Influentes pensadores da Inglaterra Vitoriana

"Enquanto a “praga” social britânica se alastrava, uma nova filosofia se desenvolvia na Europa. Em 1798 Thomas Malthus124 publicou uma teoria expondo a necessidade do controle populacional por restrição e coibição moral, além de alertar para o tipo de assistência caritativa que, segundo ele, causava mais pobreza, passando-a de geração em geração, não podendo ser comportada no progresso humano. Muitos que seguiram Malthus concentraram-se especialmente na questãodo pobre. Não havendo um controle de natalidade, o asilo tornou-se responsável por controlar a procriação desses seres degenerados, com “sangue ruim”. Tratamentos como a lobotomia frontal e choque eletro-convulsivo eram usados em larga escala para controlar os internos.

Em 1859 Darwin publicou o volume de A Origem das Espécies, defendendo a seleção natural como o processo de sobrevivência que governava a maioria dos seres vivos em um mundo onde os recursos são limitados e sujeitos a alterações ambientais; dizendo que sua teoria é a doutrina de Malthus aplicada às forças dos reinos vegetal e animal, assim não poderia haver crescimento artificial de recursos naturais, tampouco restrições prudentes aos casamentos.

Darwin escrevia sobre as relações naturais no mundo, porém seu trabalho daria origem a um conceito novo, este nunca usado por ele, que se chamaria darwinismo social. Assim, pensadores debruçados sobre os problemas sociais começaram a defender que na luta pela sobrevivência no mundo moderno os fracos estariam destinados a desaparecer. Preservar o fraco era um ato não natural.

O darwinismo social, aos poucos, ganhou espaço na medicina social e, dessa maneira, entre 1863 e 1868, a biologia desenvolveria uma teoria da evolução baseada no que se chamou unidades celulares, identificáveis no sangue, corroborando para a teoria da hereditariedade. Essas unidades podiam ser vistas através do microscópio; desta maneira, a biologia inaugura um novo momento para as ciências proclamando que traços bons e ruins não eram atribuídos por Deus, mas
transmitidos de geração em geração.

Em 1863 o livro Priciples of Biology [Princípios da Biologia] de Herbert Spencer sugeria que a hereditariedade era controlada por unidades fisiológicas. Já em 1866, Gregor Mendel publicou seus experimentos com vagens lisas e enrugadas constituindo assim uma representação de um sistema hereditário dependente dos elementos celulares herdados e dividindo-os em recessivos e dominantes.

Darwin, em 1868, publicou The Variation of Animals and Plants under Domestication [A Variação dos Animais e das Plantas sob Dom esticação], que postulou a noção de que as unidades celulares expeliam grânulos127 e estes transitavam pelo sistema circulatório. Os grânulos seriam compostos de “detalhes” de cada componente do organismo vivo. Sendo assim, a constituição de um novo ser era dotada essencialmente de grânulos “doados”, portanto o novo organismo seria formado por partes dos organismos de seus antepassados. Neste momento desenhou-se o que muito posteriormente se chamaria genética. Todas essas teorias, indo ao encontro umas às outras, traziam consigo a idéia de poder melhorar a raça humana respeitando as leis naturais da seleção agora social, estas não ditadas pela guerra, pelas epidemias, tampouco pela caridade, mas pela lógica progressiva das ciências. As teorias advindas do darwinismo social, dentro deste panorama, chegaram a seu expoente através de um homem, este não um filósofo ou médico, mas matemático: Francis Galton.

Galton, segundo Black, era um “esperto e compulsivo contador – contador de coisas, fenômenos, de traços, de todas as m aneiras de ocorrências, do óbvio e do obscuro, do verdadeiro e do conjurado” (2003,82). Galton se destacou por sua capacidade de reconhecer padrões, tornando-o um excepcional observador da natureza; assim acreditava que os reconhecendo poderia superá-los e até conquistá-los; a máxima dele era: sempre que for possível, conte. Entre seus trabalhos destacaram-se os estudos sobre clima, desenhando os primeiros mapas
clim áticos do mundo; também foi ele quem descobriu que os sulcos dos dedos humanos eram únicos e os chamou de im pressões digitais – inventou um sistema para analisar e categorizar os tipos de riscos formados pelos sulcos e assim, com um pouco de tinta, formar um registro permanente; trabalho extremamente útil para a criminologia."

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É isso!

Fonte:
ANDREZZA CHRISTINA FERREIRA RODRIGUES: "
DRÁCULA, UM VAMPIRO VITORIANO: O Discurso Moderno no Romance de Bram Stoker". (Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em História sob a orientação do Prof. Dr. Maurício Broinizi Pereira). São Paulo - 2008.

Nota:
O título e a imagem não se inserem na referida tese.

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