No início deste mês, o site da Universidade de Brasília (UnB) publicou uma matéria intitulada “Professores ensinam teoria da evolução misturada à religião”, na qual se divulgou uma pesquisa com professores do ensino médio na Bahia, realizada por Ana Paula Carneiro, mestre em Ensino de Ciências pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que “se surpreendeu com a quantidade de erros conceituais apresentados”, dentre os quais se incluíam os conceitos religiosos: “Ou seja, os professores acabavam por misturar Charles Darwin com a Bíblia.”
Esta pesquisa me remeteu a uma outra (2008), só que feita lá na terra de Darwin, a Inglaterra, na qual se constatou que 30% dos docentes ingleses eram favoráveis ao criacionismo: “Mais de um quarto dos professores de ciências das escolas públicas da Grã-Bretanha acredita que o criacionismo deveria ser ensinado com a Teoria da Evolução nas escolas, de acordo com uma pesquisa realizada com profissionais do ensino fundamental e médio do país. Foram ouvidos 923 docentes e outros 65% discordaram da inclusão das explicações religiosas para a origem do Universo no currículo escolar.”
Por que, afinal, Darwin não consegue emplacar como unanimidade entre os professores de Biologia e Ciência?
Certamente deve haver muitas e boas explicações sobre isto, contudo, uma delas, e esta talvez seja determinante, diz respeito ao conteúdo filosófico em que está imbuído a teoria evolucionista. Culpar a força da tradição religiosa não me parece uma objeção realmente válida.
O geocentrismo durante muito tempo foi considerado pela igreja como uma "verdade" inquestionável. Todavia, a partir das descobertas realizadas por Nicolaus Copernicus, de que o Sol (e não a Terra) é que se encontra no centro do Universo, a religião aos poucos foi assimilando as evidências da Ciência e, hoje, penso que nem mesmo as seitas mais radicais colocam em dúvida a teoria heliocêntrica. Os fatos prevaleceram sobre o dogma.
No caso específico do darwinismo, por mais que se diga que a evolução é um fato e que Darwin foi o maior e mais brilhante cientista de toda a história da humanadidade, ainda assim ele não conseguiu incorporar sua “verdade” entre a totalidade dos educadores. Por quê?
Parece que aqui, há por assim dizer, uma inversão de valores. Semelhantemente à igreja da Idade Média, que firmou seus dogmas no geocentrismo, os defensores da Teoria da Evolução, hoje, fizeram do “darwincentrismo” seu próprio dogma, blindando-se contra qualquer objeção que lhe contraria.
Bom. Se isto não explica em nada a questão, ao menos nos leva a ponderar sobre os opostos e os extremos.
É isso!
"O darwincentrismo"
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