"Nota Lewontin que a ciência, como quaisquer outras atividades produtivas, como a família, esportes, Estado, é uma instituição social completamente integrada e influenciada pela estrutura de todas as outras instituições sociais. Nessa visão, toda a investigação científica deriva da sociedade em que vivemos. Pontua Lewontin que a ciência, na medida de ser uma profissão, é fruto das forças sociais e econômicas dominantes. "Embora se pretenda acima da sociedade, a ciência, como a Igreja antes dela, é uma instituição social suprema, refletindo e reforçando os valores dominantes e visões da sociedade de sua época histórica."
Nessa ótica, não há como colocar Charles Darwin fora desse processo; após ter lido Essay on Population, de Thomas Malthus, desenvolve sua teoria da evolução pela seleção natural bem naquele então novidadeiro espírito dos economistas escoceses: a teoria do capitalismo emergente, da seleção natural do laissez-faire da liberdade de mercado. A febre vai e volta, e não sem mergulhar nisso, ainda em 1963 temos um Konrad Lorenz de On agression reafirmando, em suas pesquisas com peixes, a teoria das cores: machos mudam de cor para atrair as fêmeas - enfim, um anelo tardio daquela visão da conquista entre homens e mulheres da classe média vitoriana em que Darwin vivia..."
Fonte:
A Falácia Genética: a ideologia do DNA na imprensa”. De Cláudio Tognolli. Editora escrituras. São Paulo, 2003, p. 20-21.
Fonte:
A Falácia Genética: a ideologia do DNA na imprensa”. De Cláudio Tognolli. Editora escrituras. São Paulo, 2003, p. 20-21.
É isso!
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