Detalhes da cidade de ITU: 1888


O texto, a seguir, escrito no ano em que se proclamou oficialmente o fim da escravidão no Brasil, em 1988, traça características da cidade de ITU, interior de São Paulo, naquele dado instante histórico.

O município de Itu quando na visita do Presidente do Estado, o dr. Jorge Tibiriçá, na estação da cidade, em 1908

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ITU —Cidade
A cidade de Itu, cabeça da Comarca especial do mesmo nome, compreende a Freguesia de N. S. da Candelária de Itu, foi fundada em território outrora pertencente ao Município de Parnaíba, pelo Capitão Domingos Fernandes e seu genro Christovam Diniz, que ali erigiram uma capela em honra de N. S. da Candelária, pelos anos de 1610; foi criada a capela curada em 1644, elevada a freguesia em 1653; a vila pelo Capitão-mor Gonçalo Couraça de Mesquita a 18 de Abril de 1657 ; a cabeça de comarca, criada na capitania, por Alvará de 2 de Dezembro de 1811; teve o titulo de fidelíssima por decreto de 17 de Março de 1823, e foi elevada á cidade por lei provincial de 5 de Fevereiro de 1842.

A uma légua de distancia desta Cidade, está situada a florescente freguesia do Salto de Itu, aonde corre o rio Tietê, formando uma catadupa de 30 a 40 pés de altura, de onde provém o nome de Itu, que em linguagem indígena significa “Água saltando”.

A freguesia do salto de Itu, possui além de uma boa igreja sob a invocação de N. S. do Monte Serrat, três fabricas de tecidos muito bem montadas, e uma em construção para o fabrico de papel; cujas obras já se acham bem adiantadas.

A cidade de Itu, além de bem arruada, contem suntuosos templos e edifícios públicos, tais como a casa da Câmara, a Igreja Matriz, conventos do Carmo e de S. Francisco, Hospital de Caridade e de Lázaros, Lazareto para variolosos, em construção. Possui dois magníficos colégios de educação e outros estabelecimentos de 1ª ordem de industrias da Província.

Quadro parcial da administração da cidade em 1888

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Fonte:
Almanach da provincia de São Paulo administrativo, commercial e industrial para 1888 [... ] Sexto anno. Seckler, Jorge (org.), disponível digitalmente no site da biblioteca: Brasiliana - USP

Nota
:
Para melhor compreensão do texto, a ortografia utilizada na época foi atualizada para os padrões atuais.
A imagem inicial não se inclui no referido texto.

Fonte da imagem:
Revista "A Vida Moderna", edição de 1908, disponível digitalmente no site do Arquivo Público do Estado de São Paulo

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