhe, porém, por hora chegam essas. Se ninguém é de ferro, muito menos os são os mortos. ((rs))

Com darwinais saudações,

É isso! ((rs))

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