Quanto maior as amígdalas...


Divulgou-se recentemente um estudo realizado nos Estados Unidos por Adrian Raine (da Universidade da Pensilvânia) e Nathalie Fontaine (da Universidade de Indiana), que faz comparação entre o cérebro de crianças, psicopatas e bandidos. Dentre as conclusões da pesquisa, uma delas afirma que os psicopatas tinham amígdalas 20% menores do que o normal, sendo esta característica generalizada entre os criminosos.

Isso me fez lembrar dos antigos estudos realizados pelo médico italiano Cesare Lombroso, que conseguia a “proeza” de distinguir os criminosos e delinquentes pelo tamanho e formato de suas orelhas, pela cor de seus cabelos e até pela “singularidade” de suas genitálias. É possível citar também o exemplo dos antigos craniometristas, como Paul Broca, que “decifrava” o grau de inteligência de uma pessoa pelo tamanho de sua cachola. E temos ainda o caso dos médicos nazistas, que ao seu próprio modo e interesses “sabiam” diferenciar por meio dos caracteres físicos se alguém era um “verdadeiro ariano” ou se um judeu.

A história, portanto, já deu mostras suficientes do uso ideológico deste tipo determinista de estudo, que sempre serviu para segregar, oprimir e subestimar a capacidade e o caráter do “outro”. O caso da pesquisa com as amígdalas não é peculiar: mudam apenas os métodos e os interesses. No fim, o que vale é ter "amígdalas grandes", preferencialmente enormes.

É isso!

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