Miguel Angel Schmitt Rodriguez, em sua dissertação de Mestrado “Cinema clássico americano e produção de subjetividades: o cigarro em cena”, discorrendo sobre a influência do cinema no hábito de fumar entre as mulheres, escreve: “Um conjunto de filmes contribuiu para fazer do hábito de fumar uma norma, também usual, entre as mulheres. Não saber fumar era um sinal de atraso frente a todas as mudanças: a mulher moderna se distinguia pela naturalidade com que acendia seus cigarros”. E mais adiante: “Inserido nos momentos de romantismo, o cigarro associava-se, através das cenas representadas pelos “astros” e “estrelas” de Hollywood, com os elementos que simbolizavam o amor, a paixão, a felicidade. Temas que, nesse contexto, marcam os produtos da indústria do entretenimento”.
Especificamente em relação à propaganda do cigarro direcionada à mulher, a ideia da indústria tabagista era construir a noção de que fumar era exemplo de “modernidade”, de “liberalização feminina”, de sedução, sensualismo e sucesso. Nos exemplos, a seguir, é possível observar, se não todas, alguns desses conceitos...
Marca: "Carlton". O cigarro como "símbolo de distinção" (anúncio de 1969)
Marca: "Sudan". O cigarro como "símbolo de domínio" (anúncio de 1916)
Marca: "Liberty". O cigarro como "símbolo de liberdade" (anúncio de 1923)
Fonte das imagens:
Revista "Veja" (anúncio 1), edição de 1969, disponível digitalmente no site da Veja Digital
Revista "O Malho" (anúncio 3), edição de 1923, disponível digitalmente no site da Biblioteca Nacional Digital do Brasil
Revista "A Cigarra" (anúncios: 2, 4 e 5), edições de 1916, 1926 e 1943, disponível digitalmente no site do Arquivo Público do Estado de São Paulo
Fonte da dissertação:
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