Detalhes da cidade de JUNDIAÍ - SP: 1888


Pequena descrição da tradicional terra da uva, Jundiaí, cidade vizinha à capital São Paulo, num texto escrito ainda no século XIX, no ano em que a princesa Isabel, filha de D. Pedro II, promulgou a Lei Áurea, que extinguia oficialmente do Brasil a escravidão, em 1888.

Time do Ginásio Hidecroft de Jundiaí, no ano de 1914

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JUNDIAÍ — Cidade (Comarca de 1ª Entrância)

Antigamente no rio, à margem esquerda do qual está situada a cidade, se pescava em abundância uns peixes, espécie de Bagres, chamados Jundios, e daí a denominação de Jundiaí a este lugar, que, segundo bons autores, significa em língua indígena: Rio dos Bagres.

A cidade assenta-se sobre o planalto de uma aprazível colina, rodeada de vales a NO da Capital, entre 23° e 10º de latit. Sul e 49° e alguns minutos de longe, Oeste.

Teve principio em 1615 pela criação de uma capela a N. S. do Desterro, feita por Petronilha Rodrigues Antunes, seus genros, filhos, e Rafael de Oliveira, criminosos que aqui vieram acoutar-se.

Foi criada vila por provisão do Capitão-mor e Ouvidor, Manoel de Quevedo Vasconcellos, com o Conde de Monsanto, herdeiro do donatário da Capitania de S. Vicente, a 14 de Dezembro de 1655, e elevada categoria de cidade pela Lei Provincial n. 24 de 28 de Março de 1865, juntamente com o Amparo.

Ainda existe o edifício onde foi o convento dos Beneditinos, fundado a 29 de Janeiro de 1668 por Estácio Ferreira, em terrenos concedidos pelo Capitão-mor Agostinho de Figueiredo, loca-tenente do donatário da Capitania de S. Vicente.

Esses terrenos e outros posteriormente doados ao mesmo convento ainda hoje existem, sob a administração da Ordem de S. Bento, alguns, e repartidos em cartas de datas, outros.

O rio Jundiaí, que por aqui passa, e que parece navegável em alguns pontos, lança-se no Tietê, acima do grande salto na povoação deste nome no Município de Itu, nascendo da serra do Japi, ao sul desta cidade.


Aspecto parcial da administração da cidade em 1888

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Fonte:
Almanach da provincia de São Paulo administrativo, commercial e industrial para 1888 [... ] Sexto anno. Seckler, Jorge (org.), disponível digitalmente no site da biblioteca: Brasiliana - USP
Nota:
Para melhor compreensão do texto, a ortografia utilizada na época foi atualizada para os padrões atuais.

Fonte da imagem inicial:
Revista "Vida Moderna", edição de 1914, disponível digitalmente no site do Arquivo Público do Estado de São Paulo

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