Anúncios antigos de cigarros - VI


Como havia feito referência ao fumante passivo na postagem anterior, faço menção da Dissertação de Mestrado intitulada “Pediatria efeitos da exposição ao fumo durante a gestação nas medidas antropométricas dos recém-nascidos”, de Claudia Maria Schuh, que, ao discorrer sobre o assunto, escreveu: “O tabagismo passivo refere-se àquele fumo que o indivíduo inala quando está próximo de um local em que há fumantes, ou se encontra em um desses locais. Esse fumo, também chamado de fumo de segunda mão, consta da exalação de uma mistura de substâncias que pode ser, de um lado, pela queima do tabaco entre uma e outra baforada e seus contaminantes emitidos por essas baforadas ou, ainda, pelos contaminantes produzidos na queima do papel do cigarro. Isso inclui uma complexa combinação de 4000 químicos em forma de partículas e gases, o que envolve potentes irritantes e venenos sistêmicos, como o cianeto de hidrogênio, o dióxido sulfúrico, o monóxido de carbono, a amônia e o formaldeído, bem como os carcinogênicos e mutagênicos, como o arsênico, o cromo, a nitrosamina e o benzopireno. Também são encontrados em grande proporção a nicotina, o cádmio e o monóxido de carbono, que podem prejudicar os processos reprodutivos”. Acresentando ainda: “A exposição ao fumo passivo pode ocasionar efeitos imediatos ou a longo prazo na saúde das pessoas. Dentre os efeitos imediatos, destacam-se a irritação nos olhos, nariz, garganta e pulmão, além de dores de cabeça, náusea e vertigem. Ao impacto causado pelo fumo a longo prazo estão relacionados o aumento da incidência de câncer e de distúrbios cardíacos. Mesmo em ambientes ventilados, apesar da irritabilidade pelo fumo poder ser minimizada, o não fumante é exposto à toxicidade e ao envenenamento provocados pelas substâncias químicas do tabaco”.

Fonte:
Claudia Maria Schuh: “Pediatria efeitos da exposição ao fumo durante a gestação nas medidas antropométricas dos recém-nascidos”. Orientador: Prof. Dr. Mário Bernardes Wagner. Pós-Graduação em Ciências Médicas: Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.

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ANÚNCIOS - A PROPAGANDA TABAGISTA AO LONGO DO SÉCULO XX


Marca: "Holywood". O cigarro atrelado à imagem de aventura, de juventude, de amor, de sexo e de sucesso, sem dúvida, um prato cheio para o aumento do vício, num momento em que a indústria tabagista investia pesado em propaganda, tendo ainda como aliado a falta de informação quanto ao perigo da nicotina para a saúde (anúncio de 1969)

Marca: "Holywood". Mais uma vez a tentativa de se ligar o hábito de fumar ao espírito de aventura, de força, de vigor e de juventude. Fumar significava assim ter sucesso, ter amigos e viver prazeirosamente a vida (anúncio de 1969)

Marca: "Minister". O cigarro associado à ideia de prazer e de uma vida amorosa cheia de aventura (anúncio de 1969)

Marca: "Hilton". A propaganda tabagista sempre tentou associar o hábito de fumar com as coisas boas que a vida pode oferecer, dentre as quais, a companhia romântica e o desejo de sucesso (anúncio de 1969)

Marca: "Hilton". O preconceito de cor também fazia parte das propagandas tabagistas, que sempre primaram por utilizar imagens de brancos ricos, alegres e felizes (anúncio de 1969)

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Fonte das imagens:
Revista "Veja", versão digitalizada, disponível digitalmente no site da Veja Digital

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