A eterna batalha da insensatez

Segundo a Fundação Templeton, Deus é uma hipótese científica, o que justifica a soma de dinheiro utilizada para premiar aos que mais próximo chegarem dessa tão extraordinária façanha, talvez a mais almejada pela humanidade em todos os tempos.

A
ristóteles, Sócrates, São Tomás de Aquino, Santo Agostinho, Galileu Galilei, Johannes Kepler, Rene Descartes, Isaac Newton e Max Planck foram alguns que acreditaram que isso seria possível e se esforçaram por argumentar que Deus existe.

De um lado os argumentos favoráveis: a lei moral, a presença do mal no mundo, os desígnios da natureza, a universalidade da fé, os milagres, a questão da probabilidade etc. Do lado oposto, os argumentos que contestam: a dor e o sofrimento humano, a imaterialidade divina, as contradições da Bíblia, a injustiça entre os povos, as teses evolucionistas, a justificativa da improbabilidade, entre tantos outros. E em meio a esta eterna batalha, a ciência como faca dois gumes: se Deus não pode ser provado em tubos de ensaio, a sua inexistência também não pode ser testada in vitro, o que atesta a grandiosidade dessa insensatez humana.

Qual a lógica mais razoável, afinal: provar Deus pelo método científico ou deixar que ele mesmo se faça provar? Por que essa imperiosa necessidade de se provar Deus, supondo que ninguém lhe tenha perguntado se deseja ser “provado”?

Aos que crêem em Deus, por que não estabelecer a fé como único parâmetro para se chegar a ele? E, aos que o contesta, por que não deixar que o fluir do tempo o conduza ao mar do esquecimento?

Uma cousa é certa, e concordo com Gould:
“Não vejo como a ciência e a religião podem ser unificadas, ou mesmo sintetizadas, sob qualquer esquema comum de explicação ou análise; mas tampouco entendo por que as duas experiências devem ser conflitantes. A ciência tenta documentar o caráter factual do mundo natural, desenvolvendo teorias que coordenem e expliquem esses fatos. A religião, por sua vez, opera na esfera igualmente importante, mas completamente diferente, dos desígnios, significados e valores humanos - assuntos que a esfera factual da ciência pode até esclarecer, mas nunca solucionar. De modo semelhante, enquanto os cientistas devem agir segundo princípios éticos, alguns específicos à sua profissão, a validade desses princípios nunca pode ser deduzida das descobertas factuais da ciência” (Stephen Jay Gould. “Pilares do Tempo: ciência e religião na plenitude da vida”. Tradução: F. Rangel. Rocco Editora, 2002, p.12).

É isso!


3 comentários:

  1. aDOREI A MATERIA. pOIS ACREDITO EM DEUS, ASSIM COMO ACREDITO NO VENTO!!!KKKK

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  2. E o que fazer quando, despreocupadamente, descobrimos, com dados cientificos sólidos e irrefutáveis, que Ele existe.. Pelas assinaturas quimicas de sua inteligencia registradas nas moleculas da Vida... O que o cientista faz? Varre pra debaixo do tapete? Vai pescar?

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  3. Caro Marcos,

    Penso que voce está confundindo o PLANO com o PLENEJADOR, como diria Michel Behe. Estudar e concluir a veracidade de um projeto não implica em revelar a identidade de seu projetor: "A comunidade científica inclui muitos cientistas excelentes que pensam que há alguma coisa além da natureza, e outros tantos que não acham nada disso. Como, então, a ciência tratará "oficialmente" a questão da identidade do planejador? Os livros de bioquímica terão de ser reescritos com a afirmação explícita de que "Deus fez isso"? Não. A questão da identidade do planejador será simplesmente ignorada pela ciência... Quando uma questão é por demais difícil para que a ciência a enfrente de imediato, ela é esquecida sem problemas, enquanto outras questões, mais acessíveis, são investigadas. Se, entrementes, a filosofia e a teologia querem fazer uma tentativa nesse sentido, nós, cientistas, lhes desejamos todo o sucesso, mas nos reservamos o direito de nos intrometermos na conversa quando a ciência tiver mais alguma coisa para dizer." (Behe, p. 251)
    Abraços, Iba Mendes

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