![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7jTkVFsQ8h1V1IqeuSaxmof4W-U7zsfYrLHqRRlAifLjBGz180CBy8P6OKAIRwMp1LhO8vaCM5rVKrIfwuxmVFPUkOqGHE8OymdliXYLszKI_YcKxrNGWqtf33R4A8AbACB95v70FiMo/s400/hd-momento-da-historia.jpg)
Um pouco da história visual de Taubaté, importante cidade do interior de São Paulo, famosa por, entre outras razões, ser o berço do escritor Monteiro Lobato e por ter realizado em 1906 o famigerado "Convênio de Taubaté". Sobre este evento (e para endendê-lo) escreve o historiador Francisco de Assis Silva:
Convênio de Taubaté
“Movidos pela euforia da alta do preço do café e do crescimento constante dos mercados consumidores externos, nos anos que se seguiram à proclamação da República os cafeicultores ampliavam indiscriminadamente a produção cafeeira, do que resultou uma superprodução — desequilíbrio entre oferta e procura — e a conseqüente queda de preço do produto.
As fantásticas safras colocavam o Brasil, especialmente São Paulo, na posição de dono virtual do monopólio mundial do café.
Mas enquanto a produção brasileira superava em muito a mundial, o valor médio da saca caía verticalmente de4,09 libras em 1893 para 1,48 libra em 1899, devido à superprodução e, principalmente, à forte recessão iniciada na Europa e que atingiu os Estados Unidos a partir de 1894.
A queda vertical dos preços gerou uma grave crise na economia cafeeira no governo Prudente de Morais, atravessou a Presidência Campos Sales e foi herdada por Rodrigues Alves.
Apesar da crise e das tentativas oficiais de controlar a produção, os cafeicultores continuavam plantando e colhendo safras que não poderiam ser absorvidas pelo mercado mundial. Por exemplo, em 1906, ano em que se firmou o Convênio de Taubaté, a safra foi de 22 milhões de sacas, que, somadas às já existentes em depósito, criavam um excedente de 16 milhões acima da capacidade de consumo mundial.
A situação era calamitosa e toda a nação se onerava com ela. Era preciso a intervenção estatal para solucionar o impasse. As causas do problema eram: superprodução, absoluta falta de defesa do produto e os vícios do mercado que, segundo se dizia, ficavam “evidentes no monopólio que os americanos exercem em nossas praças, ditando o preço ao fazendeiro, e nas cotações artificiais que na Bolsa de Nova lorque se anuncia diariamente”. Urgia uma política de defesa e valorização do café. Desta urgência nasceu o Convênio de Taubaté de 1906.
Naquele ano reuniram-se em Taubaté, interior paulista, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e ali assinaram um convênio de valorização e defesa do café sem o prévio consentimento do governo federal, que já havia se recusado a baixar a taxa cambial para valorizar artificialmente os preços.
Pelo Convênio de Taubaté os três estados se comprometiam a comprar todo o excedente do produto, desde que os cafeicultores se comprometessem a evitar futuras super-produções através da limitação de novas plantações.
O Convênio estabelecia também:
• manutenção do preço mínimo no mercado interno;
• redução da oferta a fim de promover a elevação dos preços nos mercados externos;
• aplicação de uma sobretaxa de três francos por saca exportada, para cobrir os juros e amortizar os capitais necessários à execução do convênio;
• criação de uma Caixa de Conversão, onde seria emitido papel-moeda a um câmbio baixo;
• empréstimos externos de 15 milhões de libras esterlinas que seriam aplicados como lastro na Caixa de Conversão.
Os três estados reconheciam e aceitavam a arbitragem do presidente da República para a execução do convênio, bem como entendiam que as operações de crédito externo deveriam ser aprovadas pela União.
Entretanto, Rodrigues Alves, apesar de ser paulista, cafeicultor e membro de uma família de cafeicultores, não reconheceu o Convênio de Taubaté, já que pretendia manter sem desvios a política antiinflacionária e de elevação cambial herdada de seu antecessor. A nova política de socialização das perdas seria colocada em prática pelo seu sucessor, o mineiro Afonso Pena".
Fonte:
Francisco de Assis Silva: "História do Brasil". Editora Moderna. São Paulo, 1994, p. 213-214.
Convênio de Taubaté
“Movidos pela euforia da alta do preço do café e do crescimento constante dos mercados consumidores externos, nos anos que se seguiram à proclamação da República os cafeicultores ampliavam indiscriminadamente a produção cafeeira, do que resultou uma superprodução — desequilíbrio entre oferta e procura — e a conseqüente queda de preço do produto.
As fantásticas safras colocavam o Brasil, especialmente São Paulo, na posição de dono virtual do monopólio mundial do café.
Mas enquanto a produção brasileira superava em muito a mundial, o valor médio da saca caía verticalmente de
A queda vertical dos preços gerou uma grave crise na economia cafeeira no governo Prudente de Morais, atravessou a Presidência Campos Sales e foi herdada por Rodrigues Alves.
Apesar da crise e das tentativas oficiais de controlar a produção, os cafeicultores continuavam plantando e colhendo safras que não poderiam ser absorvidas pelo mercado mundial. Por exemplo, em 1906, ano em que se firmou o Convênio de Taubaté, a safra foi de 22 milhões de sacas, que, somadas às já existentes em depósito, criavam um excedente de 16 milhões acima da capacidade de consumo mundial.
A situação era calamitosa e toda a nação se onerava com ela. Era preciso a intervenção estatal para solucionar o impasse. As causas do problema eram: superprodução, absoluta falta de defesa do produto e os vícios do mercado que, segundo se dizia, ficavam “evidentes no monopólio que os americanos exercem em nossas praças, ditando o preço ao fazendeiro, e nas cotações artificiais que na Bolsa de Nova lorque se anuncia diariamente”. Urgia uma política de defesa e valorização do café. Desta urgência nasceu o Convênio de Taubaté de 1906.
Naquele ano reuniram-se em Taubaté, interior paulista, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e ali assinaram um convênio de valorização e defesa do café sem o prévio consentimento do governo federal, que já havia se recusado a baixar a taxa cambial para valorizar artificialmente os preços.
Pelo Convênio de Taubaté os três estados se comprometiam a comprar todo o excedente do produto, desde que os cafeicultores se comprometessem a evitar futuras super-produções através da limitação de novas plantações.
O Convênio estabelecia também:
• manutenção do preço mínimo no mercado interno;
• redução da oferta a fim de promover a elevação dos preços nos mercados externos;
• aplicação de uma sobretaxa de três francos por saca exportada, para cobrir os juros e amortizar os capitais necessários à execução do convênio;
• criação de uma Caixa de Conversão, onde seria emitido papel-moeda a um câmbio baixo;
• empréstimos externos de 15 milhões de libras esterlinas que seriam aplicados como lastro na Caixa de Conversão.
Os três estados reconheciam e aceitavam a arbitragem do presidente da República para a execução do convênio, bem como entendiam que as operações de crédito externo deveriam ser aprovadas pela União.
Entretanto, Rodrigues Alves, apesar de ser paulista, cafeicultor e membro de uma família de cafeicultores, não reconheceu o Convênio de Taubaté, já que pretendia manter sem desvios a política antiinflacionária e de elevação cambial herdada de seu antecessor. A nova política de socialização das perdas seria colocada em prática pelo seu sucessor, o mineiro Afonso Pena".
Fonte:
Francisco de Assis Silva: "História do Brasil". Editora Moderna. São Paulo, 1994, p. 213-214.
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As imagens, a seguir, foram publicadas na revista "A Cigarra", em 1919, quando da chegada da Inglaterra do industrial Feliz Guisard, membro da delegação comercial brasileira.
TAUBATÉ - O belo palacete do industrial Félix Guisard, em 1919
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTRHx4ipZ_i4buCQvmiand8JBHmOF_TDYsDPAimT5PU6AoMk7FGQf923bPU5seUewIrwkpeWL__UKhCD63f68TMal48UidFFspMTzG60qjU8hHibrQeXzMauw-7leL4rUDIrGsJxqfUzU/s1600/Taubat%25C3%25A9+-+cidade+do+interior+de+S%25C3%25A3o+Paulo+-+fotos+antigas+-+blog+do+IBA+MENDES...jpg)
TAUBATÉ - Outra vista do palacete de Félix Guisard, em 1919
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmdqf5FggWEHe6jdazB2VpfVeu20rIcHMnzigB_mrnm5qvgkWoMhkSRECf1hMfnZFRLo0gWnGKFVw5HWXvO-6gd4VSxVGnifoOuG2LbGC5sPb-IIV5L0WIrsHVzYiC-MpVU2NJAMxk2_s/s1600/Taubat%25C3%25A9+-+cidade+do+interior+de+S%25C3%25A3o+Paulo+-+fotos+antigas+-+blog+do+IBA+MENDES.......jpg)
TAUBATÉ - Vista da estação de trem da cidade minutos antes da chegada do senhor Félix Guisard da Inglaterra, em 1919
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7lfQl1fJGdxP3txSZ7HGI7au81UYawgn8RKOEl7k-f8nOfp3rGkrEo5zdlWSOfWiypgxNaLhpaO2cFYxeCY_uGTLKu0ujp6vLKU_bTf1cFxrltvVbx0hiThmXO82abW2kNDhoqbcjcHI/s1600/Taubat%25C3%25A9+-+cidade+do+interior+de+S%25C3%25A3o+Paulo+-+fotos+antigas+-+blog+do+IBA+MENDES.........jpg)
TAUBATÉ - O povo da cidade em manifestação de apreço pelo retorno da Inglaterra do industrial Félix Guisard, em 1919
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoClbzOm7M9Xr9AO2zX3EZ_KRHooeLHYBAbJKLET5Dd5xS8X47IcrV_zdU0DG_w5rD1YgHFGzwjClZ3dSv8ehRrp4Eb6tTcN4NeYCNwm-BQ2-ycbaKbwqrPwm2b0xWDo5jVzsN5UXKSy4/s1600/Taubat%25C3%25A9+-+cidade+do+interior+de+S%25C3%25A3o+Paulo+-+fotos+antigas+-+blog+do+IBA+MENDES........jpg)
TAUBATÉ - A população festivamente acolhendo o senhor Félix Guisard, em 1919
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglLoZKOHyIJpJ6W6CErzkQOvLDk_1wQ5PZZyQsbwpRRRq5WTRPkXmBtH9owd3IFfrRHrZ_SKXfUrt8ooI3-1r9vjvHukrEdEFceOqHJxgHSyV2aAfadJBQup_1AwmOrEsY2gbwHlgeZZo/s1600/Taubat%25C3%25A9+-+cidade+do+interior+de+S%25C3%25A3o+Paulo+-+fotos+antigas+-+blog+do+IBA+MENDES.jpg)
TAUBATÉ - Operários da Companhia Taubaté Industrial em frente ao palacete do senhor Félix Guisar, em manifestação de apreço pela chegada deste da Inglaterra, em 1919
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEPei09sEMRdpHxmKRE538lfTRSoxd8T-fQ1CM3Y_6tVPrnoRrjjIf_aGYLj5fqTrnfvrb4zSAMtgn_Fu4HA9NI2ReYdbZfD1jeWtsv7izwnqDpkhQ8PguWAVSA7b0_QhcQJhC_Ua0o00/s1600/Taubat%25C3%25A9+-+cidade+do+interior+de+S%25C3%25A3o+Paulo+-+fotos+antigas+-+blog+do+IBA+MENDES......jpg)
TAUBATÉ - Um grupo de moças cobrindo de flores o senhor Félix Guisard, quando este se retirava da estação de trem, em 1919
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHbZudcjpftkV4Wimuw-bi2p28_5YcVfkIgoXm4HY46lnz1IMeiRRmuktC8kmmbwfhAY1240PJAdfdGq83C3O76eO1WIOJT2opCmOQ0YEf2v6G0XcLV3YdMi7pZ-WVSP_TOuOaathsYvA/s1600/Taubat%25C3%25A9+-+cidade+do+interior+de+S%25C3%25A3o+Paulo+-+fotos+antigas+-+blog+do+IBA+MENDES..jpg)
TAUBATÉ - O industrial Félix Guisard, sua esposa, membros da família e o monsenhor Nascimento Castro, vigário geral do bispado de taubaté, em 1919
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TAUBATÉ - O industrial Félix Guisard em pose para a revista "A Cigarra" defronte ao seu palacete, em 1919
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Fonte:
Revista "A Cigarra", edição de 1919, disponível digitalmente no site do Arquivo Público do Estado de São Paulo
Fonte:
Revista "A Cigarra", edição de 1919, disponível digitalmente no site do Arquivo Público do Estado de São Paulo
Isto é a História, de Nossa Cidade.
ResponderExcluirBelas fotos contando um pouco de nossa querida cidade.
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