Eu li isso...

"Tem que ser do meu jeito"
“Simplesmente não acredito que Gould possa ter querido dizer mesmo boa parte do que escreveu em Pilares do tempo. Como costumo dizer, todos nós já recuamos de nossas posições para ser gentis com um adversário pouco merecedor mas mais poderoso, e só posso imaginar que era isso que Gould estava fazendo. É concebível que ele tenha tido mesmo a intenção de fazer sua declaração inequivocamente contundente de que a ciência não tem nada a dizer sobre a dúvida a respeito da existência de Deus: "Nem a afirmamos nem a negamos; simplesmente não podemos comentá-la como cientistas". Isso soa como o agnosticismo do tipo permanente e irrevogável, o APP em sua plenitude. Implica que a ciência não pode nem fazer juízos de probabilidade sobre a ques-tão. Essa falácia extraordinariamente disseminada — muitos a repetem como um mantra, mas suspeito que poucos pensaram bem sobre ela — personifica o que chamo de "a pobreza do agnosticismo". Gould, aliás, não era um agnóstico imparcial, mas tinha fortes inclinações para o ateísmo de facto. Com que fundamento ele fez esse juízo, se não há nada a ser dito sobre a existência ou inexistência de Deus?"

Fonte:
Richard Dawkins. “Deus, um Delírio. Companhia das Letras. São Paulo, 2006, p. P. 70.

É isso!

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