Quando tudo acaba em Darwin

Ainda está para surgir uma teoria com tamanha abrangência “explicativa” quanto a Teoria da Evolução!

No Prefácio do livro de Charles Darwin, “A expressão das emoções no homem e nos animais”, o cientista Konrad Lorenz, em rastejante encômio ao naturalista, não me deixa mentir quanto a isto. Escreveu ele: “Arrisco-me a afirmar que qualquer forma de estrutura ou comportamento, mesmo as mais provocantemente inacreditáveis, pode ser entendida, pelo menos em princípio, como o resultado da pressão seletiva exercida por sua função de sobrevivência específica. Estamos sempre prontos a perguntar "Para quê?", o que para nós não implica professar uma teleologia mística. Quando perguntamos: "Para que o gato tem unhas curvas e retráteis?", e respondemos: "Para pegar ratos com elas!", estamos simplesmente afirmando, de maneira resumida, que pegar ratos era a função primordial cuja enorme importância para a sobrevivência criou gatos com essa particular formação das unhas, e que ela o fez pelo mesmo processo de seleção por meio do qual um criador humano produz linhagens de galinhas capazes de ter uma enorme produção de ovos, ou pequineses com minúsculos focinhos.” E mais adiante: “Em outras palavras, um homem como Darwin sabe muito mais do que pensa saber, e não surpreende que as consequências de seu conhecimento cheguem tão longe em diferentes direções. Diferentes áreas da pesquisa biológica foram inspiradas por ele, e cada uma delas o considera, com razão, seu originador e pioneiro. O que surpreende é a extensão com que pesquisas adicionais, baseadas em hipóteses de Darwin e estendendo-as em todas as direções ima gináveis, têm invariavelmente confirmado seu acerto em todos os pontos essenciais" (Companhia das Letras, 2009, p. 8, 9).

Ansiedade, depressão, suicídio, egoísmo, paixão, homossexualidade, guerra, altruísmo, celibato, religiosidade, etc. nada há que não tenha sido devidamente explorado pelos devotos de Darwin. A especulação darwinista é de tal monta que não duvido que já exista po aí uma teoria própria para explicar a dor-de-cotovelo. A Teoria da Evolução tornou-se assim numa verdadeira panacéia epistêmica, que explica tudo sem explicar nada.

Divulgou-se esses dias que algo similar a um córtex cerebral existe em um tipo específico de verme. É óbvio que numa pesquisa desse viés o darwinismo não poderia ficar de fora. Segundo um de seus pesquisadores, Detlev Arendt: “Pode-se dizer que a topografia é tão similar que o humano e o verme devem vir de um ancestral comum." Do mesmo modo que no Brasil tudo costuma acabar em pizza, em muitos ramos da ciência já se tornou comum tudo acabar em Darwin.

São tantas as áreas de atuação dos pesquisadores darwinistas (classificação, peleontologia, anatomia comparada, embriologia, homologia, genética, biogeografia, antropologia, psicologia, sociologia etc.) que é praticamente impossível organizar uma confrontação verdadeiramente definitiva sobre os diversos “dados” em questão. Daí não ser ele experimentalmente “refutável”.

E poupe o Popper!

É isso!

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