O darwinista José Sarney

O lema central do darwinismo resume-se no silogismo “sobrevivência do mais apto”. O nosso “Aurélio” define “apto” como aquele “que tem aptidão inata ou adquirida”.

O coronelismo no Brasil, muito bem tipificado na figura de José Sarney, já se mostrou ser um fenômeno “inato”, ou seja, “passado de pai para filho”. Durante séculos de nossa história, os coronéis ditaram as leis e as impuseram ao povo à base da coerção e do refreamento. Até 1930, o Brasil foi conduzido por presidentes todos oriundos de uma tradição coronelista, por meio da chamada “política do café-com-leite”. Sarney pertence a essa tradição de políticos. E assim como tantos outros coronéis, ele também governou a nação brasileira, não pelo voto do povo, mas por uma dessas coincidências aleatórias bem típicas da teoria de Darwin. Em 1985, com a morte de Tancredo Neves, que tinha sido eleito pelo voto indreto, Sarney assumiu a presidência, governando a nação até a eleição de Fernando Collor de Mello. Porém, mesmo sem a “coroa real”, ele continuou inteferindo ativamente na política nacional, e até hoje exerce forte influência no Palácio do Planalto, encontrando inclusive forte apoio do nosso popular “Maquiavel de Garanhuns”.

Pois bem. Ontem em sua coluna publicada no
Jornal do Brasil, José Sarney escreveu:
Com Khomeini, o estado teocrático se instalou no Irã e passou a ser um dado determinante da política internacional. Com Bush a questão religiosa chegou à política dos países democráticos, levantando as religiões conservadoras americanas como arma para atingir objetivos políticos. Os neoconservadores defendem ideias primitivas, como a do criacionismo, tese que rejeita a evolução das espécies e considera Darwin um demônio.”

Sarney (assim como toda turba dos devotos de Darwin) acredita
que questionar a evolução darwiniana significa defender o criacionismo. Na mente dessas pessoas, contestar certos dogmas da Teoria da Evolução implica necessariamente em tomar o rumo da religiosidade, em ser fundamentalista etc. e tal, como se a simples mudança observada na Natureza fosse sinônimo de Seleção Natural e de seus coadjuvantes evolutivos.

José Sarney é o mais evolucionista dos políticos. Sua habilidade em sobreviver à custa do “mais fraco” mereceria até mesmo uma destacada nota de rodapé numa nova edição do “A Origem das Espécies”. Ele é uma demonstração real de que os “mais aptos, os mais fortes, os mais espertos, os mais sorrateiros e os mais matreiros” de alguma maneira sobrevivem...

É isso!

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